quinta-feira, 8 de agosto de 2013


 Autor de O grande Gatsby, Francis Scott Fitzgerald aproveitou à beça os chamados “anos loucos”: festas, viagens e muita bebedeira. Mas a paixão por drinques, que no início assegurava um comportamento mais leve em festas e encontros entre os literatos da época, desandaria para um brutal alcoolismo. Tentando se livrar do vício ao mesmo tempo em que procurava evocar os dias ébrios de sua vida, Fitzgerald deixou uma série de textos - ensaios, cartas e aforismos - em que o pileque é o personagem maior. São textos que oscilam entre a graça (na característica prosa elegante do autor), o anedótico e um registro mais sombrio. “Primeiro você toma um drinque, então um drinque toma um drinque, e aí o drinque toma você”, anotou o escritor de forma irônica e acurada.Pileques, uma seleção retirada de “O colapso nervoso” e outros textos de Fitzgerald, é uma elegante e evocativa crônica da paixão de um homem pelos estados alterados da mente provocados por bebidas alcoólicas. Também o testemunho de uma era que, à distância de quase um século, parece dotada de um charme inescapável.

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