quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Jamie Dimon, do JPMorgan, fala do seu maior erro.

Jamie Dimon, presidente do banco JPMorgan Chase, saiu ileso da crise de 2008 e ganhou fama de infalível. Até perder mais de 6 bilhões de dólares numa operação e virar alvo.
Jamie Dimon, presidente do JPMorgan Chase: “Apesar do tropeço, bateremos recorde”
Jamie Dimon, presidente do JPMorgan Chase São Paulo - Jamie Dimon, principal executivo do banco americano JPMorgan Chase, não é de levar desaforo para casa. Mesmo em depoimentos ao Congresso americano, onde osexecutivos costumam adotar uma postura dócil, Dimon aponta erros em perguntas feitas por senadores e não perde a pose.

Por sua política conservadora na gestão de riscos no período anterior à crise financeira de 2008, Dimon alçou o JPMorgan do terceiro lugar para o topo no ranking dos maiores bancos americanos. Passou então a ser chamado de “o último homem em pé”, já que seus pares estavam todos combalidos.
Usou o prestígio acumulado para defender o papel do mercado financeiro numa economia moderna, contrapondo-se ao sentimento anti-Wall Street que varreu o mundo. No primeiro semestre deste ano, porém, uma operação malsucedida com derivativos da filial do JPMorgan em Londres fez o banco perder mais de 6 bilhões de dólares, uma mancha e tanto na reputação de Dimon. Fiel a seu estilo, ele garante: “Em 2012, teremos resultados recordes pelo terceiro ano consecutivo”.
EXAME - A perda de mais de 6 bilhões de dólares numa operação com derivativos pode refletir uma fraqueza na cultura e na liderança do banco?
Jamie Dimon - Não. Reflete uma fraqueza, mas não na cultura e na liderança. Fizemos um gran­de erro. Mas é bom lembrar que, se­gundo vários analistas de mercado, neste ano teremos um resultado recorde. Será o terceiro ano consecutivo de desem­penho recorde. Não estou di­mi­nuin­do a importância do erro. Lamentavelmente, coisas assim ocorrem. Mas fomos rentáveis e geramos bons resultados durante todo o ano até agora.
EXAME - Um erro de mais de 6 bilhões de dólares é grande em qualquer empresa do mundo, não?
Jamie Dimon - Sim. É por isso que temos um balanço que é uma fortaleza. Para nós, foi uma gota no oceano, uma avaria no casco do nosso navio. Para mim, nenhum erro pode ter esse porte. Mas isso não tira o brilho do que foi conquistado nos últimos cinco anos. Até agora, foi o maior erro da minha carreira. Se Deus quiser, não haverá outro pior.
EXAME - Nos últimos tempos, vimos outros exemplos de operadores de bancos, como UBS e Société Générale, indo longe demais em operações. Existe um problema sistêmico?
Jamie Dimon - Nosso caso foi completamente diferente. Era uma estratégia errada, executada e auditada equivocadamente. Foi uma coisa estúpida feita de forma deliberada. Mas dizer que isso coloca o sistema em perigo é um absurdo. É impossível ter um sistema financeiro em que se possa antecipar todos os problemas antes que venham à tona.
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