terça-feira, 11 de dezembro de 2012



Nasceu Józef Teodor Konrad Nalecz Korzeniowski, filho de pais poloneses, na cidade de Berdichev, na Ucrânia dominada pela Rússia czarista. Seus pais eram nacionalistas poloneses e, por causa de suas atividades políticas anti-russos, foram exilados para a remota província de Vologda, ao norte. Joseph, então com quatro anos, os acompanhou. Aos onze anos de idade, ficou órfão de pai e mãe. Seu tio materno Thaddeus Bobrowski tomou conta do sobrinho e foi seu mentor e responsável durante os 25 anos seguintes. Thaddeus queria que Joseph seguisse carreira universitária, mas em 1874, quando o rapaz tinha dezesseis anos, finalmente cedeu e concordou em deixá-lo seguir seu antigo desejo de viver no mar. Joseph viajou a Marselha, onde trabalhou em navios da marinha mercante francesa até juntar-se, em 1878, a um navio britânico, como aprendiz.
Ficaria na marinha por quase vinte anos, vi­si­tando os mais variados lugares da Ásia, da África, da América e da Europa – experiência que seria definidora da literatura do autor, além de fornecer vasto material para suas histórias. Em 1886, obteve a cidadania britânica. Oito anos depois, em 1894, ele abandonou o mar e uma car­reira bem-sucedida (chegara à posição de capitão-de-longo-curso) para se dedicar à literatura. Seu primeiro livro, Almayer’s folly (A loucura de Almayer), cuja redação fora iniciada em 1889, foi publicado em 1895, quando o autor contava já 38 anos (tam­bém dessa época data o casamento de Joseph com Jessie George). O livro foi recebido com entusiamo pela crítica e friamente pelo público. Levaria cerca de quinze anos para que a carreira literária de Conrad decolasse.
Ele escreveu, ao todo, dezessete romances, sendo os principais Lord Jim, de 1900, Nostromo,de 1904, The secret agent (O agente secreto), de 1907, e Under western eyes (Sob os olhos do ocidente), de 1911; sete novelas, entre as quais se destaca The heart of the darkness (O coração das trevas, L&PM POCKET), de 1902. Publicou ainda livros de en­saios (The mirror of the sea ou O espelho do mar, de 1906), de memórias (Some reminicences ou Algumas reminiscências, de 1912, e A personal record ou Um registro pessoal, de 1912) e textos sobre a própria obra (Notes on my books ou Notas sobre meus livros), de 1921. Muitas dessas peças ficcio­nais foram primeiramente publicadas em for­ma­to de folhetim em periódicos como Blackwood’s Edinburgh Magazine, seguindo uma prática comum na época.


Conrad é hoje considerado um dos grandes autores da língua inglesa – que ele aprendeu depois de adulto, apesar de ter com ela tido os primeiros contatos ainda quando criança, ao ver seu pai traduzir Shakespeare, entre outros autores.
Seus textos ficcionais têm em comum o tema do conflito do homem contra o próprio homem, dos limites da natureza humana e do con­fronto do homem frente à natureza selvagem. Seus ro­man­­ces, contos e novelas são povoados por per­­so­­na­­gens em situações extremas, iso­la­dos da so­cie­­dade, muitas vezes em crise com a própria identidade e com a condição de ser hu­ma­no. A maio­ria de suas peças ficcionais se asse­me­lham, na aparência, a histórias de aven­turas, apesar de proporem uma profunda reflexão sobre a natureza humana e a civilização. Conrad  de­­clarava serem Shakespeare, Walter Scott e Flaubert alguns de seus autores favoritos.

O coração das trevas foi adaptado para o cinema por Francis Ford Coppola, em Apocalipse now, em 1979, em plena Guerra do Vietnã, com enorme sucesso de público e crítica. Conrad morreu em 1924, deixando seu último romance, Suspense, inacabado.
     

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