Atriz debuta no posto de cineasta no longa 'Na terra do amor e do ódio'.Excessivamente longo, o melodrama se perde em um roteiro fraco.
Angelina Jolie é uma artista militante, engajada em causas humanitárias. Ela leva a sério seu papel como embaixadora da Boa Vontade do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e dispende tempo e parte de sua fortuna defendendo os mais fracos. Por isso é elogiável seu esforço para denunciar as atrocidades cometidas na Guerra da Bósnia (1992-1995), na antiga Iugoslávia, no filme que marca sua estreia na direção de ficções, "Na Terra do Amor e do Ódio". Em 2007, a atriz dirigiu o documentário "A Place in Time".
Mas, apesar de toda sua boa vontade, a obra de arte fica aquém de suas intenções como ativista política. Mesmo nos Estados Unidos, o filme foi um fracasso de bilheteria, arrecadando pouco mais de US$ 300 mil.
Excessivamente longo, o melodrama se perde em um roteiro fraco e ingênuo e não consegue atrair a empatia do espectador para o casal de protagonistas: Ajla (Zana Marjanovic) e Danijel (Goran Kostic). Ela, uma artista plástica, e ele, oficial do Exército sérvio. Ela, muçulmana; ele, cristão. Ambos vivem na mesma cidade na Bósnia e, apesar de serem de religiões diferentes, dançam animadamente numa discoteca.
Após 1992, os vários povos que conviviam pacificamente na região se degladiaram numa sanguinária guerra civil, depois do esfacelamento do comunismo, que deixou quase 100 mil mortos, sendo mais de 80 por cento civis bósnios. Homens, mulheres e crianças foram massacrados num programa de limpeza étnica.
O início das animosidades é simbolizado por um atentado contra a discoteca em que Ajla e Danijel se divertem. A vida não será mais a mesma. O casal volta a se reencontrar pouco tempo depois, quando os sérvios passam a controlar a região e obrigam os muçulmanos a abandonar suas casas. Uma parte das mulheres é levada para campos de prisioneiros, onde são sistematicamente estupradas; os homens são fuzilados nas ruas.
Danijel é filho de um comandante militar e lidera a tropa. No campo, reencontra Ajla e a mantém como protegida. A relação entre os dois é dúbia, principalmente por parte da artista, que é poupada de atrocidades maiores, mas não ignora o sofrimento de seu povo. O pai do militar não aprova a atitude do filho e vai interferir duramente.
O filme mostra as atrocidades cometidas pelos sérvios, motivo de protestos da comunidade internacional, criando um paralelo com o holocausto contra os judeus na Segunda Guerra Mundial. Existe uma reação interna, mas ela não é forte o suficiente para mudar o rumo do conflito. Falta um papel mais enérgico dos Estados Unidos e dos países da Europa. O pai de Danijel acredita que falta pouco para suas tropas ocuparem todo o território. Mas os rebeldes podem se valer da prisão de Ajla para obter algum benefício.
(Por Luiz Vita, do Cineweb)
Angelina Jolie é uma artista militante, engajada em causas humanitárias. Ela leva a sério seu papel como embaixadora da Boa Vontade do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e dispende tempo e parte de sua fortuna defendendo os mais fracos. Por isso é elogiável seu esforço para denunciar as atrocidades cometidas na Guerra da Bósnia (1992-1995), na antiga Iugoslávia, no filme que marca sua estreia na direção de ficções, "Na Terra do Amor e do Ódio". Em 2007, a atriz dirigiu o documentário "A Place in Time".
Mas, apesar de toda sua boa vontade, a obra de arte fica aquém de suas intenções como ativista política. Mesmo nos Estados Unidos, o filme foi um fracasso de bilheteria, arrecadando pouco mais de US$ 300 mil.
Excessivamente longo, o melodrama se perde em um roteiro fraco e ingênuo e não consegue atrair a empatia do espectador para o casal de protagonistas: Ajla (Zana Marjanovic) e Danijel (Goran Kostic). Ela, uma artista plástica, e ele, oficial do Exército sérvio. Ela, muçulmana; ele, cristão. Ambos vivem na mesma cidade na Bósnia e, apesar de serem de religiões diferentes, dançam animadamente numa discoteca.
Após 1992, os vários povos que conviviam pacificamente na região se degladiaram numa sanguinária guerra civil, depois do esfacelamento do comunismo, que deixou quase 100 mil mortos, sendo mais de 80 por cento civis bósnios. Homens, mulheres e crianças foram massacrados num programa de limpeza étnica.
O início das animosidades é simbolizado por um atentado contra a discoteca em que Ajla e Danijel se divertem. A vida não será mais a mesma. O casal volta a se reencontrar pouco tempo depois, quando os sérvios passam a controlar a região e obrigam os muçulmanos a abandonar suas casas. Uma parte das mulheres é levada para campos de prisioneiros, onde são sistematicamente estupradas; os homens são fuzilados nas ruas.
Danijel é filho de um comandante militar e lidera a tropa. No campo, reencontra Ajla e a mantém como protegida. A relação entre os dois é dúbia, principalmente por parte da artista, que é poupada de atrocidades maiores, mas não ignora o sofrimento de seu povo. O pai do militar não aprova a atitude do filho e vai interferir duramente.
O filme mostra as atrocidades cometidas pelos sérvios, motivo de protestos da comunidade internacional, criando um paralelo com o holocausto contra os judeus na Segunda Guerra Mundial. Existe uma reação interna, mas ela não é forte o suficiente para mudar o rumo do conflito. Falta um papel mais enérgico dos Estados Unidos e dos países da Europa. O pai de Danijel acredita que falta pouco para suas tropas ocuparem todo o território. Mas os rebeldes podem se valer da prisão de Ajla para obter algum benefício.
(Por Luiz Vita, do Cineweb)
Nenhum comentário:
Postar um comentário