quinta-feira, 20 de março de 2014

“O castelo de vidro é nada menos que espetacular” Entertainment Weekly

“Em certo ponto, descrevendo seus primeiros gostos literários, Jeannette Walls menciona que "todos os meus livros favoritos envolvem pessoas lidando com dificuldades". E ela conseguiu fazer o que a maioria dos escritores propõe: escrever o tipo de livro que eles mesmos mais querem ler”
The New York Times
 
A bela jornalista ruiva, uma profissional de sucesso na capital dos negócios, Nova Iorque, contempla a cidade pelos vidros do táxi. Em breve chegará a seu luxuoso apartamento, repleto de antiguidades, mapas antigos, livros raros e tapetes persas. Subitamente, seu olhar é atraído por uma visão, infelizmente não tão incomum nas metrópoles: uma senhora idosa e desgrenhada vasculha uma lixeira em busca de algo para comer. Em pânico, a jornalista, que aterrorizava as celebridades com sua ácida coluna de fofocas, esconde-se no interior do veículo. Havia reconhecido a mulher em estado de indigência. Tratava-se de sua mãe. Um conto fantástico, ou a imaginação delirante de um autor, em busca do efeito fácil sobre os leitores, diriam alguns. No entanto, a história é absolutamente verídica, e um desses casos em que a realidade parece emprestar as tintas da ficção.

Em O castelo de vidro, Jeanette Walls escreve as memórias de sua família boêmia, errante, atípica e inconformista. Talvez herdeiros do espírito libertário dos beats, ou da rebeldia dos anos sessenta, os pais de Walls enveredariam por um verdadeiro périplo por dezenas de cidades americanas, chegando mesmo a viver nas ruas, como sem-teto. Avessos aos trabalhos regulares, o pai vivendo de expedientes, a mãe, uma pintora amadora e amante das artes, muitas vezes as memórias de Walls revelam momentos em que a fome e o desespero parecem intoleráveis. No entanto, com seu estilo vigoroso e direto, ela nunca apela para as explicações de cunho psicanalítico ou social, e escapa do sentimentalismo banal.

Cumpre acertar as contas com seu passado, a compreensão de um choque de ideais e de gerações. O livro de Walls, para além do relato de uma infância de miséria, aponta, portanto, para questões da maior relevância. Trata-se da solidão e da incomunicabilidade entre as pessoas, e da perseguição de sonhos e projetos pessoais. A história da família de Walls, portanto, em seu caráter absolutamente único, fala um pouco de todas as famílias, de todos os sonhos, de toda a existência. Fala um pouco sobre todos nós.

A autora
Jeannette Walls nasceu em 21 de abril de 1960 em Phoenix, Arizona. Sua família morou em vários locais diferentes dos Estados Unidos, como Nevada, Califórnia, West Virginia, e chegou até mesmo a viver nas ruas. A experiência atípica da família nômade de Walls forneceu substrato para O castelo de vidro, que se manteve por surpreendentes cem semanas na lista dos mais vendidos do New York Times. 
O livro foi um sucesso de crítica, recebeu prêmios significativos, como o Christopher Award e o Books for Better Living Award. As memórias de Walls atingiram a marca de 2,7 milhões de exemplares vendidos, sendo traduzidas para 22 idiomas. Os direitos do livro foram negociados com a Paramount, que se incumbirá da adaptação cinematográfica.
Antes de enveredar pela carreira literária, Jeanette Walls exerceu, por muitos anos, o jornalismo, tendo trabalhado como repórter, colunista e articulista em diversas publicações, dentre as quais a revista Esquire e o jornal USA Today. Atualmente em seu segundo casamento, Walls vive em Culpeper, Virginia, com seu marido, o jornalista John J. Taylor. 

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