quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Ainda assim, vai demorar um pouco mais para que você possa acompanhar essa história. A previsão de lançamento é para 2014, mantendo a média de DOIS ANOS entre um volume e outro.

Superman – Earth One Vol. 2 revela um Azulão menos Escoteiro e mais humano

Existem os grandes clássicos. Aquelas histórias em quadrinhos que, de alguma forma, são passadas de uma geração para a outra e inspiram novos quadrininistas. No caso do Superman, dá pra citar, por exemplo, O Homem que Tinha Tudo ou O Que Aconteceu ao Homem do Amanhã, duas obras-primas assinadas por Alan Moore. Mas um personagem marcante não é só feito por esses clássicos. Há mais. Há aquelas histórias ~ordinárias, ~comuns, que talvez não passem de geração para geração, mas nem por isso são piores. São as melhores entre o resto. Dá pra dizer que Superman – Earth One Vol. 2 é uma dessas. A graphic novel foi lançada em outubro do ano passado nos EUA e permanece inédita no Brasil.












Vida de jornalista:

Este segundo volume começa logo após o final do primeiro. Superman derrotou o vilão Tyrell e ~assumiu a identidade do pacato repórter de óculos Clark Kent, escrevendo ele mesmo a primeira matéria sobre o herói para o jornal. Isso desperta a ira e a curiosidade de Lois Lane, que passa a investigar a vida do novo colega de trabalho.
A história segue com o caminho de Clark, que encontra um apartamento para viver. O roteiro aprofunda o relacionamento do jornalista com o editor-chefe, Perry White e com os novos vizinhos, demonstrando duas grandes qualidades de Straczynski, que começou a carreira como jornalista e é ótimo ao retratar os relacionamentos humanos.
O Perry de Straczynski, aliás, dá uma lição de jornalismo. Em certo momento, ao falar que as grandes manchetes estão enquadradas porque são passado estático, sem valer nada para o presente e o futuro, ele diz para Clark que o trabalho dele é “achar o que as pessoas estão fazendo que ninguém mais sabe. Aquelas querem que o resto de nós não saiba. Então volte para cá. Não demonstre medo e prove isso”.
Sim, esse Clark mais jovem é inseguro e inexperiente. Isso é bom e não se reflete apenas ao modo dele trabalhar — vemos o jornalista se relacionando com uma vizinha gostosa como qualquer um de nós. A diferença é que, além de não entender exatamente as mulheres, o cara tem um medo a mais: destruir a companheira com o desejo (e a força) kriptoniano — um detalhe novo e interessante adicionado ao herói.
Basicamente, a graphic novel redime as falhas da primeira e estabelece características do herói que ficaram faltando na HQ anterior, apesar de ainda manter o ar ~novato para o Supinho (o que é bom).
Há, claro, o vilão principal. Nessa HQ quem ocupa o posto é o Parasita, antigo antagonista do Superman que reaparece com um visual interessante e um background novo. Agora ele é um grande ladrão que acaba indo parar onde não deveria e, no processo, ganha uma fome incontrolável por poder.

Dessa vez, Straczynski não cai no vilão-clichê e define bem a personalidade e o passado do Parasita. Ok, há alguns clichês nisso também, mas a história funciona bem.
Apesar do bom enredo principal, com bastante ação e sequências de luta boas, são realmente as diversas B-stories que fazem deste segundo volume de Superman – Earth One uma boa graphic novel. Ou seja, são aqueles trechos criados para evoluir os personagens, e não exatamente a trama central. Nessas B-Stories o roteirista consegue sustentar uma ótima versão da Lois Lane, além contar uma incrível passagem do Clark Kent, na qual descobrimos que ele já teve um gato…

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