domingo, 4 de agosto de 2013

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A vida de Lampião (1897-1938) não se resume a seu extenso prontuário de crimes violentos. O maior cangaceiro de todos os tempos viveu entre cantigas e massacres, riquezas e provações, poder e paixão, e a despeito de sua crueldade tornou-se uma espécie de mártir dos oprimidos, além de uma das figuras capitais do imaginário popular brasileiro. Provável autor da cantiga “Mulher rendeira”, espécie de hino do bando durante a invasão das cidades sertanejas, Lampião adquiriu sua alcunha devido ao fogo certeiro de sua habilidade no manejo do rifle e da pistola. Na década de 1920, estabelecida na margem esquerda do São Francisco, nos áridos sertões de Pernambuco, da Paraíba e do Ceará, sua reputação como justiceiro do sertão não demorou a espalhar-se pela margem direita e daí para as capitais do sul do país. A trilha de terror espalhada por seu bando em todo o sertão nordestino paradoxalmente rendeu-lhe a fama de bandido amigo dos pobres, misto de Robin Hood e Antônio Conselheiro que na realidade atuava como um verdadeiro coronel.
Pesquisadora titular da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, Isabel Lustosa traça um panorama da vida e do tempo de Lampião por meio de uma ampla documentação bibliográfica e iconográfica. A violência de um cotidiano marcado pela exploração e pela miséria é o ponto de partida de sua investigação sobre a personalidade enigmática de Virgulino, dando-lhe acesso privilegiado às origens humanas e sociais do mito.

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