Entrevista com o autor Michael Mosley:
A imprensa inglesa e americana afirmam que A Dieta dos 2 Dias seria a maior revolução depois da Dieta do Dr. Atkins. O que o senhor acha disso?
Meu livro ocupa o topo da lista dos mais vendidos no Reino Unido desde sua publicação, há quase seis meses. Agora, começou a ser vendido no mundo todo. O motivo do sucesso é que as pessoas experimentam, descobrem que funciona e a novidade se espalha rapidamente via internet. Os indícios existentes até agora concluem que dois dias por semana de restrição calórica são seguros e proporcionam mais benefícios à saúde do que uma dieta padrão.
2) Podemos dizer que os principais benefícios do jejum são decorrentes da manutenção de baixos níveis de insulina no sangue?
Os estudos mostram que os adeptos do jejum intermitente perdem muito mais gordura do que quando seguem uma dieta padrão e constatam maior aumento na sensibilidade à insulina. Isso significa que o corpo precisa produzir menos insulina para lidar com uma elevação repentina no açúcar sanguíneo. Isso é bom, pois altos níveis de insulina estão associados a diabetes, doenças cardíacas, demência e alguns tipos de câncer. Em muitos países, a incidência de diabetes está nas alturas. No Reino Unido, o custo do tratamento do diabetes é responsável por quase 1/4 do orçamento da saúde, e só vem aumentando.
3) Qual a sua opinião sobre a recomendação de comer a cada três horas? Por que a prática tornou-se um dogma entre os nutricionistas?
A alegação baseia-se na crença de que a ingestão de pequenas refeições acelera a taxa metabólica, o que não é verdade, e na esperança de que se comerem regularmente as pessoas vão consumir menos besteira, o que também não é verdade. O organismo precisa de períodos de jejum para realizar sua limpeza essencial, ou seja, livrar-se de células velhas ou danificadas, como mitocôndrias.
4) O argumento mais comum contra o jejum é que ele pode desacelerar o metabolismo. Por que isso acontece?
Estudos mostram que a primeira reação do organismo à restrição calórica é a aceleração da taxa metabólica. Somente depois de vários dias sem comida é que o corpo tenta conservar energia e o metabolismo desacelera. Do ponto de vista evolutivo, faz sentido. Quando estamos sem comer, por exemplo, há 10 horas e sentimos fome, precisamos levantar, fazer alguma coisa, sair para caçar ou buscar comida. Aqui está um link para algumas pesquisas sobre o assunto: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10837292.
5) Quando estamos em jejum, o organismo fica em estado de alerta. De que maneira esse estresse pode ser benéfico?
O jejum gera um tipo de estresse celular, que ativa o processo de reparo genético. É o que os exercícios também provocam. Quando corremos ou levantamos peso, causamos danos aos músculos, o que ativa os genes de reparo. Quando sofrem reparos, esses músculos ficam mais fortes do que eram antes. É assim que construímos massa muscular.
6) As pessoas que seguem a dieta passam a maior parte dos dias comendo tudo o que querem. Isso não pode fazer mal à saúde?
Não, e eu não acho que você possa comer tudo o que quiser; se o fizer, não vai emagrecer. Falo que devem “comer normalmente”; em outras palavras, alimentar-se com algum grau de restrição. Recomendo que tentem incluir proteínas saudáveis e grande quantidade de hortaliças nos dias livres.
7) O senhor recomenda a prática de exercícios físicos durante a dieta? Isso ajudaria a perder menos massa muscular magra?
Recomendo mais atividades físicas como caminhar e usar sempre a escada em lugar do elevador, pois assim você queimará mais gordura e perderá menos massa muscular. Há indícios, que cito no livro, de que a prática de exercícios em jejum (antes do café da manhã, por exemplo) acelera a queima de calorias, em comparação com os exercícios realizados depois da refeição.
8) O senhor recomenda seguir a dieta pelo resto da vida? Continua seguindo-a até hoje?
Sigo a dieta atualmente há um ano e consigo manter o peso reduzindo a ingestão de calorias durante apenas um dia por semana. Espero que essa dieta estimule bons hábitos alimentares durante a vida.
Sobre os autores:
A imprensa inglesa e americana afirmam que A Dieta dos 2 Dias seria a maior revolução depois da Dieta do Dr. Atkins. O que o senhor acha disso?
Meu livro ocupa o topo da lista dos mais vendidos no Reino Unido desde sua publicação, há quase seis meses. Agora, começou a ser vendido no mundo todo. O motivo do sucesso é que as pessoas experimentam, descobrem que funciona e a novidade se espalha rapidamente via internet. Os indícios existentes até agora concluem que dois dias por semana de restrição calórica são seguros e proporcionam mais benefícios à saúde do que uma dieta padrão.
2) Podemos dizer que os principais benefícios do jejum são decorrentes da manutenção de baixos níveis de insulina no sangue?
Os estudos mostram que os adeptos do jejum intermitente perdem muito mais gordura do que quando seguem uma dieta padrão e constatam maior aumento na sensibilidade à insulina. Isso significa que o corpo precisa produzir menos insulina para lidar com uma elevação repentina no açúcar sanguíneo. Isso é bom, pois altos níveis de insulina estão associados a diabetes, doenças cardíacas, demência e alguns tipos de câncer. Em muitos países, a incidência de diabetes está nas alturas. No Reino Unido, o custo do tratamento do diabetes é responsável por quase 1/4 do orçamento da saúde, e só vem aumentando.
3) Qual a sua opinião sobre a recomendação de comer a cada três horas? Por que a prática tornou-se um dogma entre os nutricionistas?
A alegação baseia-se na crença de que a ingestão de pequenas refeições acelera a taxa metabólica, o que não é verdade, e na esperança de que se comerem regularmente as pessoas vão consumir menos besteira, o que também não é verdade. O organismo precisa de períodos de jejum para realizar sua limpeza essencial, ou seja, livrar-se de células velhas ou danificadas, como mitocôndrias.
4) O argumento mais comum contra o jejum é que ele pode desacelerar o metabolismo. Por que isso acontece?
Estudos mostram que a primeira reação do organismo à restrição calórica é a aceleração da taxa metabólica. Somente depois de vários dias sem comida é que o corpo tenta conservar energia e o metabolismo desacelera. Do ponto de vista evolutivo, faz sentido. Quando estamos sem comer, por exemplo, há 10 horas e sentimos fome, precisamos levantar, fazer alguma coisa, sair para caçar ou buscar comida. Aqui está um link para algumas pesquisas sobre o assunto: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10837292.
5) Quando estamos em jejum, o organismo fica em estado de alerta. De que maneira esse estresse pode ser benéfico?
O jejum gera um tipo de estresse celular, que ativa o processo de reparo genético. É o que os exercícios também provocam. Quando corremos ou levantamos peso, causamos danos aos músculos, o que ativa os genes de reparo. Quando sofrem reparos, esses músculos ficam mais fortes do que eram antes. É assim que construímos massa muscular.
6) As pessoas que seguem a dieta passam a maior parte dos dias comendo tudo o que querem. Isso não pode fazer mal à saúde?
Não, e eu não acho que você possa comer tudo o que quiser; se o fizer, não vai emagrecer. Falo que devem “comer normalmente”; em outras palavras, alimentar-se com algum grau de restrição. Recomendo que tentem incluir proteínas saudáveis e grande quantidade de hortaliças nos dias livres.
7) O senhor recomenda a prática de exercícios físicos durante a dieta? Isso ajudaria a perder menos massa muscular magra?
Recomendo mais atividades físicas como caminhar e usar sempre a escada em lugar do elevador, pois assim você queimará mais gordura e perderá menos massa muscular. Há indícios, que cito no livro, de que a prática de exercícios em jejum (antes do café da manhã, por exemplo) acelera a queima de calorias, em comparação com os exercícios realizados depois da refeição.
8) O senhor recomenda seguir a dieta pelo resto da vida? Continua seguindo-a até hoje?
Sigo a dieta atualmente há um ano e consigo manter o peso reduzindo a ingestão de calorias durante apenas um dia por semana. Espero que essa dieta estimule bons hábitos alimentares durante a vida.
Sobre os autores:
O Dr. Michael Mosley tem 56 anos, é inglês, jornalista, produtor e apresentador de TV britânico. Formou-se em política, filosofia e economia pela Universidade de Oxford antes de estudar medicina no Hospital Royal Free, de Londres. Entrou para a BBC há 25 anos como jornalista da área científica, foi premiado por diversos documentários de ciência e história desenvolvidos para a BBC, o Discovery Channel, o TLC e a PBS. Por sua contribuição com programas de medicina, ele foi nomeado Jornalista Médico do Ano pela Associação Britânica de Medicina.
Mimi Spencer é jornalista e escritora. Já teve artigos publicados sobre moda, alimentação e boa forma para periódicos como Vogue, The Guardian, The Observer e London Evening Standard, onde foi nomeada a Jornalista de Moda Britânica do Ano em 2000. Hoje é colunista da revista You, do Mail on Sunday e escreve regularmente para o The Saturday Times. Além de ser coautora do livro A Dieta dos 2 Dias, é autora de 101 coisas para fazer antes da dieta.
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