domingo, 30 de dezembro de 2012



 Motivo de polêmica na França em 2005, O livro negro da psicanálise chega ao Brasil e promete motivar um amplo debate sobre as teorias, até agora inabaláveis, forjadas por Sigmund Freud, e também sobre a própria psicanálise. No Brasil, o livro organizado originalmente por Catherine Meyer ganhou uma edição resumida pelas mãos da psicanalista Simone Perelson, que também assina a tradução.
Com artigos, entrevistas e depoimentos, esta obra reúne os pensamentos de 23 autores, de diversos países, das áreas de história, filosofia, psiquiatria, psicologia, jornalismo e física. Os textos revelam e questionam as principais facetas da teoria e da prática freudiana e assim aproximar a discussão do grande público.
“A publicação do livro negro da psicanálise levou os psicanalistas franceses a saírem de seus lugares que costumam ocupar – lugar de discussão quase exclusivamente com os pares – e a se dirigirem aos ‘outros’, aos leigos, à mídia”, destaca a organizadora da edição brasileira.
Intelectuais do naipe da psicanalista e historiadora Elisabeth Roudinesco foram a campo contestar as ideias defendidas no livro. Os ataques empreendidos pelos autores apontam para uma série de inverdades sustentadas por Freud e destacam o declínio da psicanálise, ainda hegemônica na França, mas em declínio no restante do mundo.
A eficiência da psicanálise é confrontada com outros métodos, com destaque para as chamadas TCC – terapias cognitivo-comportamentais. Expoentes desta vertente, como Jean Cottraux, criador do diploma de TCC na Universidade de Lyon I, assinam os textos e retomam o antigo conflito entre a tradição da teoria freudo-lacaniana e esta nova vertente.



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