Se a história dos corleoneses não é novidade, o livro do jornalista John Follain, que foi correspondente de jornais norte- americanos na Itália, é o primeiro a descortinar em uma linguagem jornalística eficiente a personalidade das principais figuras do clã que ficou conhecido como o mais violento da máfia – tanto pelas execuções de outros mafiosos quanto pela guerra travada contra o Estado, angariando diversos “cadáveres ilustres”. Por meio de depoimentos de arrependidos e entrevistas com autoridades policiais, o autor consegue desvendar o mosaico que envolve a história da sangrenta família, desde seu nascedouro até sua queda, no final dos anos 2000. Traições, assassinatos, sequestros, intimidações, todos os ingredientes são detalhados. É notável como a organização manteve-se agindo sob a ignorância velada do Estado, que se recusava sequer a admitir sua existência, sendo que ela já operava na Sicília desde o início do século 20. Foi apenas nos anos 90, com a coragem do posteriormente assassinado juiz Falcone, que a máfia conheceu seu primeiro grande revés, o famoso maxi julgamento. O registro de Follain é importante para esmiuçar o horror que a organização estabeleceu na Sicília e o heroísmo de alguns homens que ousaram combatê-la.
Com base em milhares de páginas de documentos judiciais, transcrições de escutas telefônicas, testemunho de mafiosos desertores e entrevistas com os investigadores, está é a última palavra sobre a organização mais famosa do mundo de crime organizado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário