quarta-feira, 23 de maio de 2012

Cidade Noturna entrevista Eduardo Spohr
  http://www.veruseditora.com.br/livros_detalhes.cfm?id_livro=9788576860761

Cidade Noturna: Com o sucesso de vendas do seu 1º livro, você se tornou modelo para muitos autores. No meio de conversas sobre quem seria o próximo Eduardo Spohr, me lembro de ouvir que nem você sabia se seria o próximo Eduardo Spohr. Passado o lançamento, podemos falar que Filhos do Éden chegou aonde você queria?


Eduardo Spohr: Eric, essa sua pergunta é muito legal e nos leva aquela questão que eu sempre digo. Sucesso é uma consequência. O foco sempre deve ser o trabalho, no nosso caso, o livro.
“Filhos do Éden” me surpreendeu bastante por atingir um público mais feminino e mais “teen”, fazendo que outros públicos conhecessem as minhas obras. Também acabou indo até melhor do que eu pensava nas vendas, mas no fundo isso não é tão importante, porque o foco, como eu disse, NUNCA pode ser os números, e sim o trabalho. Se é que eu posso dar um conselho nesse sentido, seria para as pessoas se concentrarem na obra, não nos frutos que ela possa gerar.
CN: Então vamos falar de trabalho. Já dá pra ter uma noção do tamanho da saga? Como anda a continuação do livro?
ES: Sim. Estou mais ou menos na metade do livro 2, “Anjos da Morte”, e pelo que estou sentindo vai ser uma trilogia mesmo. Ainda quero escrever mais histórias nesse universo, mas se o fizer, serão em outras sagas, outros livros, outros arcos. Pelo andar da carruagem, “Filhos do Éden” fecha em três.
Já estou com a trama toda delineada, mas só mesmo quando a gente começa a escrever, surgem os detalhes. “Anjos da Morte” está se revelando um romance muito bacana de escrever porque está me permitindo fazer o que mais adoro: pesquisar, agora sobre o século XX. Para quem ainda não sabe, a obra contará o passado de Denyel, um dos personagens do primeiro livro, começando na Segunda Guerra Mundial até a queda do Muro de Berlim. Estou adorando trabalhar nisso
CN: Como a viagem de pesquisa que você fez para a Europa influenciou as ideias para o próximo livro? Teve algo que te chamou muita atenção e você pensou “preciso usar isso!” ou você já tinha os alvos mais ou menos em mente?
ES: Sempre ajuda, mas nem sempre de forma consciente. Parece loucura, mas você estar em um lugar e pesquisar “in loco” faz toda a diferença. Mesmo antes de viajar, eu já tinha o roteiro do livro, mas depois, quando comecei a escrever, os detalhes foram aparecendo justamente pelo fato de eu ter estado lá, coisas como o cheiro, o clima, e principalmente as pessoas, afinal cada povo tem sua cultura, sua forma de tratar os outros, de se comportar, coisas que dificilmente são mostradas num livro de história. A maior parte dos cenários de “Anjos da Morte” se passa em cidades que eu já visitei, como Londres, Paris, Istambul e Roma.

CN: O seu 1º livro, A Batalha do Apocalipse, está dando os primeiros passos no mercado europeu. Pode falar um pouco de como se dão as negociações e do friozinho na barriga de chegar a novos países como um nome desconhecido depois de experimentar o sucesso no Brasil?
ES: Não sinto friozinho na barriga não hehehe. Acho o maior barato. Outro dia participei de uma ação (uma espécie de chat) na fanpage da Presença (a minha editora em Portugal).
Tinha pouca gente, já que o meu público lá ainda está se formando. E posso dizer que adorei. Me lembrou do tempo que eu estava começando aqui no Brasil, quando tinha poucos leitores. Para mim é sempre uma experiência nova, cativante. Curto cada momento.
CN: Você foi considerado pela revista Época uma das 100 pessoas mais influentes de 2011. Isso te fez repensar sua postura na Internet? Pergunto isso porque você de fato interage com os fãs em mídias sociais como Facebook e Twitter e também no bom e velho blog.
ES: Sinceramente não. Até porque o bacana das mídias sociais é a espontaneidade. Se eu mudasse por causa disso, não estaria sendo espontâneo. Creio que os meus leitores até esperam isso de mim, certa sinceridade na internet.
CN: Uma das apostas para e-books de literatura especulativa é que os leitores possam dar feedback em tempo real sobre os personagens que gostam ou detestam em um livro. Como autor, você levaria esse feedback em conta na hora de escrever a continuação de “Herdeiros de Atlântida”?

ES: Com certeza, estou sempre de olho nos feedbacks. No Twitter, já recebo feedbacks em tempo real, e o resto vai chegando pelo Facebook, pelo blog, e-mail e até pelo Orkut, que ainda resiste. Uso essas críticas não para alterar a trama em si (essa, como eu disse, já está traçada), mas para melhorar meu estilo.

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