Publicado pela primeira vez em 1971, perto do fim de sua vida, A Vida do Espírito é o último trabalho de Hannah Arendt, e considerado por muitos sua obra mais importante. O livro investiga o próprio pensamento em sua existência na vida contemplativa, e foi pensado como uma obra em três volumes que explorariam as atividades do espírito que Arendt considerava fundamentais. Assim, a autora faz uma análise rica e desafiadora das atividades espirituais do pensar, do querer e do julgar, e dedica-se, passional e racionalmente, à questão fundamental ao ser humano de como a mente opera.
A partir de uma apurada releitura dos textos mais importantes dos pensadores que, ao longo da história da filosofia, trataram dos três temas, a autora descobriu aspectos surpreendentes das obras dos grandes mestres. Deste modo, o capítulo sobre o pensar recorre a um extenso material para responder a questões sobre a posição dessa atividade diante do mundo das aparências, sobre a sua origem (o que nos faz pensar?) e sobre a dimensão temporal em que se move o sujeito pensante. O capítulo dedicado ao querer revê a pré-história da noção de vontade na filosofia antiga, examina a descoberta dessa faculdade no período cristão e a posição central ocupada por ela na filosofia moderna, sublinhando o questionamento dessa centralidade na filosofia contemporânea. O capítulo sobre o julgar foi interrompido com sua morte, em 1975. Mary McCarthy, amiga e inventariante de Arendt, decidiu suprir essa lacuna com a inclusão de excertos de cursos da autora sobre a filosofia de Kant, na qual ela esperava encontrar as fontes para o exame da faculdade de julgar.
Com uma linguagem viva e fluente, A VIDA DO ESPÍRITO desperta a atenção de um público amplo, interessado nos debates intelectuais mais relevantes da contemporaneidade. A tradução precisa, feita há mais de uma década por um grupo de estudiosos, foi novamente revista para esta edição.
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