Carnaval: uma Festa Profana ou Cristã?
Breve análise da origem e significado do Carnaval, feito a partir do estudo do capítulo Tempo e Religião – O Calendário Cristão, de Michel Armengaud, páginas 230 à 234 do livro O Tempo, da Biblioteca Rosacruz.
No calendário cristão, há as festas fixas, ditas solares, e as festas móveis, ditas soli-lunares. As festas móveis são organizadas a partir da Páscoa. O carnaval se insere como uma das festas móveis do cristianismo. Na definição do seu dia devemos partir da determinação da data da Páscoa, o que já se mostra um problema não fácil de ser entendido.
Vamos tentar simplificar: foi o Imperador Constantino, no Concílio de Nicéia quem decidiu que a festa da Páscoa deveria ser celebrada no domingo seguinte à primeira lua cheia da primavera. Ou seja, para que se defina o dia de Páscoa, se faz necessário que aguardemos pela primeira lua cheia do equinócio da primavera e então, a partir dai, pelo primeiro domingo seguinte a esta lua cheia. Assim, o dia de Páscoa, segundo o Calendário Cristão, é o domingo seguinte à primeira lua cheia do equinócio da primavera, por ordem do imperador Constantino.
Por isso, a festa da Páscoa é uma festa móvel, que ocorre dentro de um período de 35 dias, isto é, entre os dias 22 de março e 25 de abril de cada ano.
Esses esclarecimentos são necessários, haja vista que todas as festas móveis do cristianismo partem da definição do dia de Páscoa. A primeira festa móvel do Calendário Cristão, é a Terça Gorda, que se celebra entre 03 de fevereiro e 9 de março, enquanto que a última festa desse Calendário, é Corpus Christi, que varia entre 21 de maio e 24 de junho. A Terça Gorda, no Calendário Cristão, é o fechamento do tempo de Carnaval, que marca o sacrifício do rei da festa, que é jogado na água, ou é queimado. Esse sacrifício simboliza o fim do velho homem e sua preparação para dar lugar ao novo homem.
As datas limítrofes do Calendário Cristão são o dia 3 de fevereiro, dia de São Brás (dia seguinte à Candelária, que pode marcar, também, a Terça Gorda) e 24 de junho, dia de São João Batista. O Carnaval corresponde, exatamento, à articulação entre as festas móveis e as festas fixas, do Calendário de Festas do Cristianismo.
É lamentável que esse simbolismo não seja respeitado pelos entes ditos “modernos” e que são responsáveis pela organização do período de Carnaval, dando ênfase, quase que totalmente, ao lado profano e esquecendo, por completo, do lado sagrado, preocupando-se, única e exclusivamente, com o lucro.
O nome CARNAVAL, deriva da expressão carne levanem, ou carne levare, que tem o significado do período onde é proíbido o consumo da carne, porquanto se está entrando na Quaresma, ou seja, 46 dias antes da Páscoa. O número de 46 dias, e não 40, corresponde ao período de 40 dias de jejum, excetuando-se os domingos, perfazendo, dessa forma, 46 dias. De se notar que a Terça Gorda ocorre, sempre, na Lua Nova, enquanto que a Páscoa, se dá, na Lua Cheia. A partir dai, a implantação da Semana Santa pela Igreja Católica, que é antecedida pelos quarenta dias de jejum, acabaria por incentivar a
reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. O "Carnaval" está, desse modo, relacionado com a ideia de deleite, dos prazeres da carne. Nos dias atuais, em geral, o Carnaval tem a duração de três dias, que são os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos" (dai a Terça-feira gorda, também conhecida pelo termo francês Mardi Gras). O termo mardi gras é sinônimo de Carnaval.
Por fim, exortamos a todos, quer sejam místicos, ou não, que nesses próximos dias, de período carnavalesco, nos fixemos no aspecto simbólico cristão do Carnaval, de tão grande riqueza, fazendo com
que o “velho homem” pereça e faça ressurgir o “novo homem”, imbuído de pensamentos, palavras e atos nobres, derramando pelo Planeta a mais plena e sincera Paz Profunda, a que os Rosacruzes tanto aludem, a partir da nossa amada Ordem Rosacruz – AMORC.
Sincera e fraternalmente,
Gilberto Calixto
GRANDE CONSELHEIRO
Fonte: MYSTIC BYTE – N 57 – Fevereiro/Março 2012 - Ano R+C 3364/3365
Laetare (lat. laetare "Alegra-te!"), também chamado de "Domingo Laetare" ou "Domingo da Alegria", é o quarto domingo da quaresma.
A própria antífona da entrada da Santa Missa dá o tom que celebramos: "Laetare Jerusalém", ou em português:“Alegra-te, Jerusalém!”. A celebração litúrgica neste domingo é profundamente marcada pelo tema "luz". É a cena da "cura do cego de nascença" no Evangelho. É de tradição da igreja, neste dia, que use-se a cor rosa na liturgia.[1]
A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. As cinzas que os cristãos católicos recebem neste dia é um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte.
Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa sem contar os domingos ( que não são incluídos naQuaresma) ou quarenta e seis dias contando os domingos. Seu posicionamento varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. A data pode variar do começo de fevereiro até à segunda semana de março.
Alguns cristãos tratam a quarta-feira de cinzas como um dia para se lembrar a mortalidade da própria mortalidade. Missas são realizadas tradicionalmente nesse dia nas quais os participantes são abençoados com cinzas pelo padre que preside à cerimónia. O padre marca a testa de cada celebrante com cinzas, deixando uma marca que o cristão normalmente deixa em sua testa até ao pôr do sol, antes de lavá-la. Esse simbolismo relembra a antiga tradição do Médio Oriente de jogar cinzas sobre a cabeça como símbolo de arrependimento perante Deus (como relatado diversas vezes na Bíblia). No Catolicismo Romano é um dia de jejum e abstinência.
Como é o primeiro dia da Quaresma, ele ocorre um dia após do carnaval. A Igreja Ortodoxa não observa a quarta-feira de cinzas, começando a quaresma já na segunda-feira anterior a ela.
Tempo da Quaresma
A quaresma tem seu inicio na quarta-feira de cinzas e seu término ocorre na Sexta-feira santa, até a celebração da Missa da Ceia do Senhor Jesus Cristo com os doze apóstolos... os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.A quaresma vai a até a páscoa quando o Senhor ressucita.
Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa penitência. O roxo no tempo da quaresma não significa luto e sim simboliza que a igreja está se preparando espiritualmente para a grande festa da páscoa, a ressurreição de Jesus Cristo.
Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.
Quarenta Dias
O tempo da quaresma é de quarenta dias, porém em dias corridos somam quarenta e sete pois, de acordo com o cristianismo, o domingo, que já é dedicado como o dia do Senhor, durante a quaresma não é contado. Após esse período, se inicia o Tríduo Pascal, que termina noDomingo de Páscoa.Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer. Antes de iniciar sua vida pública, logo após ter sido batizado por João no rio Jordão, Jesus passou 40 dias no deserto. Esse retiro de Jesus mostra a necessidade que ele teve em se preparar para a missão que o esperava. Contam os Evangelhos que no deserto Jesus era conduzido pelo Espírito, o que quer significar que vivia em oração e recolhimento, discernindo a vontade de Deus para sua vida e como atuaria a partir de então. No tempo que passou no deserto Jesus teve uma profunda experiência de encontro com o Pai. E, tendo vivido intensamente esse encontro, foi tentado pelo diabo.As tentações que Jesus viveu são apresentadas como aquelas que também os cristãos precisam viver. É por isso então, que os cristãos realizam uma penitência de quarenta dias, chamada quaresma.
Tempo de Oração
A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja Católica, a Igreja Anglicana e algumas protestantes marcam para preparar os fiéis para a grande festa da Páscoa. Durante este período, os seus fiéis são convidados a um período de penitência e meditação, por meio da prática do jejum, da esmola e da oração. Ao longo deste período, sobretudo na liturgia do domingo, é feito um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que pretendem viver como filhos de Deus.
A Igreja Católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na Quarta-feira de Cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma consequência da penitência.
Breve análise da origem e significado do Carnaval, feito a partir do estudo do capítulo Tempo e Religião – O Calendário Cristão, de Michel Armengaud, páginas 230 à 234 do livro O Tempo, da Biblioteca Rosacruz.
No calendário cristão, há as festas fixas, ditas solares, e as festas móveis, ditas soli-lunares. As festas móveis são organizadas a partir da Páscoa. O carnaval se insere como uma das festas móveis do cristianismo. Na definição do seu dia devemos partir da determinação da data da Páscoa, o que já se mostra um problema não fácil de ser entendido.
Vamos tentar simplificar: foi o Imperador Constantino, no Concílio de Nicéia quem decidiu que a festa da Páscoa deveria ser celebrada no domingo seguinte à primeira lua cheia da primavera. Ou seja, para que se defina o dia de Páscoa, se faz necessário que aguardemos pela primeira lua cheia do equinócio da primavera e então, a partir dai, pelo primeiro domingo seguinte a esta lua cheia. Assim, o dia de Páscoa, segundo o Calendário Cristão, é o domingo seguinte à primeira lua cheia do equinócio da primavera, por ordem do imperador Constantino.
Por isso, a festa da Páscoa é uma festa móvel, que ocorre dentro de um período de 35 dias, isto é, entre os dias 22 de março e 25 de abril de cada ano.
Esses esclarecimentos são necessários, haja vista que todas as festas móveis do cristianismo partem da definição do dia de Páscoa. A primeira festa móvel do Calendário Cristão, é a Terça Gorda, que se celebra entre 03 de fevereiro e 9 de março, enquanto que a última festa desse Calendário, é Corpus Christi, que varia entre 21 de maio e 24 de junho. A Terça Gorda, no Calendário Cristão, é o fechamento do tempo de Carnaval, que marca o sacrifício do rei da festa, que é jogado na água, ou é queimado. Esse sacrifício simboliza o fim do velho homem e sua preparação para dar lugar ao novo homem.
As datas limítrofes do Calendário Cristão são o dia 3 de fevereiro, dia de São Brás (dia seguinte à Candelária, que pode marcar, também, a Terça Gorda) e 24 de junho, dia de São João Batista. O Carnaval corresponde, exatamento, à articulação entre as festas móveis e as festas fixas, do Calendário de Festas do Cristianismo.
É lamentável que esse simbolismo não seja respeitado pelos entes ditos “modernos” e que são responsáveis pela organização do período de Carnaval, dando ênfase, quase que totalmente, ao lado profano e esquecendo, por completo, do lado sagrado, preocupando-se, única e exclusivamente, com o lucro.
O nome CARNAVAL, deriva da expressão carne levanem, ou carne levare, que tem o significado do período onde é proíbido o consumo da carne, porquanto se está entrando na Quaresma, ou seja, 46 dias antes da Páscoa. O número de 46 dias, e não 40, corresponde ao período de 40 dias de jejum, excetuando-se os domingos, perfazendo, dessa forma, 46 dias. De se notar que a Terça Gorda ocorre, sempre, na Lua Nova, enquanto que a Páscoa, se dá, na Lua Cheia. A partir dai, a implantação da Semana Santa pela Igreja Católica, que é antecedida pelos quarenta dias de jejum, acabaria por incentivar a
reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. O "Carnaval" está, desse modo, relacionado com a ideia de deleite, dos prazeres da carne. Nos dias atuais, em geral, o Carnaval tem a duração de três dias, que são os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos" (dai a Terça-feira gorda, também conhecida pelo termo francês Mardi Gras). O termo mardi gras é sinônimo de Carnaval.
Por fim, exortamos a todos, quer sejam místicos, ou não, que nesses próximos dias, de período carnavalesco, nos fixemos no aspecto simbólico cristão do Carnaval, de tão grande riqueza, fazendo com
que o “velho homem” pereça e faça ressurgir o “novo homem”, imbuído de pensamentos, palavras e atos nobres, derramando pelo Planeta a mais plena e sincera Paz Profunda, a que os Rosacruzes tanto aludem, a partir da nossa amada Ordem Rosacruz – AMORC.
Sincera e fraternalmente,
Gilberto Calixto
GRANDE CONSELHEIRO
Fonte: MYSTIC BYTE – N 57 – Fevereiro/Março 2012 - Ano R+C 3364/3365
Laetare (lat. laetare "Alegra-te!"), também chamado de "Domingo Laetare" ou "Domingo da Alegria", é o quarto domingo da quaresma.
A própria antífona da entrada da Santa Missa dá o tom que celebramos: "Laetare Jerusalém", ou em português:“Alegra-te, Jerusalém!”. A celebração litúrgica neste domingo é profundamente marcada pelo tema "luz". É a cena da "cura do cego de nascença" no Evangelho. É de tradição da igreja, neste dia, que use-se a cor rosa na liturgia.[1]
A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. As cinzas que os cristãos católicos recebem neste dia é um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte.
Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa sem contar os domingos ( que não são incluídos naQuaresma) ou quarenta e seis dias contando os domingos. Seu posicionamento varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. A data pode variar do começo de fevereiro até à segunda semana de março.
Alguns cristãos tratam a quarta-feira de cinzas como um dia para se lembrar a mortalidade da própria mortalidade. Missas são realizadas tradicionalmente nesse dia nas quais os participantes são abençoados com cinzas pelo padre que preside à cerimónia. O padre marca a testa de cada celebrante com cinzas, deixando uma marca que o cristão normalmente deixa em sua testa até ao pôr do sol, antes de lavá-la. Esse simbolismo relembra a antiga tradição do Médio Oriente de jogar cinzas sobre a cabeça como símbolo de arrependimento perante Deus (como relatado diversas vezes na Bíblia). No Catolicismo Romano é um dia de jejum e abstinência.
Como é o primeiro dia da Quaresma, ele ocorre um dia após do carnaval. A Igreja Ortodoxa não observa a quarta-feira de cinzas, começando a quaresma já na segunda-feira anterior a ela.
Tempo da Quaresma
A quaresma tem seu inicio na quarta-feira de cinzas e seu término ocorre na Sexta-feira santa, até a celebração da Missa da Ceia do Senhor Jesus Cristo com os doze apóstolos... os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.A quaresma vai a até a páscoa quando o Senhor ressucita.
Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa penitência. O roxo no tempo da quaresma não significa luto e sim simboliza que a igreja está se preparando espiritualmente para a grande festa da páscoa, a ressurreição de Jesus Cristo.
Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.
Quarenta Dias
O tempo da quaresma é de quarenta dias, porém em dias corridos somam quarenta e sete pois, de acordo com o cristianismo, o domingo, que já é dedicado como o dia do Senhor, durante a quaresma não é contado. Após esse período, se inicia o Tríduo Pascal, que termina noDomingo de Páscoa.Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer. Antes de iniciar sua vida pública, logo após ter sido batizado por João no rio Jordão, Jesus passou 40 dias no deserto. Esse retiro de Jesus mostra a necessidade que ele teve em se preparar para a missão que o esperava. Contam os Evangelhos que no deserto Jesus era conduzido pelo Espírito, o que quer significar que vivia em oração e recolhimento, discernindo a vontade de Deus para sua vida e como atuaria a partir de então. No tempo que passou no deserto Jesus teve uma profunda experiência de encontro com o Pai. E, tendo vivido intensamente esse encontro, foi tentado pelo diabo.As tentações que Jesus viveu são apresentadas como aquelas que também os cristãos precisam viver. É por isso então, que os cristãos realizam uma penitência de quarenta dias, chamada quaresma.
Tempo de Oração
A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja Católica, a Igreja Anglicana e algumas protestantes marcam para preparar os fiéis para a grande festa da Páscoa. Durante este período, os seus fiéis são convidados a um período de penitência e meditação, por meio da prática do jejum, da esmola e da oração. Ao longo deste período, sobretudo na liturgia do domingo, é feito um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que pretendem viver como filhos de Deus.
A Igreja Católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na Quarta-feira de Cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma consequência da penitência.
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