sexta-feira, 2 de novembro de 2012

ENTRE, FECHE A PORTA E DEIXE-SE DOMINAR.
Formada em História e ex-funcionária pública concursada, ela abandonou uma confortável vida convencional de classe média para dedicar-se em tempo integral às práticas de BDSM e ao fetichismo, até então um passatempo que pontilhava seus relacionamentos com amigos e namorados desde a adolescência. Como Dommenique Luxor, dominadora profissional, ela exerce controle absoluto sobre seus objetos – ou escravos, ou submissos, ou capachos.



Eu não pretendo promover a cultura fetichista. Continuo querendo estar na marginalidade. Sinceramente não quero ser considerada normal e ser aceita numa sociedade que não me agrada. Faço parte dela, claro, mas tem lugar pros marginais. Tem lugar pros loucos e sempre teve, o que mudou foi a visão e a condenação... mas isso mudou pra maioria da sociedade ocidental. Já queimaram as bruxas, e condenaram hereges, mas eu não negaria a mim mesma por causa da morte que vem pra todos.
Isso me lembra um livro da Roudinesco, se não me engano, onde ela fala que os gays - enquanto comunidade - começaram com um discurso de transgressão e mudança TOTAL e terminaram, nos anos noventa, querendo fazer parte de um rebanho social. Gente, sociedade civil democrática UTOPICA. Veja bem, utópica. Democracia é utopia. Nada contra casamento gay - aqui entramos no campo da liberdade... cada um faz o que quer - mas eu seguiria com minhas convicções e sem a necessidade de ser aceita pelos meus "pais". Nisso eu discordo da Elis Regina, não sou como eles. Fiel sim, à não agressão e liberdade pois ja passamos da idade média e bater na pessoa por conta da opção sexual é animalesco; mas contra a normalidade e a favor de um NOVO discurso.
Não condeno, obviamente, a "luta" de quem faz pela cultura BDSMista no Brasil. Mas sério, você quer mesmo adaptar se e ser aceito por algo que está podre por dentro? Porque não continuarmos diferentes? Se nos atacam, você tá preocupado com a mídia (mídia? alguém ouviu falar de mídia séria no Brasil?) Eu não to. Bota o dedo na consciência e no ego, na vaidade. Que mania de aceitação hipócrita é essa? Pra ir na Luciana Gimenez e ver um povo que nem entende o que você fala? Pra ter documentários premiados sobre nós? Pra vizinha não te olhar com cara torta (quando vc tinha 17, vc adorava isso!)? Pra opinião pública não te condenar? A opinião pública que se exploda.
No final, todo mundo quer um lugar de respeito sob os holofotes da igualdade.

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