segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

«Provavelmente a sua obra mais original e emocionalmente penetrante até à data.»
Michiko Kakutani, The New York Times

O sétimo romance do autor do best-seller mundial As Horas, foi publicado no passado dia 6 de Maio nos Estados Unidos e chegou às livrarias nacionais a 23 de Julho.
Este livro de Michael Cunningham tem nas suas páginas iniciais a descrição do seu protagonista, Barrets Meeks, a presenciar uma «manifestação celestial», uma «luz grande e esverdeada», em Central Park, Nova Iorque, em 2004. Aos trinta e oito anos este homem carrega um rol de profissões e relações amorosas fracassadas e após perder o seu apartamento vai viver para um bairro pobre de Brooklyn, com o seu irmão mais velho Tyler, um cantor de bar de meia-idade viciado em droga, e Beth, a companheira do mesmo, que enfrenta um cancro. Depois de Barrets ter visto a luz naquela noite ele fica a duvidar da sua descrença religiosa e mais consciencioso das particularidades da sua própria condição actual (ele acabara de ser deixado pelo namorado). Aquela luz estranha no céu parece ter sido um sinal de motivação para ele mudar radicalmente de vida, mas Barrets ainda vive aprisionado com os seus traumas, como por exemplo a perda da sua mãe há muitos anos, que morrera vítima de um fenómeno natural muito estranho e improvável: um raio caíra-lhe em cima, literalmente. Estes dois irmãos ao longo de quatro anos (período em que a história decorre) irão lutar com os seus eus degradados, enquanto a vida lhes depara com várias provações para crescimento pessoal de ambos. Sobre relações humanas, inquietações pessoais, vícios e doença, sinais e prodígios, este romance aborda.
O título A Rainha da Neve (The Snow Queen) foi retirado de um conto de Hans Christian Andersen, revela o autor em nota introdutória, e sem dúvida que o autor de Sangue do Meu Sangue se inspirou nessa obra. Ao mesmo tempo divertido, luminoso e denso, este romance cativa o leitor pelas personagens bem delineadas e pela reminiscência ao sonho, ao fantástico, ao idílico. O uso de parêntesis em excesso ao longo da obra é uma peculiaridade estilística que poderia ser evitada, pois as estruturas sintáticas não ganham com essa inserção. A Rainha da Neve é uma obra que pode ser interpretada de várias perspectivas, consoante a sensibilidade espiritual de cada leitor. Merece uma leitura atenta.

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