quinta-feira, 11 de junho de 2015


 “Li o depoimento corajoso, revelador e comovente de Márcio Maranhão, no texto fascinante de Karla Monteiro, com um nó na garganta, o coração aos pulos e as mãos buscando pedras para quebrar vitrines. Não, não, eu sei. Vitrines são inocentes e o gesto, inútil. Não devo responder assim aos crimes perpetrados contra a saúde pública. É que meu sentimento de revolta não cabe num parágrafo. Resistir é preciso. Por a boca no mundo, como o autor, e operar o Brasil de peito aberto sem anestesia. Tratamentos conservadores esgotaram-se, enredados em cumplicidade corrupta e ineficiência criminosa. A mudança inadiável pode começar com um livro. Este. Doutor Márcio merece nossa gratidão e todas as homenagens, sintetizadas talvez numa estátua. Entretanto, tenho certeza de que ele preferiria que o Estado apenas cumprisse seu dever, respeitando os médicos e os demais profissionais da saúde, os cidadãos e seus direitos ao atendimento digno, público e universal.Sua assinatura formalizou a renúncia, mas, aqui, endossando este livro, lança-o de volta ao olho do furacão. Não desista. Precisamos de sua lucidez, integridade, competência e compaixão. Este livro marca seu retorno ao serviço público agora pela força incomparável das palavras.” - Luiz Eduardo Soares (Antropólogo, cientista político e escritor)

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