Crescimento do Setor Livreiro em 2011 não acompanha a inflação e fica 1,24% abaixo   

A Associação Nacional de Livrarias (ANL) realizou, no período de março a abril de 2012, o Levantamento Anual do Segmento de Livrarias junto a suas associadas, para identificar o comportamento do setor livreiro em 2011. O índice médio para 2011 comparativamente ao ano de 2010 foi de 5,26%, abaixo da inflação brasileira, que nesse mesmo período foi de 6,5% .Embora o segmento livreiro demonstre um crescimento, este aumento inferior à inflação demonstra a real queda no preço final do livro, já divulgado em outras pesquisas do setor.
No Levantamento identificou-se que 21,88% têm um faturamento anual menor que R$ 1.2 milhão, contra os 32,35% apresentados em 2010; um reflexo direto do fechamento das pequenas livrarias (com até 2 lojas) no Brasil. Já a faixa R$ 1,2 milhão e R$ 9,6 milhões passou de 29,41% para 34,88%, identificando a expansão nasredes de até 5 lojas.
O segmento que engloba redes com mais de 5 lojas (veja no final desta apresentação o detalhamento sobre o número de livrarias no Brasil), e que hoje representam 19% das 3.481 livrarias de todo o país do número total de pontos de vendas, detêm 43,75% do faturamento do setor, dos quais apenas 19% faturam acima de 20 milhões.
O Levantamento Anual do Segmento de Livrarias de 2011 da ANL evidencia, ainda, que para cerca 70% dos pesquisados a venda de livros representa 56,25% de todo o faturamento da livraria.
“Um segmento de várias vertentes, que cada vez mais tende para uma concentração. Nos últimos cinco anos temos presenciado o fechamento das tradicionais livrarias de bairro, que segundo demonstra este Levantamento, têm o livro como seu principal produto, muitas vezes representando entre 80% e 90% de seu faturamento, não conseguindo acompanhar a concorrência predatória”, reforça Ednilson Xavier, presidente da ANL. “Mas também identificamos neste Levantamento de 2011 um amadurecimento do Setor, em que 90,91% dos livreiros entrevistados deverão investir em outros segmentos de seus negócios, um aumento de 12,78%, comparativamente ao ano de 2011, assim como na capacitação profissional e no mundo digital”, completa Xavier.
Exemplares vendidos
Entre os entrevistados: 3,57% vendem até 10 mil livros por ano; as faixas que agregam as vendas entre 10 e 50 mil livros/ano representam 25%; vendas acima de 50 até 250 mil exemplares, 25%; de 250 até 500 mil unidades numa pequena faixa de 14,29, e acima de 500 mil unidades, 32,14%.
O mundo digital ganha força também junto às pequenas e médias livrarias. “As vendas eletrônicas tiveram uma pequena elevação e passaram de 48,57%, em 2010, para 57,58% neste último período”, enfatiza Guto Kater, vicepresidente da ANL, que também analisa a venda de outras plataformas e comercialização de livros: “Entre os que ainda não comercializam o livro eletrônico, 88,89% pretendem trabalhar com este produto, dos quais 62,50% já em 2012; 37,50% nos próximos 3 anos, e apenas 4,17% a longo prazo. Para outros formatos, a adesão já se encontra mais avançada; 81,82% já trabalham com audiolivros e 63,64% comercializam livros sob demanda”, finaliza.
Investimentos para 2012
Um total 90,91% dos livreiros entrevistados deverão investir em vários segmentos de seus negócios, um aumento de 12,78%, comparativamente ao ano de 2011:

73,33% na capacitação profissional
63,33% em ampliação ou reforma de lojas
53,33% investimento em tecnologia
26,67% em abertura de novas lojas
3,33% em outras áreas

“Acreditamos que cada vez mais o livreiro reconhece que as livrarias brasileiras, assim como no mundo, passam por um período de grande transformação. Como um formador de leitores, suas atividades transcendem hoje a venda passiva do livro: elas se transformaram em centros culturais e de entretenimentos, prestadores de serviços, e abrem espaço para outros produtos correlatos, sem sua descartar sua missão principal fomentar o livro, em seus diversos formatos, e leitura. Dessa forma, as livrarias podem sim voltar a ganhar espaço em localidades mais distantes”, finaliza Xavier.