sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Dura radiografia da cultura e dos tempos atuais, pelo olhar inconformista do mais notório escritor peruano.
Clique na imagem e leia 1° capitulo

O escritor, jornalista e político peruano Mario Vargas Llosa faz em seu novo livro, A Civilização do Espetáculo, uma crítica à banalização das artes e da literatura, junto com o crescimento do jornalismo sensacionalista e da política fútil e sem valor na sociedade contemporânea. O autor, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2010, faz uma comparação entre o presente e o passado, quando a cultura servia como mecanismo para impedir às pessoas de virarem as costas para a realidade e os problemas do mundo, enquanto, nos dias de hoje, é apenas um meio de distração e entretenimento. Ele ainda critica os novos intelectuais, que, ultimamente, preferem optar pelo silêncio a assumir a tarefa de formar opinião e estruturar pensamentos, como acontecia ao longo do século XX.

“A arte, a literatura e o cinema se trivializaram de tal maneira, que o espectador e o leitor vivem a ilusão de ser cultos e de estar na vanguarda de tudo com o mínimo esforço intelectual. (...) Se aceitar entrar no jogo da civilização do espetáculo e se converter em um bufão, o intelectual tem a possibilidade de que sua mensagem prospere.” – Mario Vargas Llosa

A banalização das artes e da literatura, o triunfo do jornalismo sensacionalista e a frivolidade da política são características da sociedade contemporânea: a ideia temerária de converter em bem supremo a natural propensão humana para o divertimento. Este é o tema central do novo ensaio de Mario Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura em 2010.
Em A civilização do espetáculo, o escritor diz que no passado a cultura era uma espécie de consciência que impedia que virássemos as costas para a realidade. Hoje, lamenta Llosa, a cultura atua como mero mecanismo de distração e entretenimento. Para ele, “a ideia ingênua de que, através da educação, se pode transmitir cultura à totalidade da sociedade, está destruindo a ‘alta cultura’, pois a única maneira de conseguirmos essa democratização universal da cultura é empobrecendo-a, tornando-a cada dia mais superficial”.
Para o autor peruano, a figura do intelectual que estruturou todo o século XX teria desaparecido do debate público. Ainda que alguns assinem manifestos e participem em polêmicas, sua repercussão na sociedade é mínima. Conscientes desta situação, observa Llosa, “muitos optaram pelo silêncio”.

Nenhum comentário: