quarta-feira, 18 de setembro de 2013



 No livro, Faramerz Dabhoiwala alterna a perspectiva histórica com trajetórias individuais de muitos homens e mulheres para compreender a evolução da forma como o homem encara - e pratica - o sexo ao longo da História, com destaque para a mudança de paradigma trazida pelo Iluminismo, que suscitou a primeira revolução sexual do ocidente, segundo o pesquisador. O autor mostra em 'As origens do sexo' que, desde o início da história humana, quase todas as civilizações prescreveram leis severas contra algum tipo de imoralidade sexual, mas foi a partir da Idade Média que o sexo ilícito foi tratado com crescente vigor como crime público. A revolução sexual teve início com a derrocada da disciplina pública, fruto da Reforma religiosa e do conflito que se estabeleceu a partir dela, quando o sexo consensual fora do casamento foi aos poucos passando para a esfera do privado, além da coerção legal. Mas foi o Iluminismo que mudou definitivamente a maneira como a sociedade via o sexo. O modo de pensar iluminista alterou as noções de religião, verdade, natureza e moralidade de quase toda a população, transformando atitudes e comportamentos. Essa maior pluralidade de visões morais teve como efeito o avanço da liberdade sexual ao longo do século XVIII. Essa mudança radical lançou os alicerces da cultura sexual até os dias de hoje. O Iluminismo varreu uma visão de mundo mais 'coerente' e investida de autoridade, trazendo novas perspectivas e algumas tensões irresolúveis que fazem parte da condição moderna; o crescimento da liberdade sexual, o predomínio do modo urbano de viver e discutir sexo, a noção de que os homens são por natureza mais sexualmente ativos e as mulheres mais passivas, uma associação entre moral e classe, a distinção entre público e privado, comportamento natural e antinatural, pornografia e celebridade.

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