domingo, 21 de outubro de 2012

Memórias de uma Infâmia, de Lydia Cacho

A história real do sequestro e da libertação de uma jornalista em sua luta contra a pedofilia e a pornografia infantil

 livro polêmico e cheio de horrores
“Essa capacidade mexicana excepcional de banalizar assuntos graves como esse, o da corrupção, é o que fortalece a desumanização, a falta de compaixão e a mediocridade em que o México está mergulhado. Tudo eventualmente se transforma em brincadeira, em piada, se normaliza, se desqualifica, se dissolve na falta de desejo por nos transformar; meu país me dá pena. Choro por mim e pelo cinismo dos que têm poder para mudá-lo mas escolhem perpetuar o status quo.”
A autora relata os horrores pessoais ligados às suas denúncias e de seus desdobramentos envolvendo lavagem de dinheiro público, poder político, e o que a Justiça mexicana é capaz de engolir. Obra que repercute os casos minuciosos denunciados em seu livro anterior, que trouxe à tona esse inferno, intitulado: Os Demônios do Éden.
A linguagem de Lydia é direta, sem rodeios. O tema, que a atinge em vários aspectos, não permite mesmo qualquer floreio na linguagem. E nem por isso ela descuida desta, realizando um texto limpo que só não consegue evitar a sujeira do tráfico sexual e da violência contra menores e outros desdobramentos que ocorrem há uns 20 anos em seu país.
Uma história de coragem de uma grande mulher e jornalista que se compromete em revelar, sem medo, a corrupção nos mais altos escalões da sociedade mexicana. Para isso, cita nominalmente todos os envolvidos e transcreve as conversas grampeadas entre eles.
Lydia Cacho foi presa e torturada após publicar um livro sobre pornografia e prostituição infantis no México. A publicação de Los Demonios del Edén lhe rendeu uma série de ameaças de morte. Ela foi presa, e seu direito de contatar um advogado foi negado, assim como o acesso a medicamentos, por ordem do governador local. Em reconhecimento à sua incessante luta, a lista de premiações de Lydia é vasta e inclui:
• Prêmio Tucholsky, do PEN Clube sueco, dado a escritores que lutaram pelo direito de liberdade de expressão;
• Prêmio Mundial da Liberdade de Imprensa, em 2008;
• Prêmio Coragem no Jornalismo, na Venezuela, em 2006;
• Prêmio Mulher do Ano, pela Associação Mexicana de Mulheres Empresárias em Cozumel, por promover os direitos humanos por meio do jornalismo;
• Prêmio do Clube Nacional de Jornalistas, por sua coragem no exercício da profissão, em 2006;
“Lydia Cacho é um exemplo para todos os que desejam ser jornalistas.” (Roberto Saviano - Escreveu Gomorra)Autora- Lydia Cacho

Para o escritor e jornalista George Orwell (1903-1950), "jornalismo é publicar o que alguém não quer que seja publicado, todo o resto é publicidade"

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