sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Nélida Piñon é nomeada embaixadora ibero-americana da cultura

A cultura gerada pelo encontro desses mundos é vasta e complexa. Agora, uma escritora brasileira vai representá-la para toda a vida.

  




*Todas as citações, em itálico, são de Nélida Piñon.
1937
Nélida Cuiñas Piñon nasce no dia 3 de maio, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro.
"Vila Isabel foi minha casa espiritual por muito tempo (...) A cultura popular me enriqueceu. Poucos sabem que fui freqüentadora da Rádio Nacional, do programa do César de Alencar..."
São seus pais Olivia Carmen Cuiñas Piñon, brasileira filha de galegos, e Lino Piñon Muiños, comerciante, natural de Borela, município de Cotobade (Galiza). Na década de 1910, seu avô materno, Daniel Cuiñas, chega de Carballedo (Cotobade) "para conquistar o Brasil".
"Inventar é uma saga antiga, precedeu-me antes do nascimento. Talvez tivesse sido a vocação de meu avô, Daniel, imigrante galego, que se aventurou cedo a cruzar o Atlântico, obedecendo ao gosto da aventura, e à necessidade de instalar-se numa terra que lhe ofertasse horizontes mais amplos. Ou talvez inventar tenha começado com meu pai, Lino, igualmente disperso e com a cabeça tantas vezes mergulhada nos livros."
A escritora Nélida Piñon foi nomeada nesta sexta-feira (21), na Espanha, embaixadora ibero-americana da cultura. A homenagem é um reconhecimento da obra da brasileira como expressão dos povos de dois continentes, unidos por dois idiomas e pela história.
O lugar não podia ser mais inspirador: no sul da Espanha. À beira do Mar Atlântico e a uma hora do Mediterrâneo, Cádis é testemunha da miscigenação.
Nesta cidade, que durante três séculos foi o símbolo da troca comercial e cultural entre povos, a escritora brasileira Nélida Piñon recebeu o título de embaixadora de cultura iberoamericana do mundo.
A carioca Nélida Piñon, 75 anos, imortal da Academia Brasileira de Letras, é filha de migrantes espanhóis da Galícia. Muito aplaudida, falou de suas raízes e da memória infantil.


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Obras
Romance
Guia-mapa de Gabriel Arcanjo (1961)
Madeira feita de cruz (1963)
Fundador (1969)
A casa da paixão (1977)
Tebas do meu coração (1974)
A força do destino (1977)
A república dos sonhos (1984)
A doce canção de Caetana (1987)
Cortejo do Divino e outros contos escolhidos (2001)
Vozes do deserto (2004)
Memórias
Coração Andarilho (2009)
Contos
Tempo das frutas (1966)
Sala de armas (1973)
O calor das coisas (1980)
O pão de cada dia: fragmentos (1994)
Crônicas
Até amanhã, outra vez (1999)
Infanto-juvenil
A roda do vento (1996)
Ensaios
O presumível coração da América (2002)
Aprendiz de Homero (2008)
O ritual da arte (inédito)
Academia Brasileira de Letras

Eleita em 27 de julho de 1989 para a cadeira que tem por patrono Pardal Mallet, da qual foi a quinta ocupante. Tomou posse a 3 de maio de 1990, recebida por Lêdo Ivo.

Foi a primeira mulher a se tornar presidente da Academia Brasileira de Letras, entre 1996 e 1997.
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