segunda-feira, 21 de outubro de 2013




Livro de Sonetos - Foi o próprio Vinicius de Moraes quem organizou a primeira edição deste Livro de sonetos, que veio à luz em 1957. Com o volume, o poeta fazia um balanço de sua obra e ratificava, em 35 poemas, sua dedicação a uma das formas mais populares de poesia: o soneto. Dez anos depois, veio a segunda edição do livro, e Vinicius acrescentou a ele nada menos que 25 poemas, vários deles inéditos. A edição que o leitor tem agora em mãos soma àquele conjunto dezesseis sonetos esparsos. O que se pode inferir ao longo desses anos é que os sonetos escritos por Vinicius de Moraes acabaram por formar um acervo em tudo singular no quadro da moderna poesia brasileira.Em seu prefácio à primeira edição do Livro de sonetos, Otto Lara Resende observa: "Os sonetos, como certas aves, estimam andar em bando, juntos, para juntos enfrentarem os riscos de serem abatidos, quero dizer: de serem lidos, amados e decorados". Nesse sentido, é surpreendente que a popularidade de alguns sonetos de Vinicius não os desgasta; ao contrário, é como se a notoriedade testemunhasse e, simultaneamente, acentuasse a vibração que salta deles (160 páginas).

Poemas Esparsos - Poemas esparsos é um livro surpreendente. Força, beleza, humanidade e apuro estético - comuns a todas as obras de Vinicius de Moraes - acham-se aqui numa configuração imprevista: uma seleção de poemas inéditos, ou publicados postumamente, a que se juntaram aqueles que não foram incluídos na Nova antologia poética. Este volume resulta de uma longa e minuciosa pesquisa em livros, jornais, revistas, arquivos e manuscritos. Não se trata, porém, de um levantamento com caráter documental: dispensaram-se esboços, exercícios, textos inacabados ou claramente recusados pelo autor, a fim de que viesse à luz apenas aquilo que está à altura das obras publicadas por Vinicius. No final, o leitor encontrará também, agrupados na seção "Arquivo", um estudo do percurso poético de Vinicius de Moraes assinado por Ferreira Gullar, crônicas de Fernando Sabino e Carlos Drummond de Andrade que festejam e recordam o amigo, bem como um longo depoimento, inédito em livro, de Caetano Veloso (256 páginas) .

Para Uma Menina Com Uma Flor - Os textos de Para uma menina com uma flor foram selecionados pelo próprio Vinicius entre aqueles que publicara em jornais e revistas ao longo de 25 anos, tendo 1941 como data inicial. A variedade de temas e de tons adotados é bem maior do que sugere o título escolhido por Vinicius, e o leitor descobrirá aqui algumas das marcas fundamentais de seus poemas: lirismo, emoção, ironia, apego à paisagem e ao fato cotidiano, bem como uma inequívoca capacidade de compreensão das dores e alegrias humanas. Some-se a isso o sabor singular da crônica, alcançado graças à adoção de uma linguagem clara, de um ritmo fluido e da conversão do acontecimento banal em assunto de interesse maior. Além da rigorosa fixação dos textos, um alentado caderno de imagens - muitas delas inéditas - situa o livro em seu tempo e ilustra a biografia do autor. Às crônicas, seguem-se um posfácio escrito para esta edição, assinado pela professora e crítica literária Beatriz Resende, e a transcrição de dois textos que valem como documentos: uma entrevista com Vinicius de Moraes e um poema - inédito em livro - no qual o poeta homenageia sua musa, Nelita (224 páginas).

Para Viver Um Grande Amor - Estrutura-se de modo singular: alterna poesia e prosa. As crônicas guardam as marcas típicas do gênero, como a observação aguda do cotidiano e a linguagem despojada. Mas, além disso, conforme o próprio Vinicius, "há, para o leitor que se der ao trabalho de percorrê-las em sua integridade, uma unidade evidente que as enfeixa: a do grande amor". Quanto aos poemas, encontram-se, aqui, exemplares de grande força expressiva, como o impactante "Carta aos 'Puros'". Os poemas não raro tomam para si a tarefa da crônica e, então, surgem experiências como os bem-humorados "Feijoada à minha moda" e "Olhe aqui, Mr. Buster" ou o seco e dramático "Blues para Emmett Louis Till". O volume abre com um caderno de imagens que reproduz originais de Vinicius e fotografias que ajudam a recriar o universo afetivo e intelectual do livro. Um posfácio do ensaísta Francisco Bosco, escrito especialmente para esta edição, lança um novo olhar crítico sobre a obra, ao passo que a sessão "Arquivo" recupera textos fundamentais e por vezes pouco conhecidos, como a crônica inédita em que Carlos Drummond de Andrade fala da noite de autógrafos de Para viver um grande amor (240 páginas).

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