quinta-feira, 14 de novembro de 2013


Por que a Mona Lisa é a pintura mais famosa do mundo? Por que o Facebook faz tanto sucesso e outros sites de redes sociais não? Quanto um CEO pode realmente afetar o desempenho de uma empresa? E salários mais altos fazem as pessoas trabalharem mais e com maior dedicação? Se você acha que as respostas a essas perguntas são uma questão de bom senso, pense novamente. Duncan Watts mostra neste livro que as explicações que damos para o que observamos na vida são menos úteis do que parecem e conspiram para nos fazer acreditar que entendemos mais sobre o comportamento humano do que de fato entendemos. Compreender como e quando falha o bom senso, pode melhorar a forma como vivemos o presente e planejamos para o futuro, algo essencial para a política, os negócios, a ciência e a vida cotidiana.
Comprei este livro porque, como boa publicitária com inclinação à gestão empresarial, me interessei pelo título e pelo tema ao ler a sinopse numa livraria. Ao lê-lo, constatei que sim, o livro é interessante, mas um tanto quanto maçante e repetitivo em certas partes.
Logo que comecei a ler, vi que seu conteúdo era um pouco diferente do que eu pensava quando o comprei. Começa com um prefácio, cuja abordagem é bastante filosófica. Depois se divide em duas partes: o senso comum e o senso incomum. O autor descreve o senso comum como:





Watts utiliza bastante o termo ‘previsão’ durante a primeira parte do livro e o desdobra em diversos temas, explicando como são feitas as previsões, quando são mais eficazes, quando e onde são mais utilizadas, além de citar diferentes pesquisas. O capítulo 6 (último capítulo de senso comum), por exemplo, fala sobre as previsões que a sociedade costuma fazer – desde clima até moda, mercado de ações, etc. Por meio de pesquisas feitas pelo psicólogo Philip Tetlock nos anos 80, descobriu-se que a maioria das previsões que fazemos estão erradas – cerca de 80% delas – mesmo as que foram feitas por especialistas. É o gancho para iniciar o senso incomum, que também tem a ‘previsão’ como tema recorrente.
Ao longo do livro, o autor cita muitas pesquisas, muitos estudos de caso e muitos exemplos. Por ser formada em Publicidade e Propaganda, alguns dos estudos de caso e pesquisas já me foram aprensentados por professores ou lidos por mim em outro livro ou site durante a faculdade, então estes trechos não foram novidade pra mim. Não somente estudos de caso e pesquisas, como também citações mais teóricas feitas pelo autor, relacionadas com matérias que estudei na faculdade. Desse modo, essas partes do livro foram mais maçantes pra mim. O autor também se repete em alguns trechos – escreve de forma diferente, mas quer dizer a mesma coisa -, o que tornou a leitura um pouco cansativa em certos momentos. Gosto de uma leitura mais dinâmica e com novidades.
Acho a leitura deste livro muito válida, principalmente para quem nunca estudou Publicidade, Marketing, Administração e outros cursos/assuntos similares. O livro é mais estimulante para leigos nestes assuntos, pois traz novas informações, mas não quer dizer que também não o seja para quem já estudou tais assuntos. Apenas não haverá tantas novidades e aprendizados quanto para os leigos.
O autor é inteligente e sabe explicar de forma que qualquer pessoa consiga entender o que ele quis passar. Há passagens interessantes, indagações pertinentes, explicações que são, de fato, óbvias, como já sugere o título do livro, mas que nunca havíamos parado para pensar nisso antes de lê-las. Eu recomendo.

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