“Se crer em bruxas é tão essencial à fé católica que sustentar obstinadamente opinião há de ter vivo sabor de heresia.”
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O MARTELO DAS FEITICEIRAS é um dos livros mais importantes da cultura ocidental, tanto para os leitores que se interessam pela história quanto para aqueles que estudam a história do pensamento e das leis. Documento fundamental do pensamento pré-cartesiano, bem como um dos mais importantes depositórios das leis que vigoram no Estado teocrático, revela as articulações concretas entre sexualidade e poder, e por isso é uma peça única para todos aqueles que estudam a profundidade da psique humana e o funcionamento das sociedades.
Durante quatro séculos este livro foi o manual oficial da Inquisição para caça às bruxas. Levou à tortura e à morte mais de 100 mil mulheres sob o pretexto, entre outros, de “copularem com o demônio”. Esse genocídio foi perpetrado na época em que formavam as sociedades modernas europeias. Um das consequências, apontadas pelos especialistas, foi tornar dóceis e submissos os corpos das mulheres posteriormente. O papa Inocêncio VIII nomeou dois dominicanos, os inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger, para julgar feiticeiras na Alemanha. Este último, deão da Universidade de Colônia, publicaria dali a dois anos, em 1484, com Kramer, prior de Salzburgo, a mais importante obra sobre demonologia da história, o temível Malleus Maleficarum (“O Martelo das Bruxas”), fonte de inspiração para todos os tratados posteriores, baseados em obras precedentes, entre as quais Formicarius de Johannes Nider, de 1435. Essa obra de Kramer e Sprenger atingiu 19 edições e foi aprovada pelo corpo docente da Universidade de Colônia. Dividia-se em três partes: A primeira discursava aos juízes, ensinando-lhes a reconhecer as bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes. A segunda expunha todos os tipos de malefícios, classificando-os e explicando-os. A terceira regrava as formalidades para agir “legalmente” contra as bruxas, demonstrando como inquiri-las e condená-las. Ela tinha como princípio o preceito bíblico que diz: à feiticeira não deixarás viver. (Ex 22,18). A abertura da obra, focalizando as três condições necessárias para a bruxaria.
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O MARTELO DAS FEITICEIRAS é um dos livros mais importantes da cultura ocidental, tanto para os leitores que se interessam pela história quanto para aqueles que estudam a história do pensamento e das leis. Documento fundamental do pensamento pré-cartesiano, bem como um dos mais importantes depositórios das leis que vigoram no Estado teocrático, revela as articulações concretas entre sexualidade e poder, e por isso é uma peça única para todos aqueles que estudam a profundidade da psique humana e o funcionamento das sociedades.
Durante quatro séculos este livro foi o manual oficial da Inquisição para caça às bruxas. Levou à tortura e à morte mais de 100 mil mulheres sob o pretexto, entre outros, de “copularem com o demônio”. Esse genocídio foi perpetrado na época em que formavam as sociedades modernas europeias. Um das consequências, apontadas pelos especialistas, foi tornar dóceis e submissos os corpos das mulheres posteriormente. O papa Inocêncio VIII nomeou dois dominicanos, os inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger, para julgar feiticeiras na Alemanha. Este último, deão da Universidade de Colônia, publicaria dali a dois anos, em 1484, com Kramer, prior de Salzburgo, a mais importante obra sobre demonologia da história, o temível Malleus Maleficarum (“O Martelo das Bruxas”), fonte de inspiração para todos os tratados posteriores, baseados em obras precedentes, entre as quais Formicarius de Johannes Nider, de 1435. Essa obra de Kramer e Sprenger atingiu 19 edições e foi aprovada pelo corpo docente da Universidade de Colônia. Dividia-se em três partes: A primeira discursava aos juízes, ensinando-lhes a reconhecer as bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes. A segunda expunha todos os tipos de malefícios, classificando-os e explicando-os. A terceira regrava as formalidades para agir “legalmente” contra as bruxas, demonstrando como inquiri-las e condená-las. Ela tinha como princípio o preceito bíblico que diz: à feiticeira não deixarás viver. (Ex 22,18). A abertura da obra, focalizando as três condições necessárias para a bruxaria.
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