domingo, 12 de maio de 2013

Elenco e a equipe técnica do polêmico filme anti-Islã afirmam que foram enganados.

‘Inocência dos muçulmanos’, um mistério de 14 minutos.
“Inocência dos muçulmanos”, a produção amadora repleta de barbas postiças e dublagens não sincronizadas, responsável por desencadear protestos em diversos países por sua representação satírica e ofensiva do profeta Maomé significa um mistério absoluto até para os que fizeram parte do projeto. Não se sabe nem mesmo se a versão integral do trailer de 14 minutos disponível no YouTube chegou a ser exibida alguma vez ao público.

Cena de “Inocência dos muçulmanos”
Foto: ReproduçãoSteve Klein, creditado como consultor do projeto, afirmou que o filme foi exibido numa sessão de cinema em Los Angeles com um título diferente, no Vine Theater. Ainda assim, segundo ele, 30 minutos após o começo da projeção nenhum ingresso teria sido vendido.

Uma das atrizes que aparecem no filme, Cindy Lee Garcia, de Bakersfield, Califórnia, disse à Reuters que compareceu a um anúncio para um filme chamado "Guerreiro do deserto".
- É tão irreal, é como se nada do que filmamos estivesse lá - disse.
Numa das cenas, sua personagem era obrigada a entregar o filho para o “Mestre George”, descrito como um “líder forte” e “tirano”. Mas no trailer, sua voz parece ter sido dublada e ela passa a criança a Maomé. A chamada para o elenco no site Backstage.com descreve “Guerreiro do deserto” como uma produção de baixo orçamento e um filme de aventura histórica no deserto árabe.
Mas o resultado final, ou ao menos a prévia disponível no YouTube, fica muito longe desta descrição. Em um dos trechos, uma anciã diz: “Tenho mais de 120 anos. Na minha vida nunca conheci um assassino criminoso como Maomé. Mata homens. Captura mulheres e crianças. Rouba caravanas. Vende meninos como escravos depois que ele e seus homens os usam”. O elenco e a equipe técnica dizem, agora, que foram enganados.
O homem identificado como produtor do filme, Nakoula Basseley Nakoula, um cristão copta de 55 anos que vive na Califórnia, pediu que a polícia fosse até sua casa por temer represálias após a repercussão de “Inocência dos muçulmanos”. Ele nega ser também o diretor do filme, identificado inicialmente como Sam Bacile. Mas existem indícios de que os dois são a mesma pessoa: o celular do suposto cineasta foi rastreado para o mesmo endereço onde Nakoula foi encontrado e há registros de que ele já usou outros nomes.

O GLOBO (Email)
Com agências internacionais     

Publicado: 13/09/12

 

                                            

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