terça-feira, 31 de julho de 2012

Lançamento - Toda sua




Toda sua considerado o livro mais bem escrito do "boom" de romance eróticos feminino, já está em pré- venda no Brasil. A editora Paralela, selo da Cia das Letras, divulgou capa e sinopse do primeiro livro da série Crossfire da autora Sylvia Day, um romance erótico que segue 50 Tons de Cinza e Belo Desastre.“Toda Sua”



Toda sua, que em primeiro lugar na lista de mais vendidos.
 



Nossa jornada começou em fogo… Gideon Cross entrou em minha vida como um relâmpago na escuridão, lindo e brilhante, irregular e quente. Eu fui atraída para ele como nunca tinha sido para qualquer outro em minha vida. Eu ansiava por seu toque como uma droga, mesmo sabendo que isso me enfraqueceria. Eu estava viciada e danificada, e ele abriu as rachaduras em mim tão facilmente… Gideon sabia. Ele tinha seus próprios demônios. E nós nos tornamos espelhos que refletiam as feridas mais íntimas um do outro… e os desejos. O seu amor me transformou, então eu rezei para que o nosso passado não nos separasse.




Capa americana.


segunda-feira, 30 de julho de 2012

"Olhe para mim! Olhe para mim! O monstro crescendo dentro de mim está tão grande!"





Winner of 1997 Media Arts Festival Award for Excellence


Recipient of the 1999 Tezuka Ozumo Cultural Award

Winner of the 2001 Shogakukan Award for Best Manga


Escrito por Naoki Urasawa, Monster é lançado pela revista Big Comic Original de Shogakukan entre 1994 e 2001, totalizando-se em 18 volumes. A manga tornou-se um enorme sucesso no publico adulto, dando origem ao respectiva série de anime em 2004, e consequentemente, ainda em produção o respectivo filme (2009).

Urasawa lança também em 2002, Another Monster - The investigative report, publicado pela Shogakukan.

Protagonizado pelo neurocirurgião Japonês, Kenzou Tenma. Monster inicia-se em 1986 na Alemanha de Este. Kenzou é um cirurgião brilhante, de grande perícia tornando-se o mais bem sucedido médico do Hospital Alemão, sendo chamado para operações importantes (segundo a politica do hospital). Ele também é noivo da bela filha do director - Eva Heinemann.

Kenzou parece ter um futuro promissor. Mas há um dia em que a sua escolha deita tudo a perder - ele recusa-se a seguir a politica existente no hospital e em vez de operar um politico famoso, opta por operar um criança, Johan Libert, que havia chegado primeiro as urgências, juntamente com a sua irmã gémea, Anna. Kenzou consegue salvar o garoto, porém esse facto deu origem a um grande rancor por parte do director, e Kenzou perde quase automaticamente o posto na direcção no sector de neurocirurgia, assim como a sua noiva - Eva.

Depois da sua vida desmorona-se repentinamente, algo acontece no hospital. Tanto o director como os médicos que recriminaram Kenzou foram assassinados. Nessa mesma noite Johan e Anna desaparecem misteriosamente sem deixar rasto.

Anos depois Kenzou descobre o culpado, facto que o levara a iniciar uma viagem até aos confins da terra e simultaneamente até aos confins da mente humana. Será este o verdadeiro Monstro?






Another Monster - The investigative report. Tratam-se dos relatórios policiais do caso de Johan. Bem... o interessante é que Urasawa nos volta a surpreender, ele rescreve Monster porém desta vez em forma de relatórios - de informação recolhida pela policia desde do inicio dos crimes ou seja, desde o assassínio do casal Libert.


Se ficou com dúvidas enquanto lia a manga. Se quer mais informações sobre as personagens. Se AMA Monster e quer mais uma prova do génio artístico de Naoki Urasawa (tal como eu).

sábado, 28 de julho de 2012

Batmóvel - Assista a evolução.


 



   


Estreia 26 de Julho de 2013



  

Desde 2011, a 20th Century Fox enfrenta dificuldades em conseguir locações para a enrolada sequência de 'Wolverine', intítulada 'The Wolverine'. O filme seria rodado no Japão, mas após os desastres naturais que o assolaram, o estúdio teve que recuar. Agora, o estúdio revela que alterou a locação para a Austrália, onde Hugh Jackmannasceu. Foi também onde filmaram 'X-Men Origens: Wolverine'.


Desde a saída de Darren Aronofsky, a Fox ficou perdida sobre quem chamar para a direção de 'The Wolverine'.


James Mangold, que comandou 'Garota, Interrompida', 'Johnny e June' e 'Encontro Explosivo', foi escolhido para a direção. Ele concorria com o brasileiroJosé Padilha, Doug Liman ('Sr. e Sra. Smith'), Antoine Fuqua ('Dia de Treinamento'),Mark Romanek ('Não me Abandone Jamais'), Justin Lin ('Velozes e Furiosos 5'),Gavin O'Connor ('Força Policial' ) e o novato Gary Shore. David Slade ('A Saga Crepúsculo: Eclipse') e Duncan Jones ('Lunar', 'Contra o Tempo') também foram cotados.


O título foi alterado de 'X-Men Origens: Wolverine 2' para 'The Wolverine', pela vontade da Fox de descartar o material apresentado no último filme, e recomeçar a franquia.


A lista de preferidos para a direção ainda contava com Matt Reeves ('Cloverfield - Monstro'), Tony Scott ('Chamas da Vingança', 'Déjà Vu') e David Slade ('A Saga Crepúsculo: Eclipse' ). O roteiro é de Christopher McQuarrie ('Operação Valquíria').

Homem de Ferro 3 - CONCEITUAL DA ARMADURA MACH VII

Iron Man Concept Art 3


Máquina de Combate?

Uma Historia informal do Submundo



O livro:

As gangues de Nova York

Herbert Asbury
Enfoca a história de Nova York desde os anos 1840 até 1863, ano marcado por tumultos sangrentos por causa do recrutamento obrigatório. Nesse período, os limites entre o gangsterismo e a política eram bastante indistintos. Os dois principais partidos políticos, o Tammany Hall e o Native Americans, usavam as gangues para a pilhagem do dinheiro público e a conquista do controle de Manhattan. O livro foi usado como ponto de partida para um filme do mesmo nome, estrelado por Leonardo DiCaprio, Cameron Diaz e Daniel Day-Lewis.

O filme:
Gangues de Nova York, de Martin Scorsese, foi um dos principais perdedores na cerimônia do Oscar de 2003. Filme épico, ambientado na Nova York de 1863, toca em uma complicada ferida norte-americana: a violência e o preconceito frente ao outro, e como isso refletiu no surgimento dos antagonismos entre Republicanos e Democratas.


Como em todo filme épico, Gangues de Nova York pode ser analisado tanto em relação ao roteiro que segue, quanto ao contexto em que foi produzido. Todo filme, por mais que procure retratar com o máximo de fidelidade um período histórico, acaba refletindo muito mais sua relação com o presente.

Apesar de ter chegado aos cinemas norte-americanos no final de 2002, o filme estava sendo rodado durante o 11 de setembro de 2001, acompanhou o desenrolar dos acontecimentos e o surgimento da Doutrina Bush. E uma crítica ferrenha a isto está na obra.

Retratando a violência frente ao outro, a exclusão e o conservadorismo, Martin Scorsese fez uma metáfora do período em que vive. Mostra a que ponto podem chegar os ânimos exaltados dos conservadores e suas raízes marcadas com o sangue. Na cena final, a mensagem é clara: “vocês podem ter feito todo esse massacre para tentar continuar no poder, mas no final acabaram enterrados lado a lado com aqueles que perseguiram. E o país que construíram, intolerante e violento, tornou-se alvo dos excluídos e atacados”.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

LANÇAMENTO !!!!!!


O cérebro e a inteligência emocional.


Na última década e meia aconteceram um conjunto de novas descobertas que lançaram luz sobre as dinâmicas da inteligência emocional. Neste livro, Daniel Goleman explica o que é que se sabe sobre as bases cerebrais da Inteligência Emocional, em termos claros e simples.

Este livro aprofundará os nossos conhecimentos sobre Inteligência Emocional e aumentará a nossa capacidade de os utilizar. Aprenderemos ainda as mais recentes descobertas sobre o cérebro que nos explicarão.

  

Renomado psicólogo e ganhador do Nobel de Economia.







Daniel Kahneman


Negócios e Economia

ISBN: 9788539003839

Lançamento: 03/08/2012

Formato: 16 x 23
0 páginas

Preço: R$ 54,90

em breve
“Uma obra-prima.” - Financial Times

Eleito um dos melhores livros de 2011 pelo New York Times Book Review

Rápido e devagar: duas formas de pensar

Uma visão inovadora sobre como nossa mente funciona e como tomamos decisões.

Do Prêmio Nobel de Economia, Daniel Kahneman

Todos nós acreditamos que o homem, por ser dotado de razão, é capaz de conter os instintos e as emoções, avaliando objetivamente as situações e escolhendo, dentre várias alternativas, a que lhe é mais vantajosa. Estudos conduzidos durante anos por Daniel Kahneman, um dos mais importantes pensadores do século XXI, colocam em xeque a ideia de que a nossa tomada de decisões é essencialmente racional.

Em Rápido e devagar: duas formas de pensar, o autor nos leva a uma viagem pela mente humana e explica as duas formas de pensar: uma é rápida, intuitiva e emocional; a outra, mais lenta, deliberativa e lógica. Kahneman expõe as capacidades extraordinárias — e também os defeitos e vícios — do pensamento rápido e revela o peso das impressões intuitivas nas nossas decisões. Comportamentos tais como a aversão à perda, o excesso de confiança no momento de escolhas estratégicas, a dificuldade de prever o que vai nos fazer felizes no futuro e os desafios de identificar corretamente os riscos no trabalho e em casa só podem ser compreendidos se soubermos como as duas formas de pensar moldam nossos julgamentos.

As questões colocadas por Kahneman se revelam muitas vezes inquietantes: é verdade que o sucesso de um investidor é completamente aleatório e que sua habilidade no mercado financeiro é apenas uma ilusão? Por que o medo de perder é mais forte do que o prazer de ganhar? Por que assumimos que uma pessoa mais bonita será mais competente? Suas ideias tiveram um impacto profundo em muitas áreas, incluindo economia, psicologia, medicina e política, mas é a primeira vez que reúne seus muitos anos de pesquisa e pensamento em um livro.

De forma envolvente, o autor revela quando podemos ou não confiar em nossa intuição. Oferece insights práticos e esclarecedores sobre como tomamos decisões nos negócios e na vida pessoal, e como podemos usar diferentes técnicas para nos proteger contra falhas mentais que muitas vezes nos colocam em apuros.

Rápido e devagar: duas formas de pensar transformará a maneira como você vê o mundo.

O reencontro dos sobreviventes do Liceu Judaico.


O reencontro dos sobreviventes do Liceu Judaico


“Este livro apresenta aos leitores um grupo pessoas notáveis que se lembram de Anne Frank como vaidosa e generosa, simples e criativa, rebelde e precoce. Ao mostrar como as circunstâncias fizeram as crianças amadurecerem rapidamente, o livro se torna um tributo à capacidade de superação do ser humano.” — Jewish Book World

Todos os anos, no dia da lembrança das vítimas do Holocausto – o Yom HaShoá –, Theo Coster era convidado à escola dos netos para contar como sobreviveu à Segunda Guerra Mundial. Ex-aluno do Liceu Judaico de Amsterdã e colega de classe de Anne Frank, a jovem que foi um dos maiores mártires do Holocausto, Theo decidiu fazer um documentário contando sua história e a dos alunos que também sobreviveram.

Ele conseguiu encontrar cinco colegas, que, depois de mais de sessenta anos, vivem em diferentes partes do mundo e têm como elo o passado no Liceu Judaico e a colega Anne Frank – cujo diário se tornou uma das maiores referências sobre as mazelas da população judaica europeia no Holocausto. Entre eles está Nanette Konig, colega de Anne no Liceu e no campo de concentração de Bergen-Belsen, e que atualmente reside em São Paulo.

No encontro que serviu de base para o filme e o subsequente livro, os tempos de escola foram lembrados pelos ex-alunos, assim como os assuntos mais dolorosos, como o início do horror que viveriam e o gradual esvaziamento da turma. Os colegas do Liceu rememoram mais de 60 anos de história. Nessa conversa, estão as memórias do passado de guerra, as dificuldades que enfrentaram e a relação que tinham com Anne Frank.


Inteligente, rebelde e precoce, Anne foi apenas uma das alunas que começou a desaparecer da sala de aula do Liceu Judaico, em 1941. Ela estava entre outras quinhentas crianças que os nazistas segregaram do resto da população holandesa. O destino de Anne é conhecido, mas e o dos outros estudantes que, a cada semana, deixavam a sala de aula mais vazia?

Suas histórias de sobrevivência mostram o quão diversos foram os destinos dos judeus perseguidos, como a sorte era um fator vital e como o fim da guerra não significou o fim do sofrimento. Anne Frank, que parou de frequentar as aulas no meio do ano letivo, está sempre presente nas lembranças de todos os que conviveram com ela. Reunidos, seus colegas revelam outra face da jovem: a estudante pré-guerra.

Transformado o encontro também em livro, Os colegas de Anne Frank é um relato emocionante e surpreendente desses seis ex-alunos sobreviventes. Nele, Theo Coster revela não somente uma nova face de Anne Frank que não constava em seu diário, mas também histórias de ingenuidade e luta pela sobrevivência durante o duro período da Segunda Guerra Mundial.

Sobre autor: É designer e fabricante de brinquedos, inventor do jogo Cara a cara. Foi aluno do Liceu Judaico de Amsterdã e colega de turma de Anne Frank. Para contar sua história de guerra e a de seus colegas.

As cincos ferramentas poderosas que o levarão à mudança dinâmica.




Para transformar sua vida e encontrar força, coragem e confiança


Livro na lista de mais vendidos do New York Times

“Tudo o que já escrevi e que teve algum poder ou mérito resultou do uso do Método que Barry me ensinou. (...) As ferramentas simplesmente mudaram minha vida.”— Stephen Gaghan, roteirista ganhador do Oscar, autor de Traffic e autor/diretor de Syriana

“Os consagrados psicanalistas, Phil Stutz e Barry Michels, desenvolveram um programa para acessar o poder criativo do inconsciente.” — The New Yorker

O método é um livro inovador sobre crescimento pessoal, que teve repercussão internacional. Phil Stutz e Barry Michels desenvolveram cinco ferramentas que impulsionam as pessoas a agir e a transformar, de forma eficaz, obstáculos em oportunidades, e assim encontrar coragem, disciplina, autoexpressão, lucidez para lidar com seus sentimentos e criatividade.


A primeira, a Inversão do Desejo, ajuda o indivíduo a sair da zona de conforto, de maneira a encarar a experiência da dor e superá-la. A segunda, o Amor Ativo, é usada quando a raiva aprisiona uma pessoa no que denominam labirinto de negatividade. Envolve a criação e a transmissão de amor como resposta. A terceira, a Autoridade Interior, faz com que se abrace a sombra interior, libertando o eu natural em vez de enclausurá-lo em insegurança. Quando se está tomado de preocupações, ansiedade e negatividade, o Fluxo do Agradecimento, a quarta ferramenta, mantém cada um no momento presente, conectando o indivíduo à força positiva fundamental do universo. A última ferramenta, o Risco, fornece a força de vontade para que o indivíduo não se desvie do caminho.

Em algum momento, a maioria das pessoas se depara com insegurança quando precisa ter uma conversa séria com alguém ou tem que falar em público. Assim como passa por momentos que despertam raiva, ou adia tarefas que não quer enfrentar ou mesmo se vê frente a situações que desencadeiam sentimentos profundos de pessimismo ou temor.

Com um texto claro e acessível, os autores falam diretamente aos leitores, tratando de questões mais complexas, mas também de problemas comuns enfrentados no dia-a-dia. Stutz e Michels enxergam os problemas como alavancas para entrar num mundo que fortalece a potência espiritual inexplorada e oferecem as cinco ferramentas para iniciar a mudança.

A casa que amei.


Paris, 1860. Centenas de casas estão sendo demolidas e bairros inteiros reduzidos a pó. Por ordem do imperador Napoleão III, o Barão de Haussmann dá início a uma série de renovações que alteram para sempre a cara da antiga capital. As reformas apagam a história de gerações, mas, em meio ao tumulto, uma mulher resiste.


Rose Bazelet é uma viúva parisiense há anos de luto pela morte do marido. Mesmo assim, mantém uma vida movimentada, com amigos e uma rotina que a satisfaz. Quando sua casa é posta na linha de destruição pela modernização parisiense, ela se desespera e não se conforma. Ela está determinada a lutar até as últimas consequências contra a derrubada de sua casa, que guarda tantas lembranças de sua família.




Enquanto outros moradores fogem, Rose se recusa a sair e inventa histórias para despistar os amigos, se escondendo no porão da casa. Sua única companhia é Gilbert, um maltrapilho que a visita e lhe traz comida. Numa tentativa de superar a solidão do dia a dia, ela começa a escrever cartas a Armand, seu marido já falecido. À medida que mergulha nas lembranças, em meio às ruínas, Rose é obrigada a enfrentar um segredo que esconde há trinta anos.

Conforme o dia da demolição se aproxima, seus relatos ficam mais comoventes e surpreendentes. Enquanto enfrenta o passado, ela também tem que lidar com os sentimentos conflitantes que nutre pelos filhos. Com Violette, sua filha mais velha, tem um relacionamento distante. Baptiste, por outro lado, é um filho que ama intensamente, mas que lhe deixou feridas difíceis de serem superadas.

Tatiana de Rosnay pinta em A casa que amei um vívido quadro da Paris de 1860, dando movimento às ruas, às casas e aos moradores. E, através de cada carta escrita por Rose, constrói uma protagonista incrivelmente forte que se recusa a abrir mão do último elo que a une à sua família. É a história da força inabalável de uma mulher e uma ode a Paris, onde as casas abrigam não apenas os sentimentos de seus moradores, mas também segredos guardados a sete chaves.


Outra obra:

Mario Quintana tem obra reedita pela Alfagara.





Editada pela primeira vez em 1977, A vaca e o hipogrifo apresenta Mario Quintana no esplendor da maturidade como poeta. O título mostra a informalidade do autor, empregando constantemente expressões do cotidiano e se utilizando tanto da prosa quanto do verso – como em seu Caderno H, coluna que manteve durante décadas no Correio do Povo, de Porto Alegre. No entanto, mesmo com a espontaneidade aparente em sua escrita, que poderia soar ingênua com sua linguagem simples, encontra-se uma constante experimentação de formas.


O livro abre a série de lançamentos programada pelo selo Alfaguara para a obra de Quintana. Em A vaca e o hipogrifo, com mais de 200 textos, estão reunidos pensamentos, aforismos, anotações, poemas e breves crônicas, reunindo prosas, miniprosas e poemas. Por muitas vezes próxima à forma de um diário, o título permite experimentar o domínio de Quintana no contraste entre os versos e a prosa, que também se mesclam.


Foi como cronista diuturno, em diálogo permanente com o público, que Quintana acabou encarnando exemplarmente a figura de poeta do povo e de sua cidade. Mas é justamente por sua condição de cronista e poeta e pela aguda sensibilidade de leitor, demonstrada em seu texto espirituoso e esclarecido, que Quintana assume essa dimensão universal.


A vaca e o hipogrifo traz em sua inteireza a dupla persona de cronista e poeta enredada na assinatura de Quintana. Este é o livro em que se pode melhor observar como essas duas faces acabaram por integrar-se e alimentar-se uma à outra. Ao ler o cronista do Caderno H, o leitor se deparava com o poeta. Diante disso, o fato de Quintana escrever em verso ou prosa tornava-se de menor importância.

Nos textos recolhidos, que tanto sucesso fizeram quando de seu lançamento, o autor assume com muita segurança o papel de mediador entre os seus leitores e a cultura literária. Assume assim a parte que lhe toca no espaço público: promover a união entre conhecimento literário e experiência vivida.

Ainda hoje, e para sempre, a leitura de A vaca e o hipogrifo constitui excelente introdução ao repertório literário básico, através do exercício de um saber com sabor, leve e delicado, mesmo nos momentos de melancolia e nostalgia.


utras obras:


                  

Sagrada Família.




Em seu novo livro, Sagrada família, Zuenir Ventura entrelaça memória e ficção para compor uma narrativa lírica e cativante sobre os amores que resistem ao tempo e a perda da inocência.

Com nostalgia e bom humor, o narrador faz uma viagem ao passado, à ficcional cidade de Florida, para recontar o que viveu em meio a uma numerosa família fluminense. A começar por sua tia, a bela Nonoca, 37 anos de idade e dois de viuvez, e suas visitas regulares à farmácia, onde recebia do farmacêutico atenções muito mais especiais do que uma simples cliente. E suas duas filhas, Cotinha e Leninha, 15 e 14 anos, ansiosas para conhecer o verdadeiro amor.

“Este é um livro fortemente inspirado em memórias, mas para não criar problemas familiares com parentes ainda vivos, inventei muita coisa, troquei nomes, romanceei episódios. O que eu queria mesmo era contar uma história que representasse a hipocrisia daquela época”, conta Zuenir, sobre sua infância e adolescência vivida em universo “tipicamente Rodrigueano”.

Com tipos e cenas que, reconhece o autor, lembram de fato personagens das crônicas de Nelson Rodrigues, Zuenir recria, com grande sensibilidade, os anseios e as atribulações de uma família vivendo na região serrana do Rio de Janeiro, dos anos 1940 até um passado não muito distante.

É um livro de personagens memoráveis: além de Tia Nonoca e as duas filhas casadoiras, há Douglas, um rapaz carismático e por vezes violento, que mudará a vida da família. E o próprio narrador, o menino Manuéu (“me orgulhava da grafia sem saber ainda que era um erro do escrivão”), que acompanha a trajetória dos personagens e aos poucos perde sua inocência de criança.

Sagrada família é também uma história cativante sobre a vida interiorana, com as matinês de domingo, o footing na praça nos finais de semana, os flertes. E o cotidiano de dona Edith e suas meninas de Vila Alegre, a melhor casa da zona do meretrício, com códigos de conduta mais formais que os dos clubes de Florida. Tudo isso à sombra de um período crucial na História do Brasil às vésperas de entrar na Segunda Guerra, com suas intrigas políticas e passionais, compondo o emocionante retrato de uma época.

Zuenir Ventura é jornalista e escritor. Nasceu em Além Paraíba, Minas Gerais, e mudou-se para o estado do Rio de Janeiro ainda jovem.Passou a adolescência em Friburgo, e , como precisava trabalhar para estudar, ocupou os mais diversos cargos, de aprendiz de pintor de parede a faxineiro de um laboratório de prótese dentária. Formou - se em letras e foi professor na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Rio de Janeiro. Como jornalista, recebeu os prêmios Esso e Vladimir Herzog.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Zahar na imprensa




SINOPSE

Números são a forma de propaganda mais eficaz quando se trata de desarmar os céticos, confundir a imprensa e enganar o público. Com meia dúzia de números, nos convencemos de qualquer coisa, desde o resultado de uma eleição duvidosa até a teses que de outra forma nos pareceriam absurdas, como o fato de as pessoas louras estarem sumindo do planeta. Se há polêmica em torno de uma afirmação, basta mencionar um número.


 

SINOPSE

É errando que se aprende. Quantas vezes já não ouvimos essa afirmação? Todo mundo repete. Todo mundo concorda. Apesar disso, somos punidos por causa de grande parte de nossos erros, o que faz com que muita gente se esforce para negá-los ou encobri-los. Alina Tugend, colunista do New York Times, analisou esta contradição à fundo e pesquisou a forma como os erros são tratados em diferentes contextos, como empresas; hospitais; salas de aula; na política; dentro da família; em diferentes culturas.

Não acorde o câncer - Anticâncer.




Eu estava em Pittsburgh há sete anos, tendo deixado a França há dez. Fazia meu internato em psiquiatria ao mesmo tempo em que continuava pesquisas começadas durante o doutorado de ciências. Com meu amigo Jonathan Cohen, dirigia um laboratório de imagens cerebrais funcionais para o qual obtivéramos o financiamento do National Institute of Health, o Instituto Nacional de Saúde americano. Nosso objetivo era compreender os mecanismos do pensamento observando o que se passava dentro do cérebro. Nunca poderia imaginar o que essas pesquisas iriam me fazer descobrir: minha própria doença.
Livro - Anticâncer - Previnir e Vencer Usando Nossas Defesas HumanasJonathan e eu éramos muito próximos. Ambos médicos que se especializavam em psiquiatria, juntos nos inscrevêramos no doutorado de ciências em Pittsburgh. Ele vinha do universo cosmopolita de São Francisco, eu de Paris via Montreal, e tínhamos nos encontrado de repente em Pittsburgh, no coração de uma América profunda, estrangeira tanto para um quanto para o outro. Alguns anos antes, publicáramos nossas pesquisas na prestigiosa revista Science, e depois – na Psychological Review – um artigo sobre o papel do córtex préfrontal, uma zona ainda pouco conhecida do cérebro que permite o elo entre o passado e o futuro. Apresentávamos uma nova teoria na psicologia, graças às nossas simulações do funcionamento cerebral em computador. Os artigos tinham causado um certo alvoroço, o que nos permitira, enquanto éramos simples estudantes, conseguir recursos e criar aquele laboratório de pesquisa.
Para Jonathan, se quiséssemos avançar nesse campo, as simulações em computador não bastavam mais. Precisávamos testar nossas teorias observando diretamente a atividade cerebral por intermédio de uma técnica de ponta, a imagem funcional por ressonância magnética (IRM). Na época, essa técni ca era balbuciante. Somente centros de pesquisa muito avançados possuíam aparelhos de ressonância magnética de alta precisão. Muito mais difundidos, os aparelhos RM de hospital eram também claramente menos efi cientes. Especificamente, ninguém tinha conseguido avaliar com um aparelho de hospital a atividade do córtex pré-frontal – o objeto de nossas pesquisas. De fato, ao contrário de outras regiões do cérebro cujas variações são muito fáceis de medir, o córtex pré-frontal não se ativa com muita intensidade. É preciso “empurrá-lo”, inventando tarefas complexas, para que ele se manifeste minimamente nas imagens IRM. Paralelamente, Doug, um jovem físico da nossa idade especialista em técnicas de IRM, teve a idéia de um novo método de gravação de imagens que talvez permitisse contornar a dificuldade. O hospital onde trabalhávamos concordou em nos emprestar seu aparelho RM à noite, entre oito e onze horas, uma vez terminadas as consultas. E nós começamos a testar a nova abordagem.
Doug, o físico, modificava continuamente seu método, enquanto Jonathan e eu inventávamos tarefas mentais para estimular ao máximo essa zona do cérebro. Após vários fracassos, conseguimos perceber em nossas telas a ativação do famoso córtex pré-frontal. Foi um momento excepcional, o resultado de uma fase de pesquisa intensa, tornada mais emocionante ainda pelo fato de ter sido vivida entre colegas.
Nós éramos um pouco arrogantes, eu devo confessar. Estávamos com 30 anos, acabáramos de concluir nossos doutorados, já tínhamos um laboratório. Com nossa nova teoria que interessava a todo mundo, éramos estrelas em ascensão na psiquiatria americana. Dominávamos tecnologias de ponta que ninguém praticava. As simulações em computador das redes de neurônios e as imagens cerebrais funcionais por IRM ainda eram quase desconhecidas dos psiquiatras universitários. Naquele ano, Jonathan e eu chegamos até a ser convidados pelo professor Widlöcher, o luminar da psiquiatria francesa da época, para fazer um seminário no Pitié-Salpêtrière, o hospital parisiense onde Freud estudou com Charcot. Durante dois dias, diante de um público de psiquiatras e neurocientistas franceses, nós explicamos como a simulação das redes de neurônios em computador podia ajudar na compreensão dos mecanismos psicológicos e patológicos. Aos 30 anos, havia razão para sentir orgulho.
A vida antes do câncer era o quê? Eu era um entusiasmado com a vida, um tipo de vida que agora me parece um tanto estranho: eu estava cheio da certeza do sucesso, confiante em uma ciência sem concessões, e não sentia muita atração pelo contato com os pacientes. Como trabalhava ao mesmo tempo com o internato de psiquiatria e o laboratório de pesquisa, tentava fazer o me nos possível na área clínica. Eu me lembro de um pedido que me fi zeram, para que me inscrevesse em um certo estágio. Como a maior parte dos internos, não me sentia muito animado: a carga de trabalho era muito pesada, e além do mais não era de psiquiatria propriamente dita. Tratava-se de passar seis meses em um hospital geral, tratando de problemas psicológicos de doentes hospitalizados por problemas físicos – gente que tinha sido operada, passado por um transplante hepático, que sofria de câncer, de lúpus, de esclerose múltipla… Eu não tinha nenhuma vontade de fazer um estágio que ia me impedir de dirigir o laboratório, e, além disso, toda aquela gente sofrendo, não era exatamente o que me interessava. Queria sobretudo fazer pesquisa, escrever artigos, participar de congressos e difundir minhas idéias. Um ano antes, eu tinha ido para o Iraque com os Médicos sem Fronteiras. Fui confrontado com o horror e gostei de aliviar o sofrimento de tantas pessoas, dia após dia. Mas a experiência não me deu vontade de continuar no mesmo caminho, uma vez de volta ao hospital em Pittsburgh. Era como se houvesse dois mundos diferentes e fechados um ao outro. Eu era antes de tudo jovem e ambicioso – ainda sou um pouco…
O lugar que o trabalho ocupava na minha vida tinha, aliás, desempenhado um papel importante no divórcio penoso do qual eu emergia naquele momento. Entre outras causas de desacordo, minha mulher não tinha suportado, por causa de sua carreira, o fato de eu querer continuar morando em Pittsburgh. Ela queria voltar para a França, ou pelo menos ir morar em uma cidade mais fun, como Nova York. Para mim, ao contrário, tudo estava se acelerando em Pittsburgh e eu não queria deixar meu laboratório e meus colaboradores. Tudo terminou diante do juiz, e durante um ano eu vivi sozinho na minha minúscula casa, entre um quarto e um escritório.
E então, num dia em que o hospital estava quase deserto – era entre o Natal e o ano-novo, a semana mais vazia dos Estados Unidos -, eu vi aquela jovem no refeitório lendo Baudelaire. Alguém que lê Baudelaire na hora do almoço é um espetáculo raro nos Estados Unidos, e ainda mais em Pittsburgh. Eu sentei na mesa dela. Ela era russa, tinha as maçãs do rosto protuberantes e grandes olhos negros, um ar ao mesmo tempo reservado e extremamente perspicaz. Às vezes ela parava completamente de falar, eu ficava desconcertado. Eu perguntei por que fazia aquilo e ela me respondeu: “Estou verificando interiormente a sinceridade do que você acabou de dizer.” Aquilo me fez rir. Eu estava gostando bastante daquela maneira de me colocar no meu lugar. Foi assim que nós começamos uma história que levou tempo para se desenvolver. Eu não tinha pressa, ela também não.
Seis meses mais tarde, fui trabalhar durante todo o verão na universidade de São Francisco em um laboratório de psicofarmacologia. O dono do labora tório estava em vias de se aposentar e gostaria que eu fosse seu sucessor. Eu me lembro de ter dito a Anna que se eu encontrasse alguém em São Francisco, talvez fosse o fim de nosso relacionamento. Que eu compreenderia perfeitamente se ela fizesse o mesmo por seu lado. Acredito que ela tenha lamentado, mas eu queria ser absolutamente franco. Ela não morava comigo, nosso relacionamento era agradável, mas não passava disso. Mesmo assim, eu dei de presente a ela um cachorro antes de partir… Havia entre nós uma certa ternura. Uma ternura e uma distância.
Mas, quando eu voltei em setembro para Pittsburgh, ela veio morar na minha casa de boneca. Eu sentia que alguma coisa entre nós estava crescendo, o que me deixava contente. Não sabia bem aonde aquela história iria me levar e continuava me mantendo na defensiva – não esquecera meu divórcio. Mas minha vida estava caminhando bem. Eu me sentia feliz com Anna. No mês de outubro, nós tivemos duas semanas mágicas. O verão tinha voltado. Naquele momento, eu olhei para ela e compreendi que estava apaixonado.
E depois tudo mudou inesperadamente.
Eu me lembro da gloriosa noite de outubro em Pittsburgh. De moto pelas avenidas ladeadas de flamboyants em direção ao centro de IRM, eu ia me encontrar com Jonathan e Doug para uma de nossas sessões de experiências com os estudantes que nos serviam de “cobaias”. Eles entravam no aparelho e nós lhes pedíamos para fazer tarefas mentais por um salário mínimo. Nossas pesquisas os animavam, e sobretudo a perspectiva de receber no final da sessão uma imagem numérica de seus cérebros, que eles corriam para exibir em seus computadores. O primeiro estudante veio por volta das oito horas. O segundo, previsto para nove ou dez horas, não apareceu. Jonathan e Doug me perguntaram se eu não queria me fazer de cobaia. Claro que eu aceitei, eu era o menos técnico dos três. Me deitei dentro do aparelho, um tubo extremamente apertado onde se fi ca com os braços colados no corpo, um pouco como em um caixão. Muita gente não suporta os aparelhos de ressonância magnética: 10% a 15% dos pacientes são excessivamente claustrofóbicos e não conseguem fazer IRM.
Eu estava dentro do aparelho e começamos como sempre por uma série de imagens cujo objetivo é destacar a estrutura do cérebro da pessoa examinada. Os cérebros, como os rostos, são todos diferentes. É preciso portanto, antes de qualquer avaliação, fazer uma espécie de cartografia do cérebro em repouso (o que se chama de imagem anatômica), com a qual serão comparadas as vistas tomadas no momento em que o paciente estiver executando atividades mentais (nós as chamamos de imagens funcionais). Durante todo o processo, batendo em um assoalho de madeira, correspondente aos movimentos do ímã eletrônico que se engata e desengata muito depressa para induzir variações do campo magnético no cérebro. O ritmo dessas batidas varia, caso essas imagens sejam anatômicas ou funcionais. Pelo que eu conseguia ouvir, Jonathan e Doug estavam fazendo imagens anatômicas do meu cérebro.
Ao final de uns dez minutos, a fase anatômica terminou. Eu esperava ver aparecer em um pequeno espelho colado bem em cima dos meus olhos a “tarefa mental” programada por nós a fim de estimular a atividade do córtex pré-frontal – era o objetivo da experiência. É para apertar um botão cada vez que se identifiquem letras idênticas dentre as que desfi lam rapidamente na tela (o córtex pré-frontal permite memorizar as letras que desapareceram e fazer as operações de comparação). Aguardo, pois, que Jonathan envie a tarefa e que se desencadeie o ruído próprio do aparelho registrando a atividade funcional do cérebro. Mas a pausa se prolonga. Não compreendo o que está acontecendo. Jonathan e Doug estão ao lado, na sala de controle, só se pode falar para lá por interfone. Então eu ouço nos fones de ouvido: “David, há um problema. Há alguma coisa errada com as imagens. Vamos ter que recomeçar.” Tudo bem. Recomeçamos. Fazemos outra vez dez minutos de imagens anatômicas. Chega o momento em que a tarefa mental devia começar. Eu aguardo. A voz de Jonathan me diz: “Não vai dar para fazer. Temos um problema. Espere um pouco.” Eles vêm para a sala do aparelho e fazem deslizar a mesa sobre a qual eu estou deitado, e eu vejo, ao sair do tubo, que eles estão com uma expressão estranha. Jonathan coloca uma mão sobre o meu braço e me diz: “Não podemos fazer a experiência. Tem um negócio no seu cérebro.” Eu peço que me mostrem na tela as imagens que eles gravaram por duas vezes no computador.
Eu não era nem radiologista nem neurologista, mas tinha visto muitas imagens de cérebro, era nosso trabalho cotidiano: havia, sem nenhuma ambigüidade, na região do córtex pré-frontal direito, uma bola redonda do tamanho de uma noz. Pela sua localização, não se tratava de um desses tumores benignos do cérebro que se vêem por vezes, operáveis, ou que não estão entre os mais virulentos – como os meningiomas, os adenomas da hipófise. Às vezes, trata-se de um cisto, de um abscesso infeccioso, provocado por certas doenças como a aids. Mas minha saúde era excelente, eu fazia muito esporte, chegava até a ser capitão do meu time de squash. Essa hipótese estava, pois, descartada. Impossível me iludir sobre a gravidade do que acabáramos de descobrir. Em estágio avançado, um câncer no cérebro sem tratamento geralmente mata em seis semanas; com tratamento, em seis meses. Eu não sabia em que estágio me encontrava, mas conhecia as estatísticas. Permanecemos os três silenciosos, não sabendo o que dizer. Jonathan mandou os filmes para o departamento de radiologia a fim de que fossem avaliados logo no dia seguinte por um especialista, e nós nos despedimos.
Fui embora na minha moto, em direção à minha casinha na outra ponta da cidade. Eram 11 horas, a lua estava muito bonita num céu luminoso. No quarto, Anna dormia. Eu me deitei e olhei para o teto. Era de fato muito estranho que a minha vida acabasse daquele jeito. Era inconcebível. Havia um tal fosso entre o que eu acabara de descobrir e o que eu construíra durante tantos anos, a disposição que eu acumulara para o que prometia ser um percurso longo e que devia resultar em realizações cheias de sentido. Tinha a impressão de estar só começando a contribuir com coisas úteis. Eu emergia de um período muito duro. O doutorado tinha sido especialmente trabalhoso. Meu casamento só durara três meses. Há sete anos eu vivia em uma cidade que não tinha nada de atraente. Com 22 anos, tinha deixado a França pelo Canadá e depois pelos Estados Unidos. Tinha feito tantos sacrifícios, investido tanto no futuro! E, de repente, me via diante da possibilidade de não haver futuro nenhum.
E, além do mais, estava sozinho. Meus irmãos estudaram um tempo em Pittsburgh, mas já tinham ido embora. Não tinha mais mulher. Minha relação com Anna era muito recente, e ela iria certamente me deixar: quem quer saber de um tipo que aos 31 anos está condenado à morte? Eu me via como um pedaço de madeira boiando dentro de um rio e que subitamente encalha na margem, preso. O destino dele era contudo fazer todo o caminho até o oceano. Ficara preso naquele lugar, ao acaso, onde não tinha verdadeiros elos. Eu ia morrer sozinho em Pittsburgh.
Obra mostra como evitar e prevenir câncer por meio da alimentaçãoLembro-me de um acontecimento extraordinário que se produziu enquanto eu estava deitado na cama contemplando a fumaça do meu cigarro indiano. Na verdade, eu não estava com vontade de dormir. Estava imerso nos meus pensamentos quando, de repente, ouvi minha própria voz falando na minha cabeça, com uma suavidade, uma segurança, uma convicção, uma clareza, uma certeza que eu não conhecia. Não era eu, e contudo era de fato a minha voz. No momento em que eu repetia a mim mesmo que “não é possível que isto tenha acontecido a mim, é impossível”, a voz disse: “Sabe de uma coisa, David? É perfeitamente possível, e não é assim tão grave.” E então se passou algo extraordinário e incompreensível, pois, naquele segundo, deixei de ficar paralisado. Era uma evidência: sim, era possível, faz parte da experiência humana, muitas outras pessoas a viveram antes de mim, eu não era diferente. Não era grave ser simplesmente humano, plenamente humano. Meu cérebro encontrara sozinho a via da tranqüilidade. Depois, quando tive medo novamente, tive que aprender a controlar minhas emoções. Mas naquela noite eu adormeci e no dia seguinte pude trabalhar e fazer o necessário para começar a enfrentar a doença, e encarar a minha vida.

Faleceu no dia 16 de Julho de 2012 aos 79 anos - Stephen Covey





Stephen Richards Covey (Nascido em 24 de Outubro de 1932 em Salt Lake City, Utah- Falecido em 16 de Julhode2012 em Idaho Falls,Idaho) é autor do best-seller administrativo (classificado por alguns como livro de auto-ajuda) Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes[1], publicado pela primeira vez em 1989, como também do livro (Primeiro o Mais Importante), dentre outros. Ele é fundador da Covey Leadership Center em Salt Lake City, Utah, e da "Covey" de FranklinCovey Corporation, que ensina a como fazer planejamentos nas organizações .




Covey instrui as pessoas a como adquirirem plena eficácia na vida, especialmente no contexto da vida profissional e da administração. Porém, seus livros também enfatizam a família, a liderança pessoal ou autoliderança, a primazia do caráter sobre as técnicas, a necessidade de construirmos um alicerce de integridade para nossa vida e a importância da contribuição e do legado.