quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Emília nasceu boneca de pano, mas começou a falar e se mostrou cheia de personalidade. O livro O noivado de Emília traz uma das primeiras histórias da trajetória dessa personagem que alegra a imaginação dos leitores

Narizinho achava que já era hora de Emília se casar e, para convencê-la a aceitar Rabicó como marido, inventou que era ele um príncipe enfeitiçado. Como o grande desejo da boneca era se tornar princesa, ela engoliu a história sem vacilar. Mas, daí em diante, as coisas não foram tão fáceis como a menina planejava. Esse é o ponto de partida de O noivado de Emília, título da Coleção Pirlimpimpim que acaba de ser lançado pelo selo Globinho.

Na história, extraída de Reinações de Narizinho, Pedrinho leva Rabicó todas as tardes para visitar a boneca. No entanto, em vez de conversar e dizer palavras de amor à noiva, o guloso só pensa em fuçar a sala para descobrir coisas de comer. Irritado com a falta de modos do Marquês, o garoto decide trocá-lo por um representante até o dia do casamento. No quintal mesmo, Pedrinho encontra o substituto perfeito: uma garrafa de óleo de rícino vazia.


Assim, Emília passa receber as visitas do Senhor Vidro Azul, um cavalheiro muito educado e de cartolinha na cabeça. Mas, quando chega o grande dia, Rabicó assume novamente seu lugar de direito e, então, precisa se esforçar para controlar seus instintos e não colocar o casamento a perder.
A genialidade de Monteiro Lobato pode ser conferida em vários aspectos dessa narrativa: na linguagem sempre “clara e cristalina como água de pote”, na construção dos personagens e na ironia fina do autor, que muitas vezes descreve comportamentos considerados polêmicos, como os motivos que levam Emília a se casar com Rabicó.
As divertidas ilustrações do livro são da dupla Sami e Bill. Muito coloridas e repletas de colagens, as ilustrações acrescentam ainda mais charme e graça à história.


O autor
José Bento Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, interior de São Paulo, em 18 de abril de 1882. Formou-se em Direito na Faculdade do Largo São Francisco, mas abandonou a profissão. Foi escritor, jornalista, tradutor, editor e empresário. Além disso, fundou sua própria editora. Publicou dezenas de livros para adultos e crianças.
Em 1920, lançou seu primeirotítulo infantil, A menina do narizinho arrebitado, que alcançou imenso sucesso. A partir daí, começaram a nascer as histórias do Sítio do Picapau Amarelo. Lobato criou aventuras com figuras bem brasileiras, recuperando costumes da roça e lendas do folclore nacional. Muitas vezes, usava também elementos da literatura universal, da mitologia grega, dos quadrinhos e do cinema. Escreveu ainda livros que falam de história, geografia e matemática, tornando-se pioneiro na literatura paradidática – aquela em que se aprende brincando.
Lobato faleceu em São Paulo, em 4 de julho de 1948. É considerado o pai da literatura infantil no Brasil.

Os ilustradores
Sami e Bil são os apelidos de infância de Samuel Ribeiro e Fábio Borges, dupla de artistas gráficos que vem se destacando entre os ilustradores brasileiros. Amigos desde criança, os dois nasceram em Penápolis, no interior Paulista, e se formaram em Magistério e em Desenho Industrial. Trabalhando em parceria, eles já ilustraram mais de trinta livros.

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