Mais conhecida como Bibi Perigosa, a ex “baronesa do pó” foi casada com o traficante Saulo de Sá Silva durante 14 anos. Seu livro, de mesmo título do apelido, acaba de ser comprado pela Globo para um novo projeto
Como uma bola de neve, a frequência desses trabalhos foi aumentando e cada vez mais dinheiro entrando no orçamento da casa. Quando me dei conta, o Saulo já estava dentro do esquema do tráfico. Mas não foi isso que fez eu me separar. Tampouco foi o fim da “vida de luxo”. Vivíamos bem, só que não era algo como as pessoas imaginam. É fácil ter vida de luxo na favela, quando se tem mais coisas que a maioria das pessoas. Tínhamos casa, carro, mas nunca me aproveitei de ser a “mulher do Barão do Pó”. Se eu fosse para uma festa acompanhada de 20 pessoas, pagava a entrada das 20, não tentava entrada VIP, como outras mulheres de traficantes fazem.
Sinopse: “Hoje, resolvi escrever sobre um assunto que entendo como muito delicado e de extrema importância. Complicado de abordar, difícil de discutir. Porque exemplo do feio, do errado, do ruim, NINGUÉM quer ser.” Em Perigosa, lançamento exclusivo da Novo Século, Fabiana Escobar narra o dia a dia do mundo do crime nas favelas do Rio de Janeiro, refletindo sobre os motivos que levam muitas pessoas a fazer parte dessa triste realidade, sobretudo mulheres e meninas. Esta história chamou a atenção da autora de novelas Glória Perez, inspirando-a na composição da personagem Bibi, interpretada por Juliana Paes na novela A força do querer. Ora engraçado, ora chocante, o relato da autora propõe um raio-X isento de falsos moralismos sobre os pilares da sociedade, do ponto de vista de uma pessoa que cresceu acostumada ao brilho do ouro e ao barulho dos fuzis.
Baronesa do Pó? Nunca mais!
Quando o Saulo foi preso, após a ocupação da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha, ainda estávamos juntos, porque eu, como uma trouxa, insistia em acompanhá-lo. Nos separamos em 2010, após várias tentativas minhas de manter o casamento. Ele foi detido em 2008, antes disso fugimos para uma praia em Alagoas, e eu queria muito recomeçar nossas vidas. Mas o Saulo queria mais: ele estava acostumado à falsa ostentação do tráfico. As pessoas nesse meio parecem poderosas, sendo que muitas vezes o status não condiz com o que elas têm realmente na conta bancária. O problema era ainda maior porque, enquanto o Saulo não podia se expor, eu resolvia tudo. Foi assim também quando ele ficou preso. Eu tinha que resolver problemas de casa, dos nossos filhos, dos negócios pendentes dele, quitar débitos e tudo que ele fazia quando estava solto. Em troca disso, meu marido não era mais o mesmo. Não havia mais amor ou carinho. Ele sequer me agradecia. De esposa, passei a ser uma secretária dele.
Do recomeço para a Globo Tinha uma loja de roupas e após tanta repercussão da mídia, resolvi fazer um blog contando um pouco da vida na favela. Quando a Glória Perez estava pesquisando sobre mulheres faveladas para Salve Jorge, conheceu meu blog. Começamos a manter contato virtual e após algumas conversas, ela chegou ao tipo de personagens que ela queria para a novela – como as que tinham cabelo alisado, no Morro do Alemão, que foram tão criticadas. A própria Glória sugeriu que eu transformasse os textos em livro: foi quando criei Perigosa, publicação lançada em outubro de 2012 de forma independente, a qual eu ainda procuro uma editora que se interesse pela história. Para as leitoras da Glamour eu conto uma novidade em primeira mão: os direitos autorais do livro foram comprados pela Rede Globo durante cinco anos. Se será um seriado ou outros detalhes, ainda não sei dizer. Mas que a história promete, promete".
Como uma bola de neve, a frequência desses trabalhos foi aumentando e cada vez mais dinheiro entrando no orçamento da casa. Quando me dei conta, o Saulo já estava dentro do esquema do tráfico. Mas não foi isso que fez eu me separar. Tampouco foi o fim da “vida de luxo”. Vivíamos bem, só que não era algo como as pessoas imaginam. É fácil ter vida de luxo na favela, quando se tem mais coisas que a maioria das pessoas. Tínhamos casa, carro, mas nunca me aproveitei de ser a “mulher do Barão do Pó”. Se eu fosse para uma festa acompanhada de 20 pessoas, pagava a entrada das 20, não tentava entrada VIP, como outras mulheres de traficantes fazem.
Sinopse: “Hoje, resolvi escrever sobre um assunto que entendo como muito delicado e de extrema importância. Complicado de abordar, difícil de discutir. Porque exemplo do feio, do errado, do ruim, NINGUÉM quer ser.” Em Perigosa, lançamento exclusivo da Novo Século, Fabiana Escobar narra o dia a dia do mundo do crime nas favelas do Rio de Janeiro, refletindo sobre os motivos que levam muitas pessoas a fazer parte dessa triste realidade, sobretudo mulheres e meninas. Esta história chamou a atenção da autora de novelas Glória Perez, inspirando-a na composição da personagem Bibi, interpretada por Juliana Paes na novela A força do querer. Ora engraçado, ora chocante, o relato da autora propõe um raio-X isento de falsos moralismos sobre os pilares da sociedade, do ponto de vista de uma pessoa que cresceu acostumada ao brilho do ouro e ao barulho dos fuzis.
Baronesa do Pó? Nunca mais!
Quando o Saulo foi preso, após a ocupação da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha, ainda estávamos juntos, porque eu, como uma trouxa, insistia em acompanhá-lo. Nos separamos em 2010, após várias tentativas minhas de manter o casamento. Ele foi detido em 2008, antes disso fugimos para uma praia em Alagoas, e eu queria muito recomeçar nossas vidas. Mas o Saulo queria mais: ele estava acostumado à falsa ostentação do tráfico. As pessoas nesse meio parecem poderosas, sendo que muitas vezes o status não condiz com o que elas têm realmente na conta bancária. O problema era ainda maior porque, enquanto o Saulo não podia se expor, eu resolvia tudo. Foi assim também quando ele ficou preso. Eu tinha que resolver problemas de casa, dos nossos filhos, dos negócios pendentes dele, quitar débitos e tudo que ele fazia quando estava solto. Em troca disso, meu marido não era mais o mesmo. Não havia mais amor ou carinho. Ele sequer me agradecia. De esposa, passei a ser uma secretária dele.
Do recomeço para a Globo Tinha uma loja de roupas e após tanta repercussão da mídia, resolvi fazer um blog contando um pouco da vida na favela. Quando a Glória Perez estava pesquisando sobre mulheres faveladas para Salve Jorge, conheceu meu blog. Começamos a manter contato virtual e após algumas conversas, ela chegou ao tipo de personagens que ela queria para a novela – como as que tinham cabelo alisado, no Morro do Alemão, que foram tão criticadas. A própria Glória sugeriu que eu transformasse os textos em livro: foi quando criei Perigosa, publicação lançada em outubro de 2012 de forma independente, a qual eu ainda procuro uma editora que se interesse pela história. Para as leitoras da Glamour eu conto uma novidade em primeira mão: os direitos autorais do livro foram comprados pela Rede Globo durante cinco anos. Se será um seriado ou outros detalhes, ainda não sei dizer. Mas que a história promete, promete".
Nenhum comentário:
Postar um comentário