A PROSTITUTA ERRANTE inicia com uma jovem ingênua e romântica, filha de um burguês rico, e um criminoso sem escrúpulos mas detentor de um título de nobreza. Seduzido pela ambição, o pai concorda com a proposta do nobre, prometendo-lhe a filha em casamento nas condições estabelecidas em um pacto antenupcial. Todos os sonhos acabam tragédia já nas primeiras páginas: o pacto era mais uma falcatrua, a jovem é sequestrada, violada, publicamente humilhada, torturada e expulsa da cidade quase à morte, o criminoso assume as propriedades da família, e o pai enganado é dado como desaparecido, quiçá fugitivo.
Resgatada e salva por uma prostituta errante, não há outro caminho a seguir para a jovem, senão também tornar-se prostituta, assim como sua protetora. A contragosto, a jovem só aceita seu destino, quando o vincula a um objetivo final, a vingança contra o homem que tramou sua desgraça. Entretanto, um abismo agora se forma entre eles, pois enquanto o nobre criminoso torna-se cada vez mais rico e poderoso com o passar dos anos, a jovem não é mais do quê uma anônima prostituta, buscando o mais humilhante dos trabalhos nas periferias das feiras públicas e das festas populares.
O livro se torna mais interessante, porque mais tempo trata dos costumes da Idade Média pela visão do povo comum, com seus tipos excêntricos e seus costumes esquecidos. Isso torna o romance, um texto diferente daqueles fundados em fatos históricos contados a partir da biografia dos poderosos.
E embora a história seja como um conto de fadas com final feliz, a trama é verossímel. Mostra o amor que surge tão mais simples e direto, quando a vida já foi destroçada pelo destino e há pouco a perder e muito a construir. Também constrói a idéia de que a ambição desenfreada jamais se satisfaz com um único crime, e por isso lutar pelo direito de outras vítimas é opção plausível para obter a própria justiça.
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