quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

"Os maiores segredos de uma garota de programa" - Vanessa de Oliveira Vanessa de Oliveira é catarinense, tem 35 anos e uma biografia um tanto incomum: ex-garota de programa, foi dentro da profissão que aprendeu a ser tudo o que ela é hoje - empresária, palestrante, consultora da revista Playboy e escritora de 5 livros, com lançamentos internacionais (incluindo aqui Portugal, Itália, Peru e México). A ruiva entrou na profissão por dificuldades financeiras, mas saiu cinco anos depois e aprendeu lições valiosas que usaria posteriormente em seus negócios.
Ficou famosa pelo lançamento do seu primeiro livro "O diário de Marise", uma autobiografia com mais de 20 mil cópias vendidas onde ela conta detalhes dos milhares (sim, milhares: estima-se que Vaessa tenha dormido com 5 mil homens) de clientes que ela teve no decorrer dos anos de trabalho, tornando-a famosa e fazendo com que ela participasse das páginas da Folha de São Paulo e Revista Veja, programas de TV, Jô Soares e mais. Depois vieram outros títulos, "100 segredos de uma garota de programa" e "Como seduzir clientes?" onde ela ensina publicitários e empresários a lucrarem mais com seus produtos. Tem também outro voltado ao público feminino "Ele te traiu? Problema é dele!".

Nesse ano Vanessa prepare-se para seguir outra direção em sua carreira literária, lançará a saga de romance "Reunião de Bruxas", uma coleção de 3 livros, cada um a ser lançado no dia 31 de outubro (dia das bruxas) de cada ano oficial.



DP - Quais foram as maiores dificuldades e facilidades que você encontrava quando era garota de programa?
VO: A maior dificuldade foi o preconceito que eu enfrentei em 2004/2005 do ex- síndico do meu prédio. Ele fez questão de me perseguir, de me multar diversas vezes com o intuito de que eu abandonasse a moradia e ainda por cima contou a minha filha a minha profissão. Ele era um homem extremamente preconceituoso e maldoso. E você já sabe, né? Quem tem preconceitos extremistas na verdade é praticamente uma pessoa de má índole, que esconde-se atrás de uma falsa moralidade. Anos mais tarde descobrimos que ele roubara do condomínio em cerca de meio milhão de reais. E se dizia o Rei da Honestidade. Eu resisti e comprei um apartamento naquele prédio, ele acabou indo embora logo em seguida.

A maior facilidade era o fato de eu própria fazer meus horários, de não dar absolutamente nenhuma satisfação á ninguém e de ganhar um dinheiro considerável na época, que me permitia ter certo conforto que se eu trabalhasse no comércio não conseguiria ter.
Nunca foi um dinheiro fácil, mas confesso, era rápido fazer um bom volume.

DP - É possível ter muito dinheiro sendo garota de programa? Qual o programa mais rentável que já fez?
VO: Você não ficará rico, com raras excesses, mas dá para viver sem apertos.Programa custo beneficio melhor? Foi um pelo valor de R$ 1400 reais, apenas para conversar. O cliente tinha depressão e dizia me que eu fazia muito bem á ele e que comigo conseguia rir. Veja bem, este valor há 9 anos atrás era muito dinheiro, ainda mais para não fazer absolutamente nada. Eu nunca mais o vi depois daquilo.

DP - Quando você deixou de ser profissional do sexo, você tinha ideia do sucesso profissional que conseguiria depois dela?
VO: Eu sabia que faria sucesso, desde que eu tinha 15 anos sabia que um dia iria ser entrevistada pelo Jô Soares. Eu tinha certeza absoluta, mas acredite, nunca pensei que seria rápido, e quando publiquei o primeiro livro,"O diário de Marise", eu estava indo á televisao com muita frequencia, mas não tinha noção da proporção, porque estava envolvida nas entrevistas e nos outros livros, hoje olho para trás e vejo como foi grande a repercussão.
DP - Alguns críticos te consideram extremamente feminista, qual a sua postura em relação ao movimento feminista? No seu ponto de vista, existe ainda uma luta muito grande para que se alcance a igualdade entre os sexos?
VO: Aí é que está, eu não sou feminista, embora me considerem uma. Eu sou a favor do equilibrio dos relacionamentos. Como as mulheres estão em desvantagem, eu as ajudo a chegarem ao mesmo patamar que os homens, logo eles me acusam de ser feminista e ficam bastante chateados quando eu revelo as artimanhas deles (risos) oriento as mulheres a tomarem certas atitudes que exijam respeito á elas.

Mas veja, não sou radical, eu também puxo as orelhinhas de algumas mulheres e digo: mulhereda, vamos ter fé que homens bons existem!

DP - Existem muitas dificuldades no mercado literário no Brasil? Como se sente tendo títulos Best-Sellers?
VO: Eu me sinto muito afortunada, de verdade. Não estou rica, claro, ao contrário do que muita gente pensa. Mas tenho um ganho milionário em alegria e satisfação de estar fazendo exatamente o que eu tenho de fazer.

O mercado literário no Brasil é dificil, mas consegui enviar eles para o exterior e isso é a glória. Digo, Deus! Você é muito bom para mim. Mas é fato, eu corri atrás disso acontecer.
Mandei carta á centenas de editoras em diversos países do mundo até algumas encherem o saco e resolverem me publicar.

No México eu era a única Brasileira a palestrar na Feira Internacional do Livro, pensei que eles chamariam grandes nomes, mas quando eu vi era a convidada da Larousse, uma das mairoes editoras do planeta. A Feira Internacional de Guadalajara é o evento livreiro mais importante do mundo e lá estava eu… uma ex-garota de programa que tinha virado escritora.

Sabia que lá fora eles aceitam super bem meu livros? Fiz dois meses de espanhol intensivo, para poder palestrar. No final deu tudo certo. Fora que amei o México e comi muito, a comida de lá é maravilhosa.

Eu só pedia tudo sem “pica” (pimenta), porque realmente é muito forte quando vem temperada. Mas eu comi tanto que quebrei um dente (risos).
Saudade dos Tacos, dos burritos e das cebolinhas assadas…

DP - Você faz workshops, palestras e já viajou a diversos países para promover seus livros, como se dá a diferença de público? Existe muito preconceito quando você diz que já foi garota de programa?
VO: Existe curiosidade, essa é a palavra mais certa para descrever o motivo do porque inicialmente as pessoas buscam pelas minhas palestras. Quem tem preconceito não vai me assistir, essa é a verdade, mas quem está lá para ouvir está morrendo de curiosidade para saber o que eu tenho para dizer.
DP - Agora você se arrisca no gênero romance de livros, o que os leitores podem esperar da série "Reunião de Bruxas"? O que a levou a escrever essa série?
VO: É uma trilogia espiritualista. Eu tenho um lado muito religioso (quem diria, né?), acredito em Deus, rezo e agradeço sempre pela vida que eu recebi. Eu sento em frente a um prato de comida e é impossível não dizer “Obrigada!".

Aprendi a não me lamentar, mas a agradecer! Sempre! Eu percebi muitas pessoas sem sentido para suas vidas, e sem darem valor ao muito que têm, mesmo que para elas isso represente pouco. Então escrevi a Trilogia Reunião de Bruxas, que direciona a pessoa a encontrar sua verdadeira missão aqui na Terra. Afinal, não viemos aqui á passeio (embora minha filha tenha certeza absoluta disso) e te digo, nada é por acaso (pessoas que precisavam ouvir o que eu escrevbi aqui serão justamente aquelas que entrarão neste blog). E todo mundo veio aqui com um objetivo maior, na busca pela evolução espiritual. Vive bem quem encontra este caminho, o livro ajuda a direcionar-se na vida.
Sabe, tudo de uma certa forma está interligado, é nisso que eu acredito.

Sim, eu escrevo sobre coisas que normalmente as pessoas diriam serem o oposto uma da outra: Sexo e Espiritualidade, mas vamos vencer as barreiras das idéias fixas, né? E ver que tudo de certa forma está interligado e que tudo faz parte da natureza divina e portanto é uno.

Eu não frequento uma única religião, eu vou á vários lugares, acho até mesmo que a verdade está espalhada sobre vários caminhos. E sim, escrevo sobre linhas diversas também.

DP - Qual seu próximo projeto?
VO: Psicopatas do Coração, acho que este livro irá ajudar muitas mulheres a entender quando um homem é mau e quando ele é bom. Tenho certeza que muitas irão saber se identificar e conseguir solucionar seus problemas de relacionamento. Muita mulher voltará a sorrir, porque saberá o que fazer e entenderá melhor o que se passou com ela.

Sabe, quem não gosta de mim são os maus homens, porque eles ficam bravos de eu estragar o jogo deles... Os bons homens gostam de mim, porque eles estão cansados de perder as boas mulheres para os maus homens. É que o bom homem nem sempre é tão galanteador e sedutor quanto o mau homem. Este treinou a arte de sedução, mas é um estrategista e monta uma imagem preparada para aquilo que a pessoa espera que ele seja, mas nunca mostra quem de fato é durante o periodo de conquista. E a mulher só descobre que casou com um homem mau depois que algum tempo passou e ela já formou na maioria das vezes uma familia e fica com dificuldade de desvenciliar-se e reconstruir uma nova vida.

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