quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O Selvagem da Motocicleta – S.E. Hinton | Rumble Fish (1983) – F.F. Coppola

 Lendo O Selvagem da Motocicleta eu tive a sensação de rever os personagens deVidas Sem Rumo vivendo uma outra história. Rusty-James, Steve e Motorcycle Boy lembram muito o trio Ponyboy, Johnny e Dallas. Especialmente Motorcycle Boy, o bad boy atormentado com altos níveis de charme e carisma, que é temido e admirado por todos. Já vendo o filme, com o filtro do diretor e a caracterização dos atores, a diferença fica mais marcada, até porque no filme eles são bem menos inocentes e não têm a menor cara de meninos de 14 e 17 anos.







Como no livro anterior, Hinton traz a questão das brigas masculinas, o prazer que elas causam e sua relação com disputas por território ou vaidade, mas aqui não há diferenças sociais. Os personagens não sabem ao certo porque brigam, são como os peixes betta, peixes de briga que não podem estar no mesmo aquário com outro da mesma espécie. Mais uma vez também ela trata de coisas como o relacionamento entre irmãos, a estrutura familiar e a rejeição a drogas pesadas, mas tudo numa história bem curta, sem tempo para muita profundidade.

O Coppola então preencheu a história de uma maneira muito visual, começando pela escolha do preto e branco, que não é gratuita porque Motorcycle Boy não vê cores. As cenas são muito simbólicas e os efeitos de câmera, fotografia e jogos de luz e sombra são o barato do filme; o diretor parece ter lambido cada cena para que ficasse como ele queria esteticamente. Um exemplo disso é a presença constante de relógios nas cenas, talvez para salientar a ansiedade de Rusty-James.

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