terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A Marca de Atena (Os Heróis do Olimpo) – Brasil – Maio

Leia 1° Capitulo do Lançamento A Marca de Atena ( Os Heróis do Olimpo).
"Contada pelo ponto de vista de quatro semideuses distintos, incluindo Annabeth de Percy Jackson e os Olimpianos, The Mark of Athena une os principais personagens gregos e romanos de The Lost Hero e The Son of Neptune.
Em um fantástico navio chamado Argo II, sete semideuses viajam, nos céus pelos Estados Unidos e nos mares para Roma, em sua missão para derrotar a mãe Terra, Gaia. Enquanto isso, a guerra explode entre os semideuses romanos e gregos que eles deixaram para trás, e apenas Annabeth tem a chave para restaurar a paz."



Annabeth

Até ela se encontrar com a estátua que explodia, Annabeth achava que estava preparada para qualquer coisa. Ele caminhava pelo deque do navio voador deles, Argo II, conferindo e reconferindo os armamentos para ter certeza de eles estavam trancadoss. Ela confirmou que a bandeira branca de “Nós viemos em paz” estava voando no mastro. Ela revisou o plano com o resto da tripulação – e o plano reserva, e o plano reserva do plano reserva. O mais importante: ela conseguiu colocar de lado o acompanhante louco por guerra, Gleeson Hedge, e o encorajou a tirar a manhã de folga em sua cabine, assistindo reprises de vários campeonatos de artes marciais. A última coisa que eles precisavam, voando em um trireme Grego mágico para um Acampamento Romano potencialmente hostil, é um sátiro quarentão em roupas de ginástica sacudindo um porrete e gritando “MOOOORRRRAAA”.
Tudo parecia estar em ordem. Até o misterioso arrepio que ela sentia desde que o navio tinha decolado parecia ter passado, pelo menos por agora.
O navio de guerra desceu através nuvens, mas Annabeth não conseguia parar de duvidar de si mesma. E se isso fosse uma péssima idéia? E se os Romanos entrarem em pânico e atacarem assim que os avistarem?
O Argo II definitivamente não parecia amistoso. 60 metros de comprimento, com um casco banhado a bronze repetindo um padrão de caveiras piratas de dentro a fora, um dragão em chamas de calcês e duas armas rotatórias no meio do navio que poderiam atirar raios explosivos poderosos o suficiente para estourar concreto…. Bem, não era o meio de transporte mais apropriado para encontrar com os vizinhos.
Annabeth tentou avisar os Romanos. Ela pediu ao Leo para enviar uma de suas invenções especiais – um pergaminho de holograma – para alertar seus amigos dentro do acampamento. Ela tinha esperanças de que a mensagem tenha chegado. Leo queria pintar uma mensagem gigante no fundo do casco: “E AÍÍÍ??!!!”, com uma carinha feliz, mas Annabeth vetou a idéia. Ela não tinha certeza de que os Romanos tinham senso de humor.
Tarde demais para voltar atrás.
As nuvens passaram em volta do casco, revelando um tapete verde-dourado do Oakland Hills abaixo deles. Annabeth pegou um dos escudos de bronze que estavam alinhados no trilho a estibordo. Seus três companheiros de tripulação assumiram suas posições.
Na popa, Leo trabalhava feito louco, checando os calibradores e lutando contra os niveladores. A maioria dos timoneiros estariam satisfeitos com um timão ou um leme. Leo também instalou um teclado, um monitor, controles de aviação de um jatinho particular, um aparelho de mixagem de som, e os sensores de movimento de um Nintendo Wii. Ele poderia virar o navio puxando a válvula reguladora, atirar enquanto brinca de montar um album de música ou até subir as velas ao sacudir rapidamente os seus controles de Wii. Até mesmo para os padrões de um semideus, a dislexia e distúrbios de atenção de Leo eram sérias.
Piper andava sem sair do lugar entre o mastro principal e as armas, praticando suas falas. “Abaixem suas armas”, ela murmurava, “Nós só queremos conversar”. O seu poder de encantar com as palavras era tão poderoso que as palavras fluíram por Annabeth, fazendo com que ela desejasse largar sua adaga e ter uma ótima e longa conversa. Para uma filha de Afrodite, Piper se esforçava bastante para esconder sua beleza. Hoje ela usava jeans esfarrapados, tênis rasgados e uma regata branca com estampas rosas da Hello Kitty. (Talvez uma brincadeira, por mais que Annabeth nunca tivesse certeza). Seu cabelo desgrenhado estava trançado do lado direito com uma pena de águia.
E lá estava o namorado de Piper, Jason. Ele estava na proa em cima da plataforma elevada de caveiras piratas, onde os Romanos poderiam vê-lo facilmente. Os nós dos dedos apertavam o punho de sua espada. Tirando isso, ele parecia bem calmo para um cara que estava se posicionando como alvo. Em cima de sua calça jeans e sua camisa laranja do Acampamento Meio-Sangue, ele pôs uma toga e uma capa roxa, símbolos de sua antiga posição como preator. Com seus cabelos loiros bagunçados pelo vento e seus olhos azuis cor de gelo, ele era bonito de uma forma bruta e estava controlado – exatamente como deveria um filho de Júpiter. Ele cresceu no Acampamento Júpiter, então havia esperanças de que seu rosto familiar pudesse fazer com que os Romanos hesitassem estourar o navio pelos ares.
Annabeth tentou esconder, mas ela não confiava completamente naquele cara. Ele agia de maneira muito perfeitinha, sempre seguindo as regras, sempre fazendo a coisa certa. Ele até tinha a aparência perfeita demais. Na cabeça dela, havia um pensamento incômodo, “E se isso for um truque e ele nos trair? E se nós navegarmos para o Acampamento Júpiter e ele disser ‘Ei Romanos, dêem uma olhada nos prisioneiros e no navio legal que eu trouxe para vocês’”.
Annabeth não acreditava que isso pudesse acontecer. Ainda assim, ela não conseguia encará-lo sem ter um gosto amargo na garganta. Ele fora parte do programa de “intercâmbio forçado” entre os dois acampamentos. A Mais Irritante Majestade Real, Rainha do Olimpo, convenceu os outros deuses que os dois grupos de filhos deles –Romanos e Gregos – deveriam unir forças para combater a rainha do mal Gaia, que estava acordando da terra, e combater seus filhos horríveis, os gigantes. Sem aviso, Hera arrancou Percy Jackson, o namorado de Annabeth, limpou sua memória e o enviou ao acampamento Romano. Em troca, os Gregos receberam o Jason. Isso não era culpa do Jason, mas toda vez que Annabeth o via, ela lembrava do tanto que sentia saudades de Percy. Percy… que poderia estar abaixo deles em algum lugar nesse exato momento.
Ai Deuses, pânico surgiu nela. Ela forçou sua retirada. Ela não podia correr o risco de entrar em pânico. “Sou uma filha de Atena”, ela disse para si mesma, “Eu tenho que seguir com o plano e não me distrair”.
E foi então que ela sentiu novamente, o arrepio familiar, como se um boneco de neve psicótico tivesse se aproximado dela e estivesse espreitando bem em cima do seu pescoço. Ela se virou, mas não havia ninguém ali.
Devia ser o nervosismo. Mesmo vivendo em um mundo de deuses e monstros, Annabeth não conseguia acreditar que um novo navio de guerra poderia ser assombrado. O Argo II estava bem protegido.Os escudos de bronze celestial pelo trilho do navio eram encantados para afastar monstros e o sátiro a bordo teria sentido o cheiro de intrusos.
Annabeth desejou poder rezar para sua mãe pedindo orientação, mas não era possível. Não depois do mês passado, quando ela teve aquele péssimo encontro materno e recebeu o pior presente de sua vida…
O frio se aproximou ainda mais. Ela pensou ter ouvido uma voz fraquinha junto ao vento, como uma risada. Todos os músculos de seu corpo ficaram tensos. Algo estava prestes a ir terrivelmente errado. Ela quase ordenou Leo a dar meia volta, quando, no vale abaixo, cornetas soaram. Os Romanos avistaram eles.
Annabeth achava que sabia o que esperar. Jason descreveu o acampamento com o máximo de detalhes. Ainda assim, ela mal podia acreditar no que seus olhos viam. Cercado pelos Oakland Hills, o vale tinha pelo menos o dobro do tamanho do Acampamento Meio-Sangue. Um pequeno rio serpenteava um lado e curvava-se em direção ao centro, como uma letra G maíscula, esvanziando-se em um brilhante lago azul. Diretamente abaixo do navio, aninhado à margem do lago, a cidade de Nova Roma podia ser vislumbrada com a luz do sol. Ela reconheceu locais que Jason havia lhe contado – o hipódromo, o coliseu, os templos, os parques, a vizinhança dos Sete Morros com suas ruas torcidas, vilarejos coloridos e jardins floridos.
Ela avistou evidências de uma batalha recente dos Romanos contra um exército de monstros. A cúpula de um prédio que ela acreditava ser a Casa do Senado estava com uma fissura.
A ampla praça do fórum estava cheia de crateras. Algumas fontes e estátuas estavam em ruínas.
Uma dúzia de crianças saiu da Casa do Senado para ter uma visão melhor do Argo II. Mais Romanos emergiram de lojas e cafés, com cara de abismados e apontado para o navio enquanto ele descia.
Aproximadamente 800 metros a oeste, onde soaram as cornetas, havia um forte em cima de um morro. Parecia exatamente como as ilustrações que Annabeth vira em livros militares – com uma trincheira de defesa, com espinhos e torres de vigia armadas com bestas. Dentro, linhas perfeitas de barricadas pacíficas, alinhadas com a via principal – a Via Principalis.
Uma coluna de semideuses emergiu dos portões, suas armaduras e lanças cintilando enquanto eles corriam em direção a cidade. No meio de suas tropas estava um verdadeiro elefante de guerra.
Annabeth queria aterrissar o Argo II antes de essas tropas chegaram, mas terra firme ainda esta vários pés abaixo. Ela escaneou a multidão, na tentativa de ver Percy de relance.
E então alguma coisa fez BOM!

***

A explosão quase a derrubou para fora do navio. Ela girou e se viu cara a cara com uma estátua muito zangada.
“Inaceitável”. Ele guinchou.
Aparentemente, a explosão o fez surgir, ali mesmo no deque. Uma fumaça amarela sulfúrica dissipava de seus ombros. Cinzas surgiam de seu cabelo enrolado. Da cintura para baixo, ele não era nada além de um pedestal quadrado de mármore. Da cintura para cima, ele era uma figura humana musculosa, vestido em uma toga esculpida.


“Eu NÃO permitirei armas dentro da Linha Pomeriana!” ele anunciou em uma voz inquieta de professor. “E eu CERTAMENTE não permitirei gregos!”

Jason dirigiu um olhar a Annabeth como se dissesse ‘deixa isso comigo’.

“Terminus”, ele disse. “Sou eu, Jason Grace”.

“Oh, eu me lembro de VOCÊ, Jason!” Terminus resmungou. “Eu pensei que você teria mais senso e não se associaria aos inimigos de Roma”

“Mas eles não são inimigos…”

“Isso mesmo”, Piper tomou a iniciativa. “Nós só queremos conversar. Se nós pudermos…”

“Há!” Cortou a estátua. “Nem tente ME enfeitiçar com suas palavras, jovenzinha. E largue essa adaga antes que eu a tire de suas mãos a base de tapas!”

Piper encarou sua adaga de bronze, a qual ela nem lembrava que carregava. “Um… ok. Porém como você iria estapear ela? Você não possui braços.”

“Insolência!” escutou-se um POP cortante e um pouco de amarelo apareceu. Piper ganiu e soltou a adaga, que agora estava soltando fumaça e faísca.

“Sorte sua que eu acabei de passar por uma batalha”, Terminus anunciou. “Se eu estivesse com todas as minhas forças, eu já teria explodido essa monstruosidade voadora céu afora!”

“Espere aí”. Leo deu um passo a frente, abanando seu controle de Wii. “Você chamou o meu navio de monstruosidade voadora? Eu SEI que você não fez isso.”

Só a ideia da possibilidade de Leo atacar a estátua com seu controle de vídeo-game foi o suficiente para tirar Annabeth do choque.

“Vamos nos acalmar” Ela levantou as mãos para mostrar que não estava com nenhuma arma. “Eu acredito que você é Terminus, deus das fronteiras. Jason me controu que você protege a cidade Nova Roma, correto? Eu sou Annabeth Chase, filha de…”

“Oh, eu sei que VOCÊ é” A estátua a encarou com seus olhos vazios. “Uma filha de Athena, a forma grega de Minerva. Escandaloso. Vocês gregos não possuem nenhum senso de decência. Nós romanos sabemos o lugar certo para AQUELA deusa.”

Annabeth fechou o queixo. Essa estátua não estava fazendo da diplomacia algo fácil. “O que exatamente você quer dizer, AQUELA deusa? E o que é tão escandaloso sobre…”

“Certo!” Jason interrompeu. “De qualquer maneira, Terminus, nós estamos aqui em uma missão de paz. Nós adoraríamos ter permissão para aterrissar para podermos…”

“Impossível!” O deus chiou. “Abaixei suas armas e se rendam! Deixem a minha cidade imediatamente!”

“Qual das duas?” Leo perguntou. “Se render ou deixar a cidade?”

“As duas!” Terminus disse. “Rendam-se e depois deixem a cidade. Eu vou te dar um tapa na cara por perguntar uma coisa tão idiota, seu garoto ridículo! Você sentiu isso?”

“Uau”. Leo estudou Terminus com interesse profissional. “Você se machucou feio. Você possui qualquer engrenagem aí que precisa de um ajuste? Posso dar uma olhada.”

Ele trocou o controle de Wii pela chave de fenda em seu cinto de ferramentas mágico e deu batidinhas no pedestal da estátua.

“Pare com isso!” Terminus insistiu. Uma outra pequena explosão fez com que Leo largasse sua chave de fenda. “Armas NÃO são permitidas em solo romano dentro da Linha Pomeriana.”

“A o quê?” Piper perguntou.

“Os limites da cidade,” Jason traduziu.

“E esse barco todo é uma arma!” disse Terminus. “Vocês NÃO podem desembarcar!”

No vale, o batalhão de reforços já estava na metade do caminho até a cidade. Agora, a a multidão no fórum estava cem pessoas mais forte. Annabeth checou todos os rostos e… Ai, deuses. Ela o viu. Ele estava andando na direção do barco com os braços em volta de duas crianças, com se fossem melhores amigos – um menino robusto de cabelo meio raspado, e uma menina usando um capacete de cavalaria romana. Percy parecia tão à vontade, tão alegre. Ele usava uma capa roxa, assim como a de Jason – a marca de um praetor.

O coração de Annabeth sacudiu de todas as maneiras.

“Leo, pare o barco.” ela ordenou.

“O quê?”

“Você me ouviu, mantenha-nos exatamente onde estamos.”

Leo tirou seu controle e o empurrou para cima. Todos os noventa remos pararam subitamente. O barco parou de afundar.

“Terminus,” disse Annabeth, “não existe nenhuma regra a respeito de planar ACIMA de Nova Roma, tem?”

A estátua franziu as sobrancelhas. “Bem, não…”

“Nós podemos manter o barco flutuando,” disse Annabeth. “Usaremos uma escada de cordas para alcançar o fórum. Dessa forma, o barco não estará em solo Romano. Pelo menos não tecnicamente.”

A estátua parecia ponderar a respeito. Annabeth imaginou se ele estaria coçando o queixo com mãos imaginárias.

“Eu gosto de detalhes técnicos,” ele admitiu. “Mesmo assim…”

“Todas nossas armas ficarão a bordo do navio,” prometeu Annabeth. “Eu imagino que os Romanos – mesmo esses reforços vindo em nossa direção – também terão que honrar suas regras dento da linha Pomeriana se você os obrigar?”

“Claro!” disse Terminus. “Eu tenho cara de que tolero quem quebra as regras?”

“Uh, Annabeth…” disse Leo. “Você tem certeza que é uma boa idéia?”

Ela cerrou os punhos para impedir as mãos de tremer. Aquela sensação ruim ainda estava ali. Isso flutou por trás dela, e agora que Terminus não estava mais gritando nem causando explosões, ela acreditava que conseguia ouvir aquela presença rindo, como se estivesse se deliciando com as más escolhas dela.
Só que Percy estava ali em baixo… Estava tão perto. Ela PRECISAVA alcançá-lo.
“Vai ficar tudo bem” ela disse. “Ninguém estará armado. Podemos conversar em paz. Terminus vai garantir que todos obedeçam às regras.” Ela encarou a estátua de mármore. “Temos um acordo?”
Terminus fungou. “Acredito que sim. Por enquanto. Você pode descer pela escada para Nova Roma, filha de Atena. POR FAVOR, tente não destruir minha cidade.”

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