Fernando e Lívia terminam o relacionamento, e ele exige separação total de bens. Mas não está se referindo à geladeira, ao sofá ou à televisão. Fã ardoroso de Smiths e Morrissey, Fernando não quer que a ex continue ouvindo suas músicas preferidas. Nem quando elas tocarem no rádio.
“Smiths e Morrissey eram coisas minhas, que eu dividi com você. Tipo a minha cama. Escuta: quero que você pare de usar a minha cama. Não quero saber de você com outro homem nela. Antes, a cama era nossa, agora é minha.”
Esse é o ponto de partida de Quem Vai Ficar Com Morrissey?, primeiro romance do paulista Leandro Leal. É também o título inaugural da Coleção Impulso, etiqueta para novos autores criada pela Edições Ideal. Debut em dose dupla, portanto.
Com prefácio do jornalista musical português Pedro Gonçalves (ex-diretor da revista Blitz, o mais importante órgão de comunicação lusitano dedicado à música), QVFCM? mostra as angústias, alegrias e descobertas (musicais, sexuais, etílicas etc.) de um paulistano nascido no final dos anos setenta e que é apresentado ao som dos Smiths (e outros bons sons) na adolescência. Depois disso, sua vida não seria mais a mesma. Como diria o prefácio do Pedro Gonçalves: “Quem tem os Smiths, Johnny Marr e Morrissey na sua vida tem mais do que os outros. Que me desculpem os outros.”
A capa do livro também merece destaque, pois leva a assinatura, as cores e o estilo pop art do ilustrador Butcher Billy. De prosa ágil e divertida, Quem Vai Ficar Com Morrissey? trata de paixões. Das que começam e terminam, das que nunca terão fim.
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