quarta-feira, 6 de agosto de 2014

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No aniversário de 100 anos do início da Primeira Guerra Mundial, a Editora Rocco apresenta um inédito e brilhante estudo sobre o impacto do conflito na América Latina, especialmente no Brasil e na Argentina. Escrito pelo historiador francês Olivier Compagnon, professor da Universidade Sorbonne-Nouvelle, o livro explica como a Grande Guerra foi um divisor de águas nas relações entre o Velho e o Novo Continente.
Inspiração para as elites das jovens nações americanas no século XIX, a Europa deixa de ser um exemplo de civilização após os conflitos iniciados com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando da Áustria, em 28 de julho de 1914. Neste vácuo, argumenta Olivier Compagnon, é que a busca por uma identidade nacional ganha força, distanciando políticos e intelectuais de suas matrizes europeias. O nacionalismo político e cultural ganha força na América Latina após o armistício de novembro de 1918 e os Estados Unidos passam a ser um ator político fundamental na região.
A tese defendida por Olivier Compagnon propõe uma nova reflexão sobre a geografia da Primeira Guerra Mundial, rompendo com a historiografia tradicional que não valoriza a sua importância para os países ao sul dos Estados Unidos. Mesmo que não tenha sido palco dos sangrentos combates entre os Aliados e a Tríplice Aliança, a América Latina não permaneceu isolada e indiferente ao conflito.
Valendo-se das fontes mais surpreendentes e variadas, como romances, ensaios, canções, poemas e manifestos da época, o historiador francês demonstra como a primeira guerra global mexeu com o imaginário nacional e impactou a vida política e cultural do Brasil e da Argentina, que foram desafiados a sair de sua posição de neutralidade e apoiar os aliados de Grã-Bretanha, França, Rússia e Estados Unidos ou o grupo de países liderados por Alemanha e Império Austro-Húngaro.
Pressionado por Washington, o Brasil foi o único país latino-americano a enviar tropas para reforçar os Aliados na Europa, já no fim da Grande Guerra, com uma missão naval nas costas africanas, uma missão em apoio às forças aéreas britânicas e uma missão médica na França. As pesquisas revelam, no entanto, que o impacto do conflito se estendeu por toda a América, marcando uma virada identitária em suas sociedades.
A mudança de paradigma e a efervescência dos debates intelectuais na América Latina propiciaram o surgimento de um nacionalismo político e cultural que ganharia legitimidade e representatividade no processo de modernização das sociedades no período entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Uma nova ordem nas relações internacionais reconfigurou-se sob a égide dos Estados Unidos.

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