sábado, 8 de novembro de 2014

Com seu próprio corpo -, o que faz de sua jornada um completo exercício de superação. 

Até o fim vem colecionando indicações a prêmios para o seu único ator em cena, Robert Redford, e todo e qualquer prêmio a que ele seja indicado, já aviso de antemão, é merecido. O filme começa com um monólogo em tom de despedida e um objeto flutuando no meio do mar distante 1700 milhas do estreito de Sumatra. A trama volta para oito dias antes e estamos com um envelhecido e fora de forma Robert Redford dentro do seu veleiro, que se chocou com um contêiner flutuante perdido de algum navio de carga e está com um rombo no casco. A água está invadindo o barco aos poucos, danificando muitos objetos de comunicação, e o contêiner está preso ao buraco que abriu na embarcação.
Sozinho, o personagem consegue desgarrar o barco do objeto mas há milhares de problemas que ainda estarão por vir: o buraco precisa ser selado; ele está incomunicável no meio do oceano sem saber para onde está indo e travará uma batalha pela sobrevivência – que parece estar perdida de antemão – quando o veleiro é atingido por uma tempestade que se aproxima. Com o naufrágio do barco, o personagem ficará ainda mais perdido no mar, dentro de um bote salva vidas, enquanto é castigado pelo sol e pela força da natureza. À medida que o filme avança, vão se esvaziando todas as esperanças – incluindo a dos espectadores estarrecidos -, a começar com a falta de água potável, a falta de comida, o cerco dos tubarões ao bote e com todos os perigos que o mar oferece. Pior: vibramos com a chegada de dois navios por perto, mas o personagem é invisível às embarcações que trafegam pelas rotas próximas e está se afastando cada vez mais delas.
Filme de náufrago não é novidade no cinema. A diferença é que aqui praticamente não há diálogos (após o monólogo inicial, o segundo diálogo só vem vinte minutos depois com um pedido de socorro e em seguida, a próxima palavra só será proferida a partir de uma hora) o que faz o filme se aproximar mais deNáufrago, com Tom Hanks, no seu desenvolvimento, do que de outros filmes – com a diferença que aqui não temos uma bola de vólei como companhia para o martírio do personagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário