sábado, 10 de novembro de 2012

“Queremos crer, aqui e agora, que, para além da angústia mortífera, sob a qual se obstina a se autoproclamar nossa sociedade em crise, uma representação do futuro torna possível nova esperança.” - Alain Badiou e Élisabeth Roudinesco
 Leitura fundamental para conhecer um dos homens mais influentes do século XX e os tentáculos de seu pensamento, que ainda hoje permeiam a sociedade, Jacques Lacan, passado presente, de Alain Badiou e Élisabeth Roudinesco, é uma conversa inteligente e ágil marcada por duas diferentes visões que se complementam e pintam um retrato fascinante deste que é considerado um dos homens mais importantes da psicanálise.
A primeira parte desse diálogo é dedicada aos encontros dos dois autores com Lacan. Primeiro um encontro social e, depois, um encontro com suas ideias, suas posições políticas, sua relação com a filosofia e o controle que ele exerceu sobre o mundo intelectual dos anos 1960 e 1970.
Na segunda parte do livro, os autores dialogam sobre a obra de Lacan: o que ela foi, o que resta dela e, sobretudo, o que ela pode propor à sociedade para o futuro, ajudando todos a enfrentar a angústia gerada pela crise e a lutar contra as tentações obscurantistas.
Quaisquer que sejam os pontos de desacordo entre Badiou e Roudinesco, os dois concordam em dois aspectos fundamentais: a importância do pensamento lacaniano nos dias atuais e as qualidades vanguardistas do psicanalista, que, no fim de sua vida, afirma Élisabeth, anunciou o aparecimento de flagelos atuais, como o racismo, o individualismo furioso e a demagogia de massa.

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