"Amadora" fala o que muitas mulheres queriam falar. E o que muitos homens querem ouvir.
Se você pensava que Anaïs Nin, Henry Miller e Charles Bukowski haviam esgotado todas as maneiras de narrar como homens e mulheres se entregam sem censura ao amor e ao sexo, precisa conhecer Ana Ferreira e seu romance inédito "Amadora", publicado pela Geração Editorial - a mais polêmica do mercado.
"Perto de Ana Ferreira", afirma o editor Luiz Fernando Emediato, que também é escritor, "Anaïs Nin era uma freira e Henry Miller um frade..." Para quem acha que ele exagera, ainda completa: "... e Charles Bukowsky, um sacristão! Na verdade", acrescenta ele, entusiasmado, "fora este possível exagero, posso afirmar que há muito tempo não surge no Brasil uma autora com tanta força. Ela supera em vigor a maioria das autoras surgidas nas últimas décadas".
"Amadora": revela o que muitas mulheres queriam falar. E o que muitos homens querem ouvir. O livro é provocante, ousado e sensual - assim como sua autora, Ana Ferreira, até então desconhecida no meio literário, embora tenha escrito roteiros para televisão e uma peça teatral em parceria com o escritor Marcelo Rubens Paiva (autor de "Feliz Ano Velho", entre outros livros). Ana Ferreira nasceu em Ribeirão Preto e vive atualmente em São Paulo.
Mais uma vez, a Geração vai atrás da escrita corajosa, transparente. Tão logo se começa a ler "Amadora" sabemos estar diante de uma feliz descoberta, de uma revelação literária. Prova disso é "Amadora" ter a característica principal do bom livro: uma vez iniciado, não se consegue largá-lo até chegar ao fim.
Ana Ferreira escreve como quem olha nos olhos do leitor. E fala de coisas que faz muita gente desviar o olhar: a sexualidade. No caso, a sexualidade dela própria. Sem qualquer autocensura, ela nos conta na primeira pessoa, de forma crua e atrevida, com pimenta e bom humor, histórias que, para os puritanos, poderiam ser classificadas até como pornográficas.
Grande engano. Há erotismo sim, e de sobra. Mas o signo maior do livro é a sensualidade. Uma sensualidade direta, franca, mas que não abre mão do encantamento que nos oferece a literatura. "Amadora" é um romance fragmentário, uma série de histórias, quase contos, ligando a mesma personagem a uma série de acontecimentos.
Uma coisa intriga no livro: embora trate das fantasias mais comuns de homens e mulheres, nunca se sabe o quanto há de ficção e de realidade no relato da personagem-autora - aspecto que a própria Ana Ferreira trata coma ambigüidade, quando indagada a respeito (veja entrevista no site www.geracaobooks.com.br).
Todo narrado em primeira pessoa, "Amadora" é da mesma estirpe de Anaïs Nin, Henry Miller e Charles Bukowski. Como eles, propõe uma arte livre da moral, o que não significa necessariamente imoral, mas apenas amoral. Atrevida e bem humorada, Ana Ferreira leva as nossas fantasias às últimas conseqüências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário