terça-feira, 9 de julho de 2013

Analista falou que já sabia que seria acusado de espionagem. Brasil é país com maior volume de informações coletadas pelos EUA.


Jornal britânico revela parte de entrevista de Edward Snowden.
Em meio à forte repercussão internacional das denúncias de espionagem, a imprensa em Londres publicou novo trecho de entrevista do ex-técnico da CIA Edward Snowden, que se defende da acusação de traição por ter revelado os segredos.
O jornal britânico The Guardian divulgou nesta segunda-feira (8) na internet a segunda parte da entrevista de Edward Snowden, gravada em Hong Kong no dia 6 de junho. O analista falou que já sabia que seria acusado de espionagem e de ajudar os inimigos dos Estados Unidos.
Snowden disse que é um patriota. "Eu não quero viver num mundo onde tudo o que eu falo, tudo o que eu faço, todo mundo com quem eu falo, toda expressão de criatividade, amor ou amizade seja gravado. Eu não quero fazer parte disso, esse não é o mundo em que eu quero viver", afirmou.


Snowden deixou claro que considera os Estados Unidos um país do bem. O Brasil é o país com maior volume de informações coletadas pelo governo americano, atrás apenas dos Estados Unidos.
É o que mostra o mapa da bisbilhotagem dos programas de vigilância da CIA e da NSA. As denúncias tiveram repercussão na imprensa internacional. Os jornais americanos The New York Times e The Wall Street Journal e o britânico Financial Times falaram da preocupação do governo brasileiro com a coleta de informações.
O Departamento de Estado americano convocou uma entrevista coletiva para falar sobre as denúncias. A porta-voz, Jen Psaki, disse que o governo dos Estados Unidos já está em contato com as autoridades brasileiras e que tudo será discutido no campo diplomático.
O repórter Luiz Fernando Silva Pinto perguntou se ela confirmava que os Estados Unidos mantinham um programa de monitoramento em Brasília. Psaki respondeu que, como de praxe, não iria comentar publicamente sobre suposta atividade de inteligência.
Jim Walsh é pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, especialista em segurança nacional. Pela internet, diz: "Fico preocupado com o alcance e a escala dessas atividades com praticamente nenhuma transparência”.
Sobre o Brasil, afirma que existe a possibilidade de os Estados Unidos estarem coletando informações econômicas e políticas porque o país é líder na América Latina, mas reforça que isso é uma aposta, porque é tudo secreto.
Para o especialista brasileiro Salvador Raza, professor da Universidade de Defesa do Pentágono, o monitoramento dá informações preciosas para o governo americano. “O sistema não está olhando conteúdos das mensagens dos indivíduos, mas sim nos relacionamentos que esse indivíduo tem com outros indivíduos, a sua posição geográfica, o tempo e quanto tempo durou. Quando você tem uma densidade grande dessas informações, traça o perfil da pessoa com grau de exatidão impressionante para efeitos de inteligência. Se você consegue fazer isso de vários atores-chave, consegue definir um perfil de política, um perfil de posicionamento político, perfil de tendência. E isso é uma informação valiosíssima nas relações internacionais”
Ex-consultor recebeu 3 ofertas, mas modo de sair da Rússia é incerto.
Ele é acusado de vazar dados sobre programas de espionagem dos EUA.
Após ter recebido uma oferta de asilo político de países da América Latina, o ex-consultor da Agência Nacional de Segurança (NSA) americana Edward Snowden parece ainda não ter deixado Moscou, onde está bloqueado há 14 dias.
Fonte pesquisa:
Jornal da Globo   G1

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