Além de homenageá-la, a intenção de trazer a mostra, que dura até 1º de abril, ao Brasil se deve ao fato de que Marilyn Monroe, encontrada morta em sua casa aos 36 anos por overdose de tranquilizantes, ainda hoje é um tema popular. Produtor-executivo do evento, Ricardo Comissoli alia o apelo do mito ao bom momento do país no mercado de cultura.
- É impressionante como Marilyn ainda está presente em todo o mundo. Ela morreu há 50 anos, mas ainda é muito "viva". São incontáveis as campanhas de moda e beleza inspiradas nela, ensaios fotográficos, capas de revista, filmes, maquiagens, penteados... Não consigo pensar em outra figura pública que possa substitui-la. Além disso, o mercado cultural está passando por uma transformação muito positiva. Todas as classes sociais estão consumindo arte. A internet e exposições interativas e gratuitas têm servido de estímulo - comemora.
Além de ser um dos maiores ícones de beleza do século XX, Marilyn Monroe teve uma considerável carreira no cinema. São mais de 30 filmes no currículo - das pequenas pontas a papéis que se tornaram clássicos de Hollywood. Alguns deles serão exibidos na mostra, de sua fase iniciante, como "A malvada" (1950) e "O inventor da mocidade" (1952), até os que a consagraram, caso de "Os homens preferem as louras" (1953), "Quanto mais quente melhor" (1959) e "Os desajustados" (1961).
Há uma má notícia, no entanto, para os cariocas. Com uma arrecadação de R$ 500 mil - R$ 250 mil via lei Rouanet e outros R$ 250 mil de empresas diversas -, a mostra não tem previsão de desembarcar no Rio de Janeiro ou em outros estados do Brasil. Depois de passar por São Paulo, a memorabilia de Marilyn segue para o Japão.
- É um orçamento baixo para uma exposição deste porte, que inclui empréstimo de acervo, montagem e transporte especializados. Estamos trabalhando para promover itinerância pelo Brasil, mas precisamos de patrocínio - diz Comissoli, que aproveita para analisar a imagem nacional em relação ao mundo da arte: - A imagem do Brasil está muito boa. Mas isso tem dois lados, porque você cria uma expectativa e tem que atendê-la, superando a precariedade de algumas instalações e a falta de recursos. Não basta ter dinheiro, mas qualificação. Você lida com acervo único. Se um quadro é danificado, não tem como repor. Estamos ganhando referência, mas ainda falta infraestrutura -pondera.
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