Ex-agente secreto do Serviço Britânico escreve romance de espionagem onde ficção e realidade se confundem
"Controle Remoto", que a Geração Editorial publica na nova coleção Carpe Diem, é um romance de espionagem, intrigas e aventuras, tendo como pano de fundo o delicado equilíbrio geopolítico internacional. Tudo bem, existem centenas de livros com ingredientes idênticos; então, porque "Controle Remoto" é diferente de todos, tendo se tornado instantaneamente o best-seller número 1 do Sunday Times, na Inglaterra onde foi escrito, e com os direitos já vendidos para o cinema? O que fez com que fosse traduzido e respeitado no mundo todo, tendo já ultrapassado a marca de 2 milhões de exemplares vendidos?
A resposta está na secreta identidade do autor. Para começar, o nome que vemos estampado na capa do livro não é verdadeiro. Andy McNab é o pseudônimo sobre o qual se oculta - a contragosto, mas assim exige a legislação britânica - um ex-agente do SAS, o ultra-secreto serviço de inteligência britânico. McNab deixou o SAS em 93, na condição de soldado britânico mais condecorado desde a Guerra da Criméia.
Nada mal para o bebê que foi deixado dentro de uma sacola em frente a um hospital londrino. Quando deixou os estudos, aos 15 anos, preparava-se para o banditismo quando viu um anúncio do Exército: "Fique três anos e tenha um emprego". Logo, entrou para o seletíssimo SAS.
Daí vieram as missões especiais - principalmente anti-drogas e anti-terrorismo - na Irlanda, Oriente Médio, América Central e extremo Oriente. É inimigo número 1 do IRA, o temível grupo terrorista irlandês. E já teve seus desencontros com o DEA, o Departamentod e Narcóticos americano, onde acabou encontrando focos de corrupção.
Mas a operação que marcou definitivamente a vida deste estranho personagem aconteceu durante a Guerra do Golfo. À frente da célebre tropa Bravo Dois Zero, tinha como missão destruir mísseis Scud em território inimigo. A coisa ia bem - já haviam matado 250 iraquianos - quando o seu grupo de oito homens sucumbiu: três morreram, quatro foram presos e um fugiu.
McNab foi um dos capturados. Viveu a experiência de ser repetidamente torturado, ter seus dentes do fundo esmigalhados pelo cabo de um rifle, sentir seu corpo usado como cinzeiro para os inimigos apagarem cigarros e, nas feridas, colheres em brasa. Quanto à tortura psicológica, foi forçado a limpar latrinas sujas com as mãos e depois lambê-las.
Sobre o que sobrou de tudo isso, McNab hoje responde: "O único problema que eu tenho hoje é quando tento puxar o anel das latas de Coca-Cola, porque não tenho força nos dedos".
O saldo positivo que ele não menciona é o advindo do fato de ter se tornado um dos autores de livros mais vendidos em língua inglesa de todos os tempos. O primeiro livro - que conta a história da Guerra do Golfo - vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares só no Reino Unido, e já foi traduzido em mais de 20 países.
Bravo Dois Zero, o livro, será lançado em breve pela Geração Editorial, que comprou os direitos das obras de McNab para o Brasil. Para inaugurar a série, traz ao público seu primeiro livro de ficção, "Controle Remoto", uma verdadeira bomba para a coleção Carpe Diem, que pretende justamente publicar livros de impacto.
A essa altura, já é possível responder à pergunta do início do texto: o que uma trama de espionagem pode ter de tão especial?
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