sexta-feira, 13 de junho de 2014

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http://www.esextante.com.br/publique/media/Luiza_Trecho.pdf“Poucos creem que pessoas famosas e afortunadas possam ter convividocom a miséria e enfrentado desgraças como se descobre ter ocorrido com Luiza Brunet. Ela não camufla nada, pelo contrário, exibe com tremenda sinceridade sua intimidade, e essa atitude, humilde, a humaniza. A lição é dupla: serve às pessoas desanimadas, encorajando-as a encarar a vida de frente, como serve também aos ególatras que preferem construir o futuro se escondendo do passado.” – Fernando Henrique Cardoso

Luiza Brunet sempre foi ícone de beleza. Desde que surgiu nas capas de revistas nos anos 80, tornou-se símbolo da mulher made in Brazil, com traços, jeito e pele de quem nasceu no Pantanal, em contato com a natureza, pés no chão, índia, brasileira.
Nos primeiros anos, era o símbolo sexual, a mulher ousada que não se furtava a posar sem roupa no estúdio, na praia ou em plena Times Square. O tempo passou e Luiza é protagonista de uma travessia que poucas são capazes de empreender. De objeto de desejo, converteu-se em objeto de admiração para homens e mulheres. Hoje é um ícone de elegância e de independência – modelo, mãe e empresária de sucesso.


No depoimento à jornalista Laura Malin, ela narra, com destemor, as dificuldades enfrentadas em sua infância no Mato Grosso e o início de vida no Rio de Janeiro. É uma Luiza revelada por inteiro, corpo e alma – um símbolo de beleza que, a partir de agora, se afirma em definitivo também como símbolo de superação, integridade e coragem.

Eu tinha 6 anos. Minha mãe estava grávida do quinto filho, estávamos em volta da fogueira, um vento gelado chegava do pantanal.
De repente começou a tempestade, sem nos dar tempo de levantar. Os pingos grossos apagaram o fogo, ficamos no breu e então vimos os raios começarem a encher os céus.
– Levantem, meninas, vamos, corram! – gritou papai.
Eles foram. Eu fiquei ali, paralisada, um pouco esquecida, um pouco escondida.
Durante um tempo que me pareceu infinito, a tempestade me atingiu com uma energia que eu já não sabia se vinha de dentro ou de fora de mim.
O vento rugia, as luzes piscavam, as vozes gemiam. Eu sabia o que estava acontecendo lá dentro: meus pais estavam tapando todas as superfícies que refletiam qualquer tipo de luz. Para eles, facas, espelhos e vidros atraíam os raios para dentro de casa. Eu, no entanto, me oferecia, do lado de fora, para a luz. Não queria ser atingida: queria ser contemplada. Eu sabia, timidamente, que estava no mundo para ir longe. Para ousar. Para ajudar, transmitir, mudar.
Luiza Brunet é uma mulher de rara beleza. Talvez por isso confunda a maioria das pessoas sobre o que há por trás de tamanha perfeição. Poucos têm oportunidade de conhecer a Luiza de verdade. Mas, neste livro, ela se despe totalmente, mostrando a beleza dentro da beleza.
Com grande sensibilidade, a jornalista Laura Malin percebeu e captou a pureza dessa mulher forte e determinada que sabe quem é e de onde vem. Luiza tem a transparente consciência de que é responsável pelo que construiu de bom e de ruim na vida.
Carrega consigo a criança que cresceu descalça, numa casa sem eletricidade, no meio de um rincão do Mato Grosso. Uma indiazinha, moleca e destemida, que um dia entendeu que podia se tornar maior do que ela mesma. Do tamanho do Brasil.
E cumpriu seu destino, saltando do interior do país para as capas de revista, sem nunca mais parar. Além de se transformar em ícone de beleza e exemplo de mulher, virou empresária, mãe de família e porta-voz de causas sociais.
Luiza é senhora da sua história: administra sua casa, sua carreira, seus amores. Assina os cheques, desenha os produtos, leva o filho à escola, desfila no carnaval e passa pano no chão. E sempre, sempre, surpreende todo mundo, principalmente, a si mesma.

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