quinta-feira, 28 de agosto de 2014


Iohann Moritz é um camponês romeno que, em meio à guerra, vê-se reduzido à sua dimensão social: homens deixaram de ser indivíduos e se tornaram simples membros de categorias. Denunciado como judeu, embora não o fosse, por um gendarme que lhe cobiça a esposa, Moritz cai nas mãos dos nazistas e inicia um périplo pelos mais diversos campos de concentração da Europa. Ao fugir com outros detentos para a Hungria, país "onde a vida é menos dura para os judeus", acaba detido como espião romeno e é torturado. Deportado para a Alemanha, na condição de "trabalhador húngaro voluntário", é examinado por um médico nazista que o considera um espécime excepcional da linhagem ariana. Dessa malha inextricável e sombria, sobressaem personagens tocantes, como Suzanna, a primeira esposa de Iohann, Eleonora West, editora e dona do jornal mais importante da Romênia, Alexandru Koruga, padre ortodoxo e pai do escritor Traian Koruga, intelectual e romancista amigo de Iohann Moritz, que também narra a história, numa espécie de livro dentro do livro. Ambientado num cenário irrespirável, A 25ª hora revela-se uma condenação não só do nazismo, como de todo tipo de totalitarismo. Um romance emocionante, com reflexões atuais e necessárias

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