domingo, 21 de outubro de 2012

O harém de Kadafi A história real de uma das jovens presas do ditador da Líbia


Depois da revelação de uma jovem que aos 15 anos se tornou escrava do ex-ditador, desvenda-se agora na Líbia o mundo de orgias, drogas e violência dentro do poder.

 

O Hárem de Kadafi - Annick Cojean - 235 páginas - Lançamento: 25 de Outubro
Soraya tinha apenas quinze anos quando Muamar Kadafi foi visitar a escola onde ela estudava. No momento em que ela lhe estendeu um buquê de flores, ele colocou a mão na cabeça da menina e acariciou seus cabelos. Era o gesto secreto que sinalizava a suas guarda-costas que ele a havia escolhido. Soraya foi raptada e viu sua infância chegar ao fim. Durante sete anos, foi estuprada, espancada, forçada a consumir álcool e cocaína e depois integrada às tropas das "amazonas" de Kadafi. Neste livro, a conceituada jornalista Annick Cojean dá voz a Soraya, desvelando um aspecto pouco conhecido da ditadura de Kadafi - o abuso de drogas que estimulava a megalomania sangrenta do ditador e o cruel abuso sexual de jovens líbias, escolhidas entre aquelas que lhe chamassem atenção. Inúmeras mulheres tiveram o mesmo destino de Soraya, centenas provavelmente. Talvez nunca se saiba ao certo, pois o assunto ainda é tabu na Líbia. Annick Cojean arriscou sua vida ao ir a Trípoli investigar essa história. Ali, encontrou uma sociedade hipócrita e decadente, dilacerada pela prostituição, pela corrupção, pelo terror, por estupros e assassinatos.

DRAMA
Safia foi levada para o harém de Kadafi quando tinha apenas 15 anos


VIOLÊNCIA
Kadafi, que chegou a ter 400 guarda-costas mulheres, também
costumava usar as seguranças como alvo de abusos sexuais
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Na entrevista ao “Le Monde”, Safia não entra em detalhes com relação à guarda feminina de Kadafi, que chegou a reunir 400 mulheres. Quando estava no poder, o ditador costumava dizer que preferia guarda-costas mulheres, por serem mais “confiáveis”. Na cidade de Bengazi, no leste da Líbia, o psicólogo Sehram Sergewa está preparando um relatório para o Tribunal Penal Internacional que deve mostrar outras razões para a preferência de Kadafi. De acordo com Sergewa, as guardas eram recrutadas virgens e tinham de se manter assim até que o ditador, um de seus filhos ou alguma alta autoridade do regime mantivesse relações sexuais com elas. Cinco antigas guardas já prestaram depoimento ao psicólogo e estão dispostas a testemunhar no tribunal, que tem sede em Haia, na Holanda. “Uma delas, além de ser estuprada, foi chantageada. Disseram que, se ela não virasse guarda-costas de Kadafi, seu irmão passaria o resto da vida na prisão”, afirma Sergewa, acrescentando que um irmão dessa testemunha era acusado de tráfico de drogas.

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