Fenômeno editorial com mais de 1,3 milhão de exemplares vendidos, a musa teen Thalita Rebouças volta -se agora para um leitor mais maduro na coletânea O mistério do andar de cima e outras crônicas. Dessa vez, a autora de Fala sério, mãe! e outros 13 sucessos conduz o leitor pelo braço em texto que mais parecem bate- papos informais.
Era a minha primeira noite em Ipanema, no apartamento que aluguei para passar o período em que o meu ficaria em obras. Trabalhei até tarde e fui dormir às 3h45. Às 6h45 fui acordada por um barulho forte, contínuo, absurdamente irritante: “nheconheco, nheconheco, nheconheco”. E o nheconheco foi aumentando de intensidade e de volume, aumentando de intensidade e de volume, aumentando de intensidade e de volume e… Pá! De repente o nheconheco parou e a paz se fez.
Lembro-me de ter pensado: “Ô, casal empolgado. Deve ter chegado de uma festa e mandou ver. É isso aí! O amor é lindo!”, aprovei. Demorei quase uma hora para dormir de novo, o meu sono não é fácil. Mas tudo bem. Viva a paixão!
Na noite seguinte, fui para a cama às 4h e às 6h45, em ponto… “Nheconheco, nheconheco, nheconheco”. Era o barulho da mola da cama do vizinho de novo. Já não achei o amor tão lindo assim. “Sério? Isso são horas?!”, rosnei. Levantei, tomei um copo d’água e demorei uma hora e meia pra cair no sono.
Isto se repetiu por cinco dias. Uma semana. Duas. Sempre às 6h45, o mesmo barulho, o mesmo nheconheco...
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