quarta-feira, 26 de junho de 2013



Manifestações derrubaram antigos governantes e fortaleceram ditaduras Dentre os motores dos movimentos no norte da África e no Oriente Médio iniciados no fim de 2010, "grande parte das revoltas possui motivações econômicas, que, combinadas com fatores políticos e culturais, dão uma visão mais ampla das complexas razões que fomentaram as manifestações", conta Fernando Brancoli em "Primavera Árabe: Praças, Ruas e Revoltas".
"Não é coincidência que manifestantes no Cairo brandissem bisnagas de pão durante as manifestações, transformando o alimento em um símbolo do levante", escreve.
Para elaborar o texto, o autor usou dados coletados nos países em que ocorreram, e ainda ocorrem, as manifestações que receberam a nomenclatura genérica de Primavera Árabe por similaridade cultural.
Segundo Brancoli, "é preciso tomar distância das perspectivas opostas, em que os protestos eclodidos na região são vistos como 'revoltas exclusivamente democráticas' --em uma perspectiva maniqueísta de 'libertação do povo contra ditadores maléficos'".
"Em muitos casos, as insurreições têm como escopo, simplesmente, a troca das lideranças e do status quo."
O livro se divide em capítulos temáticos nos quais os protestos são analisados e as modificações nas estruturas políticas são examinadas. Questões sobre soberania e intervenção humanitária também receberam a atenção do autor como pontos fundamentais no debate das relações internacionais.
Graduado em jornalismo e mestre em estudos estratégicos, Fernando Brancoli é doutorando em relações internacionais pelo programa interinstitucional de pós-graduação em relações internacionais San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e PUC-SP).

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