terça-feira, 5 de novembro de 2013

Sangue na Primavera


O sol da primavera brilha sobre Linköping, no centro da Suécia, e sobre seus habitantes ainda pálidos, marcados pela escuridão do prolongado inverno, que ousaram sair para tomar café nas esplanadas da praça. Algumas andorinhas voam em círculos e as bancas de flores já exibem as suas tulipas coloridas. Acompanhada de duas crianças, uma mãe dirige-se ao caixa eletrônico de um banco. De repente, a calmaria é interrompida por uma forte explosão. A partir daí, Linköping nunca mais será a mesma. A detetive Malin Fors está diante do caixão da sua mãe na Capela da Ressurreição e tenta sentir algum tipo de emoção. Irrompe no local um vago murmúrio, e logo ela está a caminho da Grande Praça – e de uma visão que jamais iria esquecer. Estilhaços de vidros. Tulipas despedaçadas. Verduras espalhadas por toda parte. Um sapato infantil rasgado. Uma pomba bicando o que aparenta ser um pedaço de carne. Uma tragédia no meio de um silêncio ensurdecedor.

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