segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Ao descobrir que a filha está grávida de Leandro, Jaime faz valer o nome do livro e manda emparedar a jovem

Amores Roubados: inspirado em livro, Antônia pode ser emparedada viva a mando do pai
  Amores Roubados, minissérie exibida na faixa das 23h na Globo/TV Bahia, termina hoje cercada por mistérios. O autor George Moura guarda a sete chaves os desfechos dos principais personagens da história livremente inspirada no livro A Emparedada da Rua Nova, do escritor Carneiro Vilela (1846-1913).
Na trama original, Leandro (Cauã Reymond) morre com um tiro na cabeça disparado por Jaime Favais (Murilo Benício). As três mulheres que caíram de amores pelo Dom Juan do sertão também têm finais tristes no livro. Isabel (Patricia Pillar), mulher de Jaime, fica louca.
Já o fim de Celeste (Dira Paes) fica em aberto. “Do que se passou, porém, depois que o marido surpreendeu sua confissão nada podemos adiantar porque faz parte de outro romance”, diz o trecho da obra.

Emparedada
O desfecho mais trágico no original, no entanto, é o de Antônia (Ísis Valverde). Ao descobrir que a filha está grávida de Leandro, Jaime faz valer o nome do livro e manda emparedar a jovem. Ela implora pela sua vida e pela do filho que está carregando, mas Jaime está decidido a lavar a sua honra.
Na minissérie, Isabel já dá sinais de loucura, mas nada é dito sobre os protagonistas Antônia e Leandro. Tudo pode acontecer. “Ninguém terá certeza até lá se ele morreu ou não”, afirma George Moura.
“As pessoas, aos poucos, foram se identificando com os dilemas do Leandro, e entenderam que ele não é um vilão. Ele tem uma autoestima baixa e usa a sedução para compensar isso”, diz Cauã Reymond. “São atrizes maravilhosas. Tivemos cenas das mais diversas. Sensuais, dramáticas e com diálogos fortíssimos. E todas correram com fluidez”, emenda o ator.
A série se encerra com ótima média geral de audiência: 30 pontos - cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande São Paulo. Com o feito, só perdeu para Amor à Vida.

 Mais de 100 anos de sua publicação, "A Emparedada da Rua Nova", escrito por Carneiro Vilela, se tornou um sucesso de vendas. Após servir como inspiração para a minissérie "Amores Roubados", que tem seu último capítulo exibido nesta sexta-feira (17), o livro, sobre uma lenda Urbana pernambucana, viu as vendas crescerem em 300%, sobretudo no Rio de Janeiro e São Paulo. E isso é apenas uma estimativa.

"Esperávamos essa repercussão, estamos recebendo pedidos do Brasil inteiro", conta Alexandre Monteiro, gerente de marketing da Cepe (Companhia Editora de Pernambuco) que edita o livro.

Para dar conta desse montante e do alto crescimento, identificado apenas por estimativa, foi preciso, nas palavras de Monteiro, "colocar mais água no feijão". "Precisávamos reforçar e fazer reimpressões para dar conta dos pedidos".
Publicado inicialmente em folhetins locais, entre 1909 e 1912, "A Emparedada" se passa no Recife da metade do século XIX, e relata um crime bárbaro, onde uma jovem burguesa é emparedada viva em seu próprio quarto, deixando no ar, até hoje, o mistério se o crime realmente aconteceu ou foi invenção de Vilela -- e a sinopse termina aqui para não estragar a surpresa do capítulo final, que vai ao ar nesta sexta-feira (17), após ser duas semanas de mistério e elogios.
A adaptação para os tempos de hoje foi feita pelo dramaturgo e roteirista George Moura.

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