Em Diga o nome dela, Francisco Goldman transforma a dor pela morte da mulher em combustível para a vontade de viver. Em 2005, o escritor e professor norte-americano Francisco Goldman se casou com Aura Estrada, uma jovem e promissora estudante de literatura. Pouco antes de o casamento completar dois anos, durante as férias numa praia do México, Aura quebrou o pescoço após ser tragada por uma onda.
Responsabilizado pela morte de Aura e mortificado pela culpa, Francisco entregou-se ao desespero. Passava os dias sem rumo, bebendo e flertando com a catatonia, a depressão, o suicídio. Para vencer a crise, escreveu Diga o nome dela, um romance sobre o amor e a dor da perda.
Viúvo, o autor começou a colecionar tudo que podia sobre a mulher: seus diários, suas roupas, a bolsa que levara à praia no dia fatídico, o xampu que ela costumava usar. Qualquer objeto relacionado a Aura tornava-se uma forma de montar um quebra-cabeça de lembranças.
Da infância da garota e sua adolescência na cidade do México até os estudos na Universidade de Columbia, dos dias de recém-casados em Nova York às viagens pelo México e pela Europa, a história de Aura é recuperada em detalhes pontuados de tristeza e saudades. Sempre pelo prisma das anotações e textos inacabados de Aura, Goldman elabora a ausência e tenta se adaptar à solidão.
Diga o nome dela é uma história sobre o luto — uma mostra pungente de que só com a organização da memória é possível driblar a falta de sentido e reafirmar o desejo de seguir adiante.
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