segunda-feira, 7 de outubro de 2013

biografia da menina que enfrentou o Talibã e sofreu um atentado na luta pelo direito à educação, vencedora do Prêmio Nobel da Paz para crianças e forte candidata ao Prêmio Nobel 2013. No meu décimo-sexto aniversário eu estava em Nova York para falar nas Nações Unidas. Ficar de pé ali e me dirigir a uma audiência naquele enorme salão onde tantos líderes mundiais já falaram antes foi assustador, mas eu sabia o que queria dizer. “Esta é a sua chance, Malala”, eu disse a mim mesma. Havia apenas 400 pessoas sentadas ao meu redor, mas quando olhei, imaginei muitos milhões. Não escrevi o discurso tendo na cabeça só os delegados da ONU; escrevi para cada pessoa no mundo todo que pudesse fazer alguma diferença. Queria alcançar todas as pessoas vivendo na miséria, aquelas crianças forçadas a trabalhar e aquelas que sofrem com o terrorismo e falta de educação. No fundo do meu coração eu esperava alcançar toda criança que pudesse ganhar coragem com as minhas palavras e se levantar pelos seus direitos. Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz. Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã. Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente. “Sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos é um direito meu”, ela diz numa das últimas passagens do livro. A história de Malala renova a crença na capacidade de uma pessoa de inspirar e modificar o mundo.

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