quarta-feira, 24 de abril de 2013

Joyce transforma o bom e velho coelho da Páscoa num Guardião muito especial dos sonhos das crianças.
  Afinal, além de fazer os mais deliciosos chocolates, Coelhoberto Pascoal é capaz de cruzar a galáxia num segundo e, com seus ovos guerreiros, ele pode finalmente pôr um fim na batalha contra o Rei dos Pesadelos.
Segundo volume da saga infanto-juvenil Os Guardiões,Coelhoberto Pascoal é uma leitura rápida e saborosa, que deve ser desfrutada de um gole só. William Joyce reafirma aqui o porquê de ser considerado um mestre quando o assunto é livros para crianças. Ação e reviravoltas permeiam toda obra e novos elementos são acrescentados nesta sequência, cuja narrativa simples agradará, e muito, o público alvo.
Depois de afugentarem Breu, o Rei dos Pesadelos, e seu exército de Medonhos em Nicolau São Norte, os Guardiões retornam em Coelhoberto Pascoal – E Os Ovos Guerreiros no Centro da Terra fruindo de um breve instante de paz. Mas a guerra persiste, e, apesar da frágil placidez, é uma ameaça inabalável e constante a todos. Com a informação do Homem da Lua de que existem outras quatro relíquias da Era de Ouro espalhadas pelo mundo, os Guardiões devem tentar achá-las para se fortalecerem contra Breu — que está cada vez mais forte — antes que seja tarde (e isso pode demorar demais…).
O Rei dos Pesadelos, aparentemente, está se refugiando no subterrâneo da Terra, preparando uma vingança terrível contra Norte, Katherine e Ombric. E, quando ele ataca sorrateiramente, os Guardiões não têm como impedi-lo. Com Breu um passo na frente deles, a maneira mais rápida dos heróis derrotarem o vilão é unindo-se à Coelhoberto Pascoal, uma lendária criatura que pode definir os rumos da guerra…
Um dos aspectos mais interessantes da série de Joyce é que não há um protagonista criança/adolescente — exceto, talvez, Noiteluz, mas o personagem não assume exatamente o posto de principal). Os Guardiões são todos adultos (alguns bastante velhos, na verdade) e isso confere uma seriedade e solidez maior à saga que se um jovem estivesse à frente da história. Tudo é mais plausível e ágil exatamente por essa razão.

— Humanos vêm. Humanos vão. Deixam muitas relíquias. Estou no planeta há mais tempo que os humanos, e ainda estarei aqui tempos depois de eles desaparecem.
— Que disparate! — disse Norte. — Então não vão nos ajudar?
— Meu caro amigo, eu não disse que não ia ajudar vocês — respondeu Pascoal. — Só não estou interessado em ajudá-los.

Pascoal foi um acréscimo conveniente à trama — tanto em termos de enredo quanto de elenco. Ele desempenha um papel importante na guerra contra Breu neste volume e, claramente, também ajudará os Guardiões nos livros seguintes. Baseado no coelhinho da páscoa, no entanto, o personagem é tudo menos indefeso. Um dos únicos sobreviventes da irmandade dos Pookas (uma espécie de liga de coelhos guerreiros que remonta aos primórdios da Terra, desde quando essa era oval), ele dispõe de conhecimentos e meios que serão cruciais na luta do bem contra o mal.
Alguns integrantes do elenco também ganham mais destaque neste livro; Noiteluz e Sr. Qwerty, por exemplo, que realizam tarefas essenciais para o andamento da história. Além disso, há menções a outros personagens que serão mais bem explorados nos próximos volumes (como alguém capaz de trazer sentimentos até mesmo ao coração maléfico de Breu…).
Simpático e veloz, Coelhoberto Pascoal deixa ganchos curiosos para a continuação, e enaltece porque, para crianças e qualquer um que goste de se envolver em fantasia e magia, o mundo criado por William Joyce deve ser lido.

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